Mapa das divisões internas na Federação russa |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O maior interesse dos católicos no conflito Rússia-Ucrânia é a questão da conversão do velho império dos czares.
Essa conversão só pode ser uma obra da graça e Nossa Senhora prometeu no contexto de Fátima que aquela nação “por fim” haveria de a Deus.
Essa seria como que uma condição para o cumprimento da vitória do Imaculado Coração de Maria.
Na chuva de informações sobre as destruições e mortes provocadas pela feroz invasão ordenada por Putin e a heroica defesa do povo ucraniano se filtram notícias que nos levam a considerar o futuro que se poderá definir em consequência da guerra.
Por exemplo, Paul Krugman, Premio Nobel de economia e colunista do “The New York Times” foi porta-voz de uma preocupação que se debate em profundos e poderosos cenáculos esquerdistas: a desintegração ou ‘balcanização’ da Federação agressora em decorrência de uma derrota russa.
Essa desagregação do mais extenso país da Terra poderia repercutir no mundo inteiro, espraiando a anarquia e ameaçando destruir a civilização de início na Europa e países asiáticos vizinhos. E poderia até outros continentes.
Ataques contra centros de recrutamento em 2022 |
Como poderia vir hoje essa “balcanização”?
Consideremos primeiro o mapa da Federação Russa para o qual quase ninguém atina.
Ela está constituída por 89 unidades federadas de seis tipos:
– 21 republicas (que correspondem a aéreas étnicas/culturais),
– 9 krais (unidades administrativas),
– 46 oblasts (idem),
– 2 cidades federais Moscou e São Petersburgo,
– 1 oblast autônomo (originalmente criado para judeus),
– 4 okrugs autônomos (povos étnico-siberianos).
Cada um dessas unidades têm autoridades próprias que embora escolham “democraticamente” suas autoridades, essas na prática são nomeadas ditatorialmente por Moscou, fato que suscita mal-estar nas populações locais.
Muitas delas conservam entre si ou em litígios internos, velhas ou novas reivindicações ou revoltas, herdadas de fatores históricos, do tempo dos czares, da opressão soviética ou ainda posteriores.
Todas essas rachaduras tão variadas vinham sendo abafadas pela bota de Moscou. Agora com o enfraquecimento da férrea ditadura de Putin em virtude dos insucessos na Ucrânia, essas velhas divisões voltaram a tona.
Fugindo do recrutamento forçado rumo à Georgia |
Armênia cristã é uma república que não faz parte da Federação mas virou protetorado e membro da aliança militar internacional da Rússia.
Ela rompeu com Putin e convidou tropas americanas para exercícios, e está em luta perpetua pelo território de Nagorno-Karavaj contra o Azerbaijão.
O Azerbaijão é um país islâmico muito rico em petróleo, apoiado pela Turquia. As guerras vinham sendo abafadas pela presença militar russa, atei que Azerbaijão invadiu o território disputado, fez explodir a base russa e obrigou a cem mil armênios abandonaram o território.
A influencia russa como que não existe mais.
Karelia, república fronteiriça com a Finlândia onde a população de o tipo humano fino-hungárico e escandinavo foi suplantada por russos. Stalin e agora Putin acham perigoso que essa república da Federação renasça com suas peculiaridades culturais originais.
Nela foram sendo tirados à luz os espantosos campos de concentração do tempo soviético e seus crimes de massa.
Putin interditou tirar a limpo os locais onde foram enterradas as vítimas. Os descendentes querem saber para dar um túmulo digno aos restos. A interdição criou enorme mal estar entre a população que queria saber dos restos dos seus antepassados.
Kolyma, um krai no Ártico onde funcionaram os piores Gulags soviéticos e morreram entre 500.000 e 3.000.000.
Exemplo desse horror é a “estrada dos ossos”: a construção de uma estrada precisou de grandes remoções de terra, usadas para aplainar a nova estrada. Mas sob efeito da intempérie começaram a aparecer caveiras, ossos, etc. que lhe deram esse sinistro nome. Putin então proibiu as buscas dos restos das vítimas e fechou as ONGS humanitárias que trabalhavam para localizá-los.
