Luis Dufaur
Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Dois ativistas humanitários foram assassinados com tiros no rosto e no peito, informou o diário carioca “O Globo”.
Tratou-se de Zarema Sadulayeva [foto], diretora do grupo humanitário ‘Salve a Geração’, que cuida de crianças tornadas deficientes físicas pela guerra da Chechênia, e de seu marido, Alik Dzhabrailov.
O crime aconteceu diante de testemunhas e repetiu o esquema vem sendo aplicado impunemente pela polícia russa.
Os dois foram sequestrados por agentes armados que se apresentaram como policiais no endereço do grupo humanitário, na região central de Grozny. Posteriormente, os corpos foram encontrados no porta-malas do carro do casal, num subúrbio da cidade.
Os policiais em roupas civis e camufladas invadiram o escritório e levaram pressas as vítimas. Depois voltaram para colher os celulares dos dois e o carro onde haveria de aparecer o casal morto.
O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, como de praxe, ordenou a imediata investigação do caso que não deve conduzir a nada relevante.
A Anistia Internacional deitou algumas lágrimas pelas execuções, que qualificou de exemplo do “clima de impunidade na Chechênia”. Também deplorou a inércia da polícia em investigar este tipo repetido de mortes de ativistas de direitos humanos. Anistia Internacional vê nessa inércia um “forte indicativo de que essas autoridades são no mínimo condescendentes com os crimes”.
Houve também queixas pro-forma de governos ocidentais. Mas não tiraram o sono do comandante Putin. A eliminação de dissidentes continua acontecendo sob a mesma impunidade dos tempos do regime soviético.