domingo, 29 de junho de 2014

Mercenários e separatistas imploram ajuda de Moscou,
que chega a conta-gotas

Manifestação separatists em Donetsk foi marcada pela ausência de populares
Manifestação separatists em Donetsk foi marcada pela ausência de populares

As tropas do governo ucraniano estão avançando num movimento de pinça pelo norte e pelo sul, e perto de cortar o fluxo de armas que tanto as milícias estrangeiras quanto as separatistas receberam até agora do outro lado da fronteira com a Rússia, informou “The Wall Street Journal”, reproduzido pelo blog “Ukrainian Diaspora”

Por causa disso, os mercenários pró-russos estariam enviando repetidos apelos a Moscou, solicitando auxílio militar. Mas o Kremlin mostra-se reticente em enviar tropas do exército russo identificadas como tais, como aconteceu na Crimeia.

O Kremlin não quer mais sanções econômicas por parte de Ocidente. Na verdade, estas foram uma resposta fraquíssima diante da imensidade da agressão ao Direito Internacional e à soberania da Ucrânia.

domingo, 22 de junho de 2014

Desabamento da Rússia
poderia sepultar restos da ordem mundial

Hostilidades de Putin contra Ucrânia visariam  unificar uma Rússia que se decompõe internamente
Hostilidades de Putin contra Ucrânia visariam
unificar uma Rússia que se decompõe internamente
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs




Segundo o historiador Vladimir Pastukhov – citado por Paul Goble em “Windows on Eurasia” – a guerra de Putin na Ucrânia visa também impedir a desintegração da Rússia, injetando uma “morfina patriótica” para manter a coesão dos russos.

Em artigo publicado na “Gazeta Novaya”, o estudioso russo argumenta que as consequências serão aterrorizantes, porque Moscou terá de administrar essa droga em doses cada vez maiores até morrer de “overdose”

Pelo final da década de 1980, a desagregação do império soviético atingia “todas as etnias”, escreveu. Os líderes pós-soviéticos não conseguiram criar estabilidade.

Hoje Putin sustenta a Rússia com “truques baratos”: manipulação da consciência de massa, o crime como instrumento de poder, a redistribuição de ‘rendas’ com bolsas para a população.

Mas o sistema, “esgotou-se já no final” de segundo mandato de Putin, diz Pastukhov. Agora, o colapso se manifesta “numa série de conflitos militares locais surgidos praticamente do nada como os cavaleiros do Apocalipse”. Os medos do fim do império só foram aprofundados pela revolução ucraniana.

domingo, 15 de junho de 2014

Viagem enigmática:
tentáculos russos na América Latina

Serguei Lavrov: mistério envolve viagem enigmática
O ministro de Relações Exteriores da Federação Russa, Sergei Lavrov, realizou uma misteriosa visita relâmpago à América Latina, encontrando, em apenas três dias, os presidentes e chanceleres do Chile, do Peru, de Nicarágua e de Cuba.

A viagem aconteceu num momento de máxima tensão com a Ucrânia.

O governo russo explicou oficialmente que a viagem visou aprofundar os vínculos de cooperação já existentes.

Em Nicarágua e Cuba ele agradeceu pessoalmente os votos contra a resolução da ONU que visava desconhecer a anexação da Criméia, subtraída artificiosamente à Ucrânia e transformada em província russa, observou o jornal espanhol “El País”.

O relacionamento com Cuba, Venezuela e Nicarágua é bem conhecido. Porém, no Chile a viagem causou consternação. E no Peru não foi menos.

terça-feira, 10 de junho de 2014

População de Donetsk se volta contra separatistas pró-Putin e contra as milícias estrangeiras – 2

Portavoz do 'Batalhão Vostok':
"Somos chechenos, ex-soldados, muçulmanos,
lutamos no Afeganistão. Nos viemos para proteger os russos
e proteger os interesses deste país"
continuação do post anterior

Entre as milícias de mercenários enviados por Putin, destacou-se o chamado Batalhão “Vostok” (“Leste”).

A unidade foi recebida em Donetsk com aplausos por algumas centenas de separatistas. Mas, na mesma ocasião, como pode ser visto em vídeo divulgado no Youtube, um de seus componentes declarou que a milícia é composta de chechenos muçulmanos, soldados profissionais que já lutaram no Afeganistão e que lá estavam para ajudar a Rússia e um “povo irmão”.

Os mercenários não perderam tempo: ocuparam a sede da administração regional e a transformaram em depósito dos frutos de suas pilhagens e saques.

As violências perpetradas por esses “libertadores” indignou a população. Por fim, acabaram sendo expulsos do prédio por simpatizantes pró-Rússia, que descobriram as salas de trabalho transformadas em armazéns com os produtos dos saques.

domingo, 8 de junho de 2014

População de Donetsk se volta contra separatistas pró-Putin e contra as milícias estrangeiras – 1

Soldado ucraniano se prepara para o combate em Kramatorsk
Soldado ucraniano se prepara para o combate em Kramatorsk
A manobra político-militar de Moscou para a anexação da Criméia se repetiu como um decalque nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.

As regiões escolhidas pareciam ser as mais sensíveis ao apetite russo de desmembrar a Ucrânia.

Segundo pesquisa do Pew Research Center, efetivada na primavera de 2014, 70% dos ucranianos do leste – onde se fala muito russo, em proporções diversas segundo a região – não desejavam separar-se da Ucrânia, e apenas 18% aprovariam uma anexação pela Rússia.

As proporções, entretanto, mudavam muito de acordo com a região. Segundo sondagem do Kyiv International Institute of Sociology, realizada no período de 8 a 16 de abril de 2014, na região de Dnipropetrovsk 84,1% responderam contra a anexação pela Rússia e 10,1% a favor.

domingo, 1 de junho de 2014

Presidência russa publica fraude da Criméia:
só 15% aprovaram anexação

Voto não podia ser secreto e quem votasse contra
se autodenunciava.
Na papeleta da foto pode se ler o voto da mulher.
O website do “Conselho para a Sociedade Civil e os Direitos Humanos do Presidente da Rússia” postou relatório sobre os resultados do contestado referendo que anexou a Criméia à Rússia.

A matéria foi rapidamente tirada do ar como se fosse uma perigosa confissão, mas não antes de ser registrada no exterior, no site da “Forbes”, por exemplo.

Segundo o referido relatório, o comparecimento às urnas foi só de 30%. E, destes, a metade votou pela anexação.

O que significa que apenas 15% dos cidadãos da Crimeia aprovaram a manobra russa de anexação.

A votação transcorreu sob o olhar de soldados russos descaracterizados e exibindo suas armas automáticas Kalashnikov.

A fraude ficou patente, pois o anúncio oficial apontou um comparecimento de 83% dos votantes.

Destes, uma maioria de 97% teria escolhido renegar seu país, a Ucrânia.