Surto de fervor por São Nicolau de Bari revela potencial de conversão do povo russo. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Desde que as relíquias de São Nicolau de Bari foram expostas ao culto público, em virtude de um empréstimo temporário da Igreja Católica, mais de 1.807.600 de moscovitas foram venerá-las.
As filas em Moscou podiam demorar 10 horas para o fiel passar rapidamente, tocando ou beijando a sagrada urna, noticiou o jornal “The Washington Post”.
Em São Petersburgo, segunda maior cidade russa, a contagem superava 340,000 enquanto prosseguiam as visitas com romeiros chegando de remotas cidades da imensa Rússia.
Essas manifestações maciças de devoção voltaram a patentear as tendências profundas – inimagináveis sem uma ação da graça – que trabalham o povo russo e o predispõem para o dia de sua conversão.
Vladimir Putin parece ter percebido esse horizonte – aliás, já previsto em Fátima – e fez uma adaptação do princípio atribuído a Lenine: como o comunismo gera necessariamente uma reação oposta, façamo-la nós antes que outros a façam.
“Antes que a Rússia se converta, dirijamos nós um pseudo retorno à religião”, parece dizer o Vladimir II (não Lenine, mas Putin). Para isso ele apela ao seu acólito: o Patriarcado de Moscou.
Foi este último que recebeu da Santa Sé as relíquias e as faz girar pela Rússia como se fosse propriedade dele, afastando o protagonismo católico.