Já antes do início do Mundial de Atletismo em Pequim, o esporte estava às voltas com um escândalo devastador, por causa da dopagem de muitos atletas, relatou o jornal Clarín de Buenos Aires.
800 atletas estavam sob suspeita. Entre eles, 145 medalhistas e 55 campeões olímpicos. A TV pública alemã ARD e o jornal britânico “The Sunday Times” publicaram dados da Agência Mundial Antidoping (AMA) referentes ao período 2001 a 2012.
O dossiê inclui mais de 12.000 analises a mais de 5.000 atletas, 800 dos quais deram resultados sanguíneos “anormais” ou que “sugerem dopagem”.
Em algumas especialidades, a dopagem parece maciça. Um terço das medalhas de atletismo olímpicas e mundiais desse período estaria sob suspeita, inclusive 55 campeões olímpicos e mundiais e um terço dos atuais recordes do mundo.
As 146 medalhas mundiais ou olímpicas entregues entre 2001 e 2012 em provas a partir dos 800 metros lisos até a maratona, teriam sido concedidas a esportistas suspeitos.
Robin Parisotto, especialista mundial em antidopagem, disse ao jornal britânico que nunca viu “tal quantidade de sangue com dados alarmantemente anormais”.
À frente das desconfianças estão as equipes e esportistas russos. O documentário da TV alemã denuncia práticas de doping maciças na Rússia.
Tratar-se-ia de um esquema que implica desde os atletas e seus treinadores e médicos até as mais altas autoridades da Federação de Atletismo e da Agencia Antidopagem russa.
O segundo país mais indiciado é o Quênia, onde, segundo o jornal britânico, “a vontade de dissimular a dopagem chega até a cúpula de sua federação de atletismo”.
Porém, é enorme a diferença de escala entre os dois suspeitos máxima. Até 415 atletas russos estão implicados, mas “somente” 77 quenianos teriam dado resultados anormais nos testes de sangue.
A Agência Mundial Antidopagem (AMA) confirmou a veracidade das denúncias e disse estar “alarmada”. O dossiê não dá nomes e o jornal britânico afasta dúvidas sobre o jamaicano Usain Bolt, mas diz que figurariam dez campeões dos Jogos Olímpicos de Londres 2012.
O governo da “nova Rússia” quer a tudo custo se enfeitar de sucessos, ainda que fajutos, como o fazia outrora a velha URSS.
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