domingo, 23 de novembro de 2025

Reino Unido se prepara para guerra contra a Rússia

Keir Starmer prepara cidadãos ingleses para uma guerra contra a Rússia
Keir Starmer prepara cidadãos ingleses para uma guerra contra a Rússia
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, alertou em Glasgow, Escócia, que o Reino Unido se prepara para a ameaça “mais grave, mais imediata e mais imprevisível do que em qualquer outro momento desde a Guerra Fria”, que envolverá um eventual conflito armado.

A “preparação para a guerra como o objetivo central de nossas Forças Armadas” responde à “crescente agressão russa”, cujas “ações imprudentes estão aumentando o custo de vida em nosso país”, segundo a “Gazeta do Povo”.

“Quando somos diretamente ameaçados por Estados com forças militares avançadas, a maneira mais eficaz de dissuadi-los é estarmos preparados. E, francamente, mostrar a eles que estamos prontos para alcançar a paz pela força”, acrescentou.

Segundo Starmer, tudo o que o Reino Unido fizer em termos de defesa contribuirá para o fortalecimento da Otan, uma aliança militar coletiva que significa que “nunca lutaremos sozinhos”. “Nossa política de defesa sempre priorizará a Otan”, completou.

Primeiro ministro inglês anunciou rearmamento do país
Primeiro ministro inglês anunciou rearmamento do país
Starmer falou da inovação armamentista
, mencionando drones, contratorpedeiros e aeronaves com Inteligência Artificial (IA) visando criar Forças Armadas dez vezes mais letais até 2035.

O premier convocou os ingleses a se prepararem psicologicamente dizendo que “cada cidadão deste país tem um papel a desempenhar, porque devemos reconhecer que as coisas mudaram no mundo de hoje”.

Corroborando seus propósitos, o governo inglês construirá até 12 novos submarinos de ataque com propulsão nuclear e investirá por volta de R$ 117 bilhões) em ogivas nucleares.

Poucos dias antes anunciou que investirá R$ 12 bilhões em pelo menos seis fábricas de munições e explosivos, além de adquirir até 7.000 armas de longo alcance de fabricação britânica.



domingo, 16 de novembro de 2025

Mais “suicídios” e mortes estranhas na cúpula putinista

Roman Starovoit, o Ministro dos Transportes demitido e morto a tiros, próximo de Putin, falou mal da guerra na Ucrânia
Roman Starovoit, o Ministro dos Transportes 
demitido e morto a tiros, próximo de Putin, 
falou mal da guerra na Ucrânia
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Putin multiplica os “suicídios” e mortes inexplicadas de figuras de alto escalão que criticaram a frustrante invasão da Ucrânia.

Há não muito, o Ministro dos Transportes, Roman Starovoit, foi morto à bala na rua, após ser demitido, seguido de perto por Andrei Korneichuk, vice-chefe no Ministério dos Transportes, achado defunto em seu escritório.

A imprensa estima que desde o início da criminosa invasão, pelo menos 16 próximos de Putin entraram na sinistra lista de “suicídios” e acidentes bizarros.

O número seria muito maior contando os mortos “suicidados” antes de dita invasão, estimou “Clarín”. 

Eis os nomes dos “suicinatos” colhidos pelo jornal portenho:

30 de janeiro de 2022: Leonid Shulman, chefe de transportes da Gazprom, achado morto no banheiro de uma casa de campo perto de Leningrado, poucos dias antes da invasão russa. Uma nota de suicídio foi encontrada ao lado do corpo.

07/07/2025: Roman Starovoit (53), o Ministro dos Transportes demitido, morto a tiros em seu veículo em uma cidade fora de Moscou.

Leonid Shulman, chefe de transportes da Gazprom, outra morte estranha
Leonid Shulman, chefe de transportes da Gazprom, 
outra morte estranha
07/07/2025: Andrei Korneichuk (42), vice-chefe do departamento de fundos de terras do Ministério dos Transportes da Rússia, morreu repentinamente em seu local de trabalho após saber da demissão e morte do ex-ministro dos Transportes Roman Starovoit.

07/04/2025: Andrey Badalov (62), vice-presidente da Transneft, empresa estatal russa que administra a rede de oleodutos do país, morreu “suicidado” em Moscou por uma queda da janela de sua casa. A Transneft possui o maior sistema de oleodutos do mundo, com quase 50.000 quilômetros de extensão.

16 de fevereiro de 2024: O líder da oposição russa Alexei Navalny (47) morreu em uma prisão no Ártico. As autoridades relataram uma morte repentina, mas sua família, a oposição e os ministérios das Relações Exteriores ocidentais o presidente russo de recusar tratamentos que teriam salvado sua vida.

23/08/2023: O empresário Wagner Yevgeny Prigozhin (62) morreu quando o avião particular em que viajava caiu a noroeste de Moscou, três meses depois de liderar uma revolta armada.

