Fórum Internacional “A família numerosa e o porvir da humanidade” presidido pelo Patriarca Kiril de Moscou, "agente Mikhailov" para a KGB |
As aparências não são as mesmas, mas a estratagema segue o antigo esquema: criar uma quinta coluna no Ocidente para depois derrubá-lo mais facilmente.
A URSS havia chegado a montar uma extensa rede, “neutra” para inglês ver, dedicada a ‘promover a paz’ no Ocidente.
Inúmeras associações ‘pela paz’ foram então criadas, fingindo não manter relações privilegiadas com os amos do Kremlin.
Falando o rabino chefe da Rússia Shlomo Dovber Pinchas Lazar |
A cartilha do esquema permaneceu nas gavetas da KGB e agora está voltando a ser aplicada com força. Além da ‘paz’, as bandeirolas dos ‘companheiros de viagem’ levam outras inscrições não menos enganadoras: vida, família, valores tradicionais, etc.
Exemplo eminente dessa nova rede de ‘companheiros de viagem’ foi a reunião em Moscou, nos dias 10 e 11 de setembro de 2014, de um Fórum Internacional intitulado “A família numerosa e o porvir da humanidade”.
O Kremlin facilitou modernas instalações, hotéis e financiamento. O Fórum foi presidido pelo patriarca de Moscou (o ex-agente ‘Mikhailov’ da KGB), o grande rabino e o grande mufti da Rússia, por deputados e funcionários de Putin, bem como pelo deputado francês no Parlamento Europeu Aymeric Chauprade (Cfr. Medias Presse Info).
Coube a este último fazer uma bombástica bajulação a Vladimir Putin e uma colérica invectiva contra o Ocidente, notadamente contra os EUA, como nos tempos mais sórdidos da URSS.
“A guerra do mundialismo euro-americano contra as nações está em andamento”, disse. “É uma guerra que visa estabelecer um mundo unipolar dominado pelos EUA e pelas oligarquias europeias”.
O eurodeputado francês Aymeric Chauprade
teceu louvores a Putin e convidou a formar
uma internacional em torno do chefe do Kremlin
Após apostrofar as “ações ilegais e assassinas do governo ucraniano instalado em Kiev”, o eurodeputado entoou louvores à Rússia, “que se reergueu desde 1999 pelo mérito de seu presidente Vladimir Putin”.
Para o eurodeputado Choprade, a “nova URSS” “é a esperança do mundo hoje. Eu proponho que todos os patriotas se unam em torno dela!”
O palestrante exortou os presentes a formarem uma espécie de internacional pelas nações e pela vida obediente à Rússia contra o Ocidente representado pelos EUA. (Ouça o programa de Rádio Moscou com a íntegra do discurso, ou faça download do MP3: http://cdn.ruvr.ru/2014/09/12/15/SEM_YA_-_KOVCHEG_SPASENIYa.mp3).
Três quartas partes dos presentes aparentavam ser agentes enviados pelo regime para encher o auditório.
Putin também está tentando alistar ‘companheiros de viagem’ em outros setores profissionais ou culturais.
Mas não teve idêntica sorte com o III Congresso Internacional de Moscou, de filólogos e tradutores russos e estrangeiros, o qual contou com a participação de 300 delegados de 55 países, segundo noticiou a agência “Asia News”.
Malgrado a pesada presença de representantes do Kremlin e do patriarcado de Moscou, os participantes não puseram a mão na cumbuca oferecida por Putin em nome da confraternização dos povos pela língua.
A Declaração Final do Congresso fez serenas, mas severas acusações contra a política da Rússia na crise ucraniana.
“Exprimimos o nosso protesto contra as políticas do governo russo; contra a invasão militar da Ucrânia; contra a propaganda de ódio que distorce a realidade e incita as pessoas à violência”.Desejaria receber atualizações gratis e instantâneas do blog 'Flagelo russo' no meu E-mail
Segundo os tradutores e intérpretes que assinaram o documento, as ações da Rússia “danificam o intercâmbio cultural, a liberdade de expressão e a diplomacia”.
“Não pode ser que a guerra fratricida, portadora de morte, sofrimento, destruição e alienação, reflita os interesses da sociedade russa”, prossegue o documento final.
“A Ucrânia e a Rússia têm uma longa história em comum, estão estreitamente vinculadas pelo idioma e pela religião, pelas tradições, pelas relações familiares e profissionais.
“Mas durante muitos meses a imprensa russa vem negando e pondo em dúvida essa história comum, cavando profundas trincheiras entre nossos dois povos.
“A guerra entre a Rússia e a Ucrânia ameaça destruir em longo prazo e por completo qualquer sentimento de comunidade”, concluiu o documento, que recusou uma vil subserviência à máquina de propaganda do Kremlin.
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