Béla Biszku, membro do PC húngaro condenado por crimes de guerra contra a população civil desarmada |
Recentemente a Justiça húngara condenou Béla Biszku – membro do Partido Comunista e hoje com 92 anos – a cinco anos e meio de prisão por crimes de guerra cometidos contra a população civil desarmada em 1956.
Trata-se do primeiro processo de um antigo líder civil comunista desde o fim da escravidão do país à ditadura soviética, noticiou “Libération” de Paris.
Biszku supervisionava o conselho militar que mandou abrir fogo contra os civis durante manifestações de protesto em Budapest no dia 6 de dezembro (quatro mortos), e em Salgotarjan (norte do país), em 8 dezembro (46 mortos).
As vítimas não foram insurrectos em armas, mas civis que protestavam pacificamente.
Biszku foi premiado com o Ministério do Interior de 1957 a 1961 e com a vice-presidência do Conselho de Ministros até 1978, ano em que se retirou da política.
Desde o fim dos anos 90 a Hungria condenou uma quinzena de chefes de polícia e oficiais do exército. Mas o processo de Béla Biszku – quem era apenas uma peça da máquina comunista que ficou quase intocada na Europa do Leste – foi arquivado.
Em 2009-2010, dois jornalistas de um blog de direita reencontraram o ex-hierarca comunista, e Biszku declarou em vídeo que não via razão para pedir perdão por seus crimes.
Civis sob o fogo da repressão. Budapest 1956 |
Os crimes do comunismo não foram objeto de um processo proporcionado e justo.
Basta considerar a falta de proporção com a condenação dos delitos do nacional-socialismo, seu aliado no desencadeamento da II Guerra Mundial.
Em 1956, a Hungria tentou recuperar sua independência e libertar-se da bota soviética. Os combates de rua mataram 2.500 populares magiares e entre 600 e 700 soldados soviéticos.
Executaram-se 225 pessoas e mais de 20.000 foram encarceradas durante a represália comunista, segundo o Instituto de Pesquisa sobre 1956 – 56’os Intézet.
O Cardenal Mindszenty é libertado da prisão comunista, 31-10-1956 |
Quando os tanques russos invadiram Budapest, ele se refugiou na legação comercial americana, ali permanecendo durante vários anos numa espécie de cárcere domiciliar.
No pontificado de Paulo VI o cardeal foi dali retirado, pela pressão combinada dos ditadores marxistas – que viam nele um perigo latente contra a ditadura socialista – e da “Ostpolitik” vaticana, que ansiava granjear a amizade dos inimigos de Deus.
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