16/02/2023: Marina Yankina (58), alta funcionária do Ministério da Defesa da Rússia, também caiu de uma janela.

Cinco oligarcas, quatro deles da Gazprom, apareceram 'suicidados' em 24 horas, alguns com a familia inteira. Na foto Sergei Protosenya e Vladislav Avayev ex-vice-presidente do Gazprombank
Cinco oligarcas, quatro deles da Gazprom, apareceram 'suicidados' em 24 horas,
 alguns com a família inteira. Na foto Sergei Protosenya 
e Vladislav Avayev ex-vice-presidente do Gazprombank
09/01/2022: Ravil Magánov (67), presidente da petrolífera Lukoil, ainda mais um que caiu da janela, no Hospital Clínico Central de Moscou, onde estava internado. Os parentes descartaram suicídio.

14/03/2024: Vitaly Robertus (54), vice-presidente da petrolífera Lukoil, outro suicídio no próprio escritório. Em 3 de março de 2022, 10 dias após a invasão russa da Ucrânia, a Lukoil disse numa declaração: “O Conselho de Administração expressa sua profunda preocupação com os trágicos eventos na Ucrânia” apelando a negociações sérias e diplomacia”.

19/04/2022: Vladislav Avayev (51), ex-vice-diretor do Gazprombank, ado morto com sua esposa e filha enuma casa a sudoeste de Moscou, num caso muito semelhante ao de Sergei Protosenia, diretor do consórcio Novatek, e de sua esposa e filha também numa casa na praia espanhola de Lloret del Mar.

Alexander Tyulako, executivo importante da Gazprom foi achado mortto na garagem
Alexander Tyulako, executivo importante da Gazprom 
foi achado mortto na garagem
13/02/2024: O piloto de helicóptero Maxim Kuzminov (28), que desertou para a Ucrânia, baleado na cidade espanhola de Villajoyosa. O chefe do Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia, Sergei Naryshkin, afirmou que ele “se tornou um cadáver moral no momento em que planejou seu crime imundo e terrível”.

19/11/2024: Vladimir Shkliarov (39), dançarino de São Petersburgo, enésima morte após cair do quinto andar. Ele criticava o Kremlin por suas ações na Ucrânia.

21/02/2024: Andrei Morozov (44), blogueiro militar “suicidou-se” após denunciar pressões para apagar uma postagem sobre o grande número de baixas russas em Donetsk.

19/09/2024: Victoria Roshchyna (27), jornalista morta após noticiar o brutal cerco russo à cidade de Mariupol. A justiça ucraniana achou ter sido assassinada após ser brutalmente torturada.

05/02/2025: Vadim Stroykin (59), o cantor e compositor ainda mais um que pulou da janela de seu apartamento no nono andar.

27 de dezembro de 2022: Pavel Antov (66), milionário que na Índia caiu do terceiro andar de um hotel, criticava a invasão russa na Ucrânia.


domingo, 9 de novembro de 2025

Brincando com fogo ... atómico!

Medvedev prossegue com bravatas de guerra nuclear. Até quando?
Medvedev prossegue com bravatas de guerra nuclear. Até quando?
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







O ex-presidente russo Dmitry Medvedev, fiel eco de Putin ameaçou com “lançar ataques preventivos” contra o Ocidente segundo agência de notícias oficial russa TASS.

Ele que agora é vice-presidente do Conselho de Segurança disse que “a natureza pérfida do Ocidente e seu senso distorcido de superioridade ainda são evidentes e devemos, portanto, responder mesmo lançando ataques preventivos”.

O presidente americano Donald Trump achou que era mais uma bravata da Rússia, mas enviou submarinos atômicos para perto de suas fronteiras, noticiou a BFMTV.


domingo, 2 de novembro de 2025

Brasil e Argentina: fábricas de espiões russos?

Agentes de Moscou que se passaram como argentinos para entrar na Eslovênia,  recebidos por Putin na volta a Rússia
Agentes russos se diziam argentinos entrando na Eslovênia, 
 depois foram recebidos por Putin na volta a Rússia
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O “New York Times” denunciou que a Rússia forma espiões no Brasil onde apagam os rastros de seu passado russo.

Abrem empresas, fazem amigos, vivem romances e criam identidades verossímeis de brasileiro que os habilitam a grandes operações de espionagem.

Com elas, depois entram nos EUA, Europa ou Oriente Médio, mas alguns foram pegos pela contra-inteligência brasileira.

A polícia argentina descobriu idêntica linha de montagem de falsas identidades argentinas para agentes secretos russos que agem no mundo.

