Putin recebido pelo presidente Hollande no palácio Elysée, Paris. Tudo se passa como se não tivesse acontecido nada. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Por que no Ocidente livre e democrático há tantas manifestações de benevolência com a Rússia soviética, seus líderes históricos e seus sucedâneos hodiernos?
É a pergunta de Paul Goble, especialista em questões étnicas e religiosas da Eurásia, num estudo para Euromaidanpress.
Ele observa que até em pensadores e figuras políticas e religiosas há uma amnésia difícil de explicar, pois eles parecem ignorar a lembrança dos crimes do comunismo e procuram abafá-la.
Paul Goble pôs em relevo um artigo do especialista italiano Fabio Belafatti, que estuda a Ásia Central e ensina na Universidade de Vilnius, Lituânia. Ele também registrou essa anômala conduta ocidental durante as invasões da Crimeia e do leste ucraniano.
Ele identificou, e em vários países, comentadores pró-russos ocidentais descrevendo os eventos ucranianos deste milênio com estereótipos da retórica que acompanhou a ascensão das piores ditaduras do século XX.
Mais ainda, essas figuras, de larga entrada na mídia e nas cátedras eclesiásticas, revelaram uma mal dissimulada tendência a atribuir a causa de todos os males ao regime político-econômico dos países de raízes cristãs.