Marinheiros russos junto ao Vladivostok, no porto de Saint Nazaire. |
A Rússia acabou desistindo da compra de dois navios da classe Mistral, adquiridos da França antes da crise da Ucrânia.
Os dois países ainda discutem o montante que deverá ser reembolsado a Moscou, que tinha efetuado parte do pagamento no tempo das vacas gordas, noticiou a Gazeta Russa.
A Rússia pede à França mais do que lhe teria adiantado pelos dois navios porta-helicópteros de desembarque, de uso múltiplo, dotados de avançada tecnologia.
“As negociações chegaram ao fim, tudo já foi decidido – tanto o cronograma, como as quantias”, anunciou Vladimir Kojin, conselheiro do presidente Vladimir Putin para questões militares. Mas isso depois não pareceu tão verdadeiro.
A Rússia alega ter feito despesas extras, como ancoradouros para os dois gigantes de guerra, modificações em helicópteros e despesas diversas em treino das centenas de marinheiros que iriam manipular os navios, que superam tudo o que a Rússia possui.
O jornal russo Kommersant escreveu que a França iria restituir quase 1,2 bilhão de euros. O gabinete do presidente francês, François Hollande, e o DCNS, uma das principais empresas responsáveis pela construção dos Mistral se recusaram a avançar valores.
Mais de 400 marinheiros russos estavam sendo treinados no porto de Saint-Nazaire, onde os navios porta-helicópteros foram montados.
A Rússia estaria talvez com os dois gigantes bélicos, se tivesse sido um pouco mais paciente.
Os porta-helicópteros agora devolvidos no porto de Saint Nazaire, França. |
O cancelamento da venda também é danoso para a França, que considerava um triunfo colocar esses navios no mercado internacional. Mas quando o comprador não tem com o que pagar, não adianta chorar o insucesso da operação.
Os aliados da OTAN – especialmente os EUA e a Polônia — com quem Paris negocia a venda material de defesa por seis bilhões de euros, vetavam o negócio enquanto o Kremlin não cessasse sua agressão contra a Ucrânia.
O primeiro navio, batizado Vladivostok, poderia ter sido entregue em 2014, enquanto o segundo – o Sebastopol – está em fase de acabamento para entrega em 2016.
A barganha continua em andamento, e segundo o Japan Times, a China desejaria comprar os navios de guerra.
As crescentes tensões no Mar da China poderiam pôr em risco a compra chinesa, avisou o jornal japonês.
O Japão lançou ao mar uma belonave equivalente – o Izumo – e a China quereria lhe opor os dois exemplares do Mistral francês.
Para o general Christian Quesnot, ex-conselheiro chefe em assuntos militares da presidência francesa, “a saída mais econômica seria afundá-los”.
Fazer negócios com a Rússia hoje pode dar muito errado.
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Essa reportagem esta equivocada.
ResponderExcluirA Russia não desistiu da compra e nem poderia, já que tinha pago a maior quantia do pagamento dos navios.
O problema foi o bloqueio imposto a Russia pelo ocidente. A pressão dos ocidentais com a França foi grande e ela saiu como perdedora. Porque deverá pagar uma multa contratual enorme aos russos.
Multa francesa por Mistral chegará a quase 1 bilhão de euros
3 de setembro de 2015 VIKTORIA IVANOVA
Navios encomendados ao país por Moscou não foram entregues após instituição de sanções. Até que Moscou receba todos os pagamentos, Paris não tem poder legal de repassar embarcações a uma terceira parte, de acordo com a Assembleia Nacional.
Fontes:
http://www.defesaaereanaval.com.br/ou-o-mistral-ou-o-dinheiro-de-volta-mais-a-multa/
http://gazetarussa.com.br/politica/2015/09/03/franca-anunciou-o-montante-de-compensacao-pelos-navios-mistral_394553
http://www.defesabr.com/blog/index.php/04/09/2014/franca-suspende-entrega-do-primeiro-mistral-para-a-russia/