Nos últimos três anos, agentes da contra-inteligência brasileira investigaram esses espiões de forma silenciosa e metódica. Com um trabalho minucioso, descobriram um padrão que permitiu identificá-los, um a um, descreveu longa e pormenorizada reportagem do “The New York Times” reproduzida em espanhol pelo "La Nación" de Buenos Aires. 

Os agentes identificaram ao menos nove oficiais russos com identidades brasileiras, segundo documentos e entrevistas. Até hoje, seis deles eram conhecidos apenas pela polícia.

A investigação já alcançou ao menos oito países, com o apoio de serviços de inteligência dos Estados Unidos, Israel, Holanda, Uruguai e outros aliados ocidentais.

Espião russo que fingia ser brasileiro
Espião russo que fingia ser brasileiro
Com base em centenas de documentos confidenciais e dezenas de entrevistas com policiais e agentes de inteligência em três continentes, o Times apurou os bastidores da espionagem russa no Brasil e da ofensiva silenciosa para desmantelá-la.

Desmontar a fábrica de espiões do Kremlin foi uma resposta aos prejuízos causados por uma década de ofensiva russa.

Espiões russos ajudaram a derrubar um avião que decolou de Amsterdã em 2014, interferiram em eleições nos Estados Unidos, na França e em outros países, envenenaram adversários e planejaram golpes de Estado.

Mas foi a decisão do presidente Vladimir Putin de invadir a Ucrânia, em fevereiro de 2022, que desencadeou uma reação global contra espiões russos, até mesmo em locais onde, por anos, eles atuaram com relativa impunidade.

Entre esses lugares está o Brasil, que historicamente manteve relações amistosas com a Rússia.

A investigação brasileira deu um golpe certeiro no programa de “ilegais” de Moscou.

Desmantelou um grupo de agentes altamente treinados e difíceis de substituir. Ao menos dois foram presos; outros bateram em retirada para a Rússia. Com as identidades expostas, é improvável que voltem a atuar no exterior.

À frente dessa derrota extraordinária esteve a equipe de contra-inteligência da Polícia Federal brasileira, a mesma que investigou o ex-presidente Jair Bolsonaro por planejar um golpe.

De sua moderna sede envidraçada em Brasília, a equipe passou anos vasculhando milhões de registros de identidade em busca de padrões.

Em abril de 2022, poucos meses após a invasão russa da Ucrânia, a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês) enviou uma mensagem urgente e inesperada à Polícia Federal brasileira.

Infiltração no Brasil
Infiltração no Brasil
Os americanos alertaram que um agente da inteligência militar russa havia aplicado para um estágio no Tribunal Penal Internacional na Holanda, justamente quando o órgão começava a investigar os crimes de guerra da Rússia na Ucrânia.

O candidato a estagiário viajava com um passaporte brasileiro em nome de Victor Muller Ferreira. Com essa identidade, concluiu uma pós-graduação na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.

Mas, segundo a CIA, seu nome verdadeiro era Sergey Cherkasov. Barrado pela imigração holandesa, ele seguia em um voo com destino a São Paulo.

Seu passaporte azul era idêntico ao de qualquer brasileiro. Ele tinha título de eleitor, como exige a lei, e até um certificado de conclusão do serviço militar obrigatório.

Todos os documentos eram autênticos. “Não havia qualquer ligação entre ele e a ‘grande mãe’ Rússia”, disse um policial federal, que falou sob condição de anonimato, como os demais, já que a investigação está em andamento.

Apenas quando a polícia encontrou sua certidão de nascimento é que a história de Cherkasov e toda a operação russa no Brasil começaram a desmoronar.

No passado, espiões russos costumavam obter documentos usando nomes de pessoas mortas, muitas vezes bebês.

Desta vez, foi diferente. Os agentes confirmaram que Victor Muller Ferreira nunca existiu, embora ele tivesse uma certidão de nascimento autêntica.

Brasil investiga supostos espiões russos no país, diz jornal
Brasil seria uma base para espiões russos
Por gerações, agentes secretos usaram passaportes falsos, identidades roubadas e histórias cuidadosamente construídas. Com a era digital, em que quase tudo deixa rastros online, esse trabalho se tornou muito mais difícil.

O próprio Putin admitiu ter supervisionado espiões soviéticos enquanto servia como um jovem oficial da KGB na Alemanha Oriental, no fim da Guerra Fria.

O Brasil parecia o lugar ideal para os espiões escolhidos por Putin construírem suas identidades.

Embora vários países exijam comprovação médica para emitir certidões de nascimento, o Brasil faz uma exceção para nascidos em áreas rurais. Nesses casos, autoridades emitem o documento a quem declarar, na presença de duas testemunhas, que o bebê é filho de pelo menos um dos pais brasileiros.

Com a certidão de nascimento em mãos, basta solicitar o título eleitoral, os documentos militares e, por fim, o passaporte.

A partir daí, o espião pode viajar para quase qualquer lugar do mundo.