domingo, 17 de novembro de 2024

Putin conduz mata-mata paranoico no mundo

Assassinatos sanguinários estarrecem aos dissidentes
Assassinatos sanguinários estarrecem aos dissidentes
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






As evidências dos crimes ordenados por Putin fora da Rússia estão se acumulando, registradas algumas por Lilia Yapparova, jornalista que escreve sobre a Rússia desde a Letônia para jornais americanos, citada em post anterior. Cfr: Putin persegue, sequestra e mata opositores fora da Rússia.

Suas fontes, conservadas no anonimato prudencialmente, incluem pessoas que sobreviveram a sequestros de líderes da diáspora russa em todo o mundo, segundo reportagem do “The New York Times”. “Putin Is Doing Something Almost Nobody Is Noticing” (“Putin faz coisas que quase ninguém percebe”).

Certos países anfitriões costumam ser cúmplices das redes russas, escreveu Lilia. No Cazaquistão, serviços especiais locais cooperam com a Rússia para capturar procurados, por exemplo.

No Quirguistão, a polícia usa reconhecimento facial para localizar os procurados pelo Kremlin, que devem fugir às montanhas onde não chega o sinal.

Sergei Podsytnik, jornalista que investigava ligações militares entre a Rússia e o Irã, ficou eufórico após descobrir uma fábrica de drones recém sancionada.

Quando ele retornava a sua casa em Duisburg, Alemanha viu, espreitando na esquina, um desconhecido que seguia cada movimento seu.

Repressão de Putin não conhece limites
Repressão de Putin não conhece limites
Um colega de Podsytnik também percebeu e apelaram à polícia de Duisburg que não achou possível que os agentes da Rússia operassem na sua pequena cidade.

Porém, segundo o Dossier Center, organização de pesquisa sediada em Londres, Duisburg é um centro desde onde agentes de inteligência militar russa fazem sabotagem no exterior. Podsytnik acabou recebendo proteção.

Por vezes, exilados acabam desaparecendo sem deixar vestígios. Os desaparecimentos se deram até na porta de uma embaixada na Armênia ou de uma igreja rural na Geórgia, e reapareceram em centros de detenção russos.

Em meados de 2023, grupos civis apelaram ao Parlamento Europeu para que seja regularizado o status de pessoas que se recusaram a lutar no exército de Putin. Porém, não receberam resposta significativa.

Margarita Kuchusheva, advogada de imigração no Chipre conta que o asilo político é rotineiramente negado às vezes com argumentos monstruosamente falsos de que “a situação na Rússia é normal e você pode contar com um julgamento justo”.

Na Rússia, os opositores são frequentemente assassinados
Na Rússia, os opositores são frequentemente assassinados
As organizações de direitos humanos que tentam ajuda-los, estão à beira do fechamento por falta de fundos.

Mas a Rússia esbanja fundos para acusa-los de traição e terrorismo.

A perseguição é paranoica e se estende por todo o mundo.

O fato mais lancinante é a cumplicidade de governos que se fingem defensores do Direito, mas sorrateira ou escancaradamente simpatizam com os ogros do Kremlin, conclui Lilia.



domingo, 3 de novembro de 2024

Putin persegue, sequestra e mata opositores fora da Rússia

Lilia Yapparova não acreditava que Putin fosse tão ruim. A descoberta da verdade foi sinistra
Lilia Yapparova não acreditava que Putin fosse tão ruim.
A descoberta da verdade foi sinistra
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Lilia Yapparova, jornalista que escreve sobre a Rússia desde a Letônia para jornais americanos, foi aconselhada a não comprar comida pela Internet.

Ela achou exagerado mas levou a sério quando, apenas um mês depois, sua colega Elena Kostyuchenko foi envenenada na Alemanha, em tentativa de assassinato cometida pelo estado russo.

Sua reportagem foi publicada pelo “The New York Times”. “Putin Is Doing Something Almost Nobody Is Noticing” (“Putin faz coisas que quase ninguém percebe”)

Lilia conta que fatos como esses se tornaram rotina.

Em 2023, a jornalista investigativa Alesya Marokhovskaya, foi assediada na República Tcheca; e o corpo de Maxim Kuzminov, desertor russo, apareceu na Espanha crivado de balas. O Kremlin estava envolvido nos casos.

As figuras da oposição russa, acresce Lilia, sabem muito bem que, mesmo no exílio, continuam sendo alvos dos serviços de inteligência da Rússia.

Há também centenas de milhares de russos que abandonaram o país porque não queriam ser recrutados à força para a invasão de Ucrânia ordenada por Putin. Eles também são vigilados ou sequestrados.

Maxim Kuzminov não queria a guerra e abandonou seu helicóptero. Apareceu ametralhado na Espanha
Maxim Kuzminov não queria a guerra e abandonou seu helicóptero.
Apareceu metralhado na Espanha
A repressão acontece longe dos holofotes da grande mídia e, muitas vezes, com o consentimento tácito ou a prevenção inadequada dos países onde se refugiaram.

É uma coisa assustadora, diz Lilia: o Kremlin está caçando pessoas comuns em todo o mundo, e ninguém parece se importar e poucos ativistas de direitos humanos os ajudam.

Um fonoaudiólogo preso pelo governo “amigo” do Cazaquistão a pedido de Moscou que enlouqueceu em uma prisão local.

Um cuidador de idosos foi preso pela Interpol em Montenegro por ordens russas.

Uma professora foi detida por guardas na fronteira com Armenia após falar a seus alunos sobre os atrozes crimes dos soldados russos em Bucha, Ucrânia.

Um dono de loja de brinquedos, um alpinista industrial, uma roqueira punk: esses são outros casos pegos na rede do Kremlin, em todo o mundo.

No Reino Unido, os exilados que assistem a eventos anti-Putin em Londres percebem agentes “que se destacam facilmente em meio ao público”, segundo Ksenia Maximova, ativista anti-Kremlin.

Elena Kostyuchenko ama a Rússia. Criticou a Putin e a comida comprada na Internet estava cheia de veneno
Elena Kostyuchenko ama a Rússia. Criticou a Putin
e sua comida comprada na Internet chegou cheia de veneno
Oficiais de inteligência russos monitoram as diásporas na Alemanha, Polônia e Lituânia, diz Evgeny Smirnov, advogado especializado em casos de traição e espionagem.

Já houve emigrados russos perseguidos e ameaçados em Roma, Paris, Praga e Istambul.

Alguns métodos são pérfidos, escreve Lilia. Lev Gyammer, ativista exilado na Polônia, recebe mensagens de texto há dois anos, de sua mãe muito aflita pela sua ausência e que clama por seu retorno. Só que a mãe de Lev, Olga, morreu há cinco anos.

Outro expatriado russo na Finlândia cujos pais são muito idosos e doentes acreditou no telefonema da cuidadora sobre um incêndio no apartamento dos pais.

Ele foi correndo e acabou sendo levado para a prisão e torturado. Nunca houve incêndio nenhum, foi enganação mortal da polícia secreta.