Chechenia governada por Kadirov um ditador islâmico, fanático de Putin que pediu usar a bomba atômica contra Ucrânia. Ele é odiado por outros chefes de clãs islâmicos que disputam o mando do país. Não se sabe ao certo que estranha doença, ou morte, o mantém afastado da propaganda.
Foi formado um governo checheno no exílio e uma unidade de combate islâmica luta na Ucrânia com a esperança de caindo Putin, invadir seu país a mão armada.
Inguchetia, com guerrilha e governo paralelo esmagados e formando um grupo de combate na Ucrânia.
Voluntários russos anti-Putin em Briansk, Rússia |
Há um exército de bielorrussos lutando na Ucrânia também com a esperança de invadir o seu país assim que Putin perder.
Dizem ter muitos apoios no país e teriam praticado sabotagens espetaculares, explodindo alguns aviões radar russos estacionados em base especial no país e que tiveram que voltar para Rússia; sabotagens de trens russos que iam para apoiar a invasão inicial da Ucrânia, etc.
O ditador baniu a bandeira e o hino nacional que aludiam a Deus.
O exército bielorrusso detesta a presença de quartéis russos no território nacional e circularia um manifesto de um general bielorrusso contra a Rússia. Putin preferiu retirar algumas unidades e enviá-las para combater na Ucrânia.
Filas imensas para abandonar Rússia |
Geórgia (não faz parte da Federação) mas um grupo de combate luta na Ucrânia para recuperar territórios invadidos pela Rússia, quando Putin for derrotado.
Bem mais de um milhão de russos adultos jovens com profissão, engenheiros, informáticos, operários especializados, etc. fugiram do país para não serem alistados.
Putin proibiu, mas muitos fugiram através das fronteiras com ex-países membros da URSS que deixam entrar apenas com RG: Cazaquistão, Geórgia, Mongólia ou onde não há controles como os bosques da Carelia-Finlandia. Putin exige que devolvam os russos fugitivos.
Até uma afilhada de Putin fugiu a pé exibindo um passaporte israelense na fronteira da Lituânia. A Alemanha disse ter dado carteira de trabalho para mais de um milhão de russos, a Tailândia fala em 250.000. Os países mencionados e ainda outros como a Turquia servem de passagem.
O recrutamento forçado gerou violências com mortos nos centros de alistamento atacados com molotovs e oficiais recrutadores baleados. Sabotagens com explosivos, aparentemente iniciativas individuais, acontecem por toda a imensa Federação.
A FSB (ex-KGB) chega de surpresa em fábricas, locais de trabalho pede os documentos e obriga os que tem idade a subir em ônibus em regime de prisão até os centros para alista-los para uma eventual segunda onda de 400.000 soldados.
Os empregadores devem denunciar os funcionários em idade de recrutamento, para uma segunda onda de enrolamentos.
A mídia inteiramente em mãos de Putin durante um ano e meio informava que na Ucrânia todo corria como planejado.
Até que dois drones, tal vez ucranianos ou de russos anti-Putin, atingiram a cúpula do Palácio de Governo de Putin no Kremlin.
Bombardeiro nuclear TU-22 atingido no coração da Rússia |
Os aeroportos civis de Moscou andavam fechando pelos atentados e drones devastavam bases perto do Báltico. O aeroporto de Moscou reservado para os aviões de Putin e da nomenclatura foi atingido por drones.
A maior base aérea russa perto da Lituânia, a 700 kms da Ucrânia, perdeu 6 aviões de grande porte numa chuva de drones de origem incógnita.
Desde então quase diariamente drones mais poderosos chovem quase toda noite sobre Moscou, fábricas, depósitos, refinarias, etc., com incerteza da proveniência.
Na base dos bombardeiros nucleares supersônicos um deles foi incendiado e outro danificado. A Rússia evacuou esses bombardeiros para longe. Grandes aviões radar estacionados na Bielorússia foram danificados supostamente por partisanos bielorrussos inconformados.
Continua no próximo post: A Rússia desabando puxará a desintegração universal?
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