domingo, 13 de agosto de 2023

Putin cria ‘gulags’ para escravizar civis ucranianos

Putin restaura sistema soviético de Gulags para prender ucranianos secuestrados. Na foto, o campo de Perm
Putin restaura sistema soviético de Gulags para prender ucranianos sequestrados.
Na foto, o campo de Perm
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Milhares de civis ucranianos estão presos na Rússia e nos territórios ucranianos que Moscou invadiu, em novas alas de velhas prisões e até em porões úmidos. Moscou não lhes reconhece nenhum status sob sua lei como nos tempos soviéticos.

O infeliz destino desses civis é de acordar no frio intenso muito antes do amanhecer, fazer fila para o único banheiro sob a mira de uma arma e passar 12 horas ou mais cavando trincheiras para os soldados russos, segundo testemunhos recolhidos pela agência Associated Press e divulgadas pelo “O Estado de S.Paulo”.

Na invadida Zaporizhzhia, outros civis cavam valas comuns no solo congelado para os prisioneiros que não conseguem sobreviver. Um condenado sem processo que se recusou a cavar foi baleado no local.

A Rússia planeja escravizar mais muitos milhares de inocentes segundo documento obtido pela Associated Press datado em janeiro de 2023 com planos para criar 25 novas colônias prisionais e seis outros centros de detenção na Ucrânia ocupada.

O presidente russo Vladimir Putin mandou por decreto que os habitantes do território ucraniano ocupado sejam deportados por se resistirem à ocupação russa para recrutar uma massa de novos escravos.

Sala de torturas em Izium, Ucrânia
Sala de torturas em Izium, Ucrânia
Os civis são presos com pretextos até ridículos como falar ucraniano ou ser jovem.

Ou acusações infundadas de terrorismo ou de atividades contrárias a “operação militar especial”, sofisma russo para falar da guerra de invasão.

Centenas são usadas para trabalho escravo pelos militares da Rússia.

A tortura faz parte da rotina, incluindo choques elétricos repetidos, espancamentos e sufocamento simulado.

Muitos ex-prisioneiros disseram à AP que testemunharam assassinatos. A ONU documentou no final de junho 77 execuções sumárias de civis cativos e a morte de um homem devido à tortura.

A ONU disse também que há evidências de civis usados como escudos humanos perto das linhas de frente.

Prisões para civis ucranianos escravizados, em Izium
Prisões para civis ucranianos escravizados, em Izium
Relatos de 20 ex-detentos, ex-prisioneiros de guerra, imagens de satélite, mídias sociais, documentos do governo foram entregues pela Cruz Vermelha, confirmando o sistema russo de detenção e abuso de civis que reedita os piores tempos soviéticos.

O número dos escravizados ucranianos sem justiça seria de pelo menos 4.000 na Rússia e pelo menos o mesmo número nos territórios ocupados, disse Vladimir Osechkin, ativista de direitos humanos russo que está exilado.

Artem Baranov e Yevhen Pryshliak, que faziam caminhadas noturnas com seus cachorros tiveram a casa invadida por 15 soldados russos armados, saqueada e ficaram na prisão local, até serem transferidos para uma nova prisão em Sebastopol, na Crimeia. Baranov escreveu que foi acusado de espionagem.

Centenas de civis, como Olena Yahupova, uma administradora civil de 50 anos, acabam forçados a cavar trincheiras na Ucrânia ocupada.

As violações das mulheres são generalizadas e sistemáticas, e Olena foi torturada na casa e na cela e, por fim, levada a cavar trincheiras para o exército russo.

Civis que não resistiram foram enterrados em valass comuns em locais recónditos
Civis que não resistiram foram enterrados em valas comuns em locais recônditos
Quando Olena voltou para casa depois de mais de cinco meses, tudo havia sido roubado e seu cachorro havia sido baleado.

Ela viajou milhares de quilômetros pela Rússia para voltar a linha de frente na Ucrânia, onde se reuniu com seu marido servindo nas forças ucranianas. Os dois estavam casados no civil e tinham filhos, mas depois do sofrido se casaram na igreja.

O oceano de dor e injustiça que se abateu sobre a Ucrânia fez que muitos que antes não ligavam para a religião, se voltassem para Cristo e sua Igreja.

Fatos repetidos como este evocam o cumprimento futuro da conversão do mundo eslavo e russo que prometeu Nossa Senhora de Fátima.


domingo, 23 de julho de 2023

Moscou entra na América Latina nos braços de Pequim (2)

Avião russo no aeroporto do El Calafate
Avião russo no aeroporto do El Calafate
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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continuação do post anterior: Moscou entra na América Latina nos braços de Pequim (1)


Intrigantes viagens russas


Enquanto Lavrov girava pelo Brasil e pela Venezuela, causou estranheza a aterrissagem em El Calafate, Santa Cruz (Argentina), procedente de Moscou com escala em São Paulo, de um avião russo que conseguiu driblar controles internacionais.

El Calafate é a localidade patagônica preferida pela vice-presidente Cristina Kirchner para seus negócios ilegais.

Foi apresentado um pedido de investigação sobre esse avião na Câmara de Deputados argentina, obviamente desatendido pelo governo (cfr. Clarín).

Só se soube que nele chegou o magnata Andrey Kostin, conhecido como “o banqueiro de Putin”, financista da invasão à Ucrânia, acompanhado por Alexander Katunin, outro longa manus de Putin, noticiou o Clarín.

Os três envolvidos — Kostin, Katunin e Kirchner — foram apelidados de “tríplice K”.

Nesses mesmos dias a Justiça americana ordenou o confisco de um Jumbo 747 retido há um ano no aeroporto Internacional de Buenos Aires.

Ele chegou pilotado por um ex-chefe do terrorismo iraniano com cumplicidades nacionalistas-chavistas, suspeito de participar de atentados contra alvos judeus na capital argentina que fizeram mais de uma centena de mortos (Cfr. Clarín).

Papa Francisco tenta envolver o Brasil


Putin e Papa Francisco gostariam envolver Lula de seu lado no conflito bélico da Ucrânia
Putin e Papa Francisco gostariam envolver Lula de seu lado no conflito bélico da Ucrânia
Desde o início da guerra, apesar da divulgação das crueldades inenarráveis perpetradas pelas tropas russas contra idosos, mulheres e crianças ucranianos, o Papa Francisco vinha manifestando sorrateira simpatia pelo déspota do Kremlin, mas nos últimos meses moderou essa sua simpatia pelo putinismo.

Tudo passou a correr como se o Pontífice depositasse em Lula a esperança de uma mediação favorável ao ditador russo que ele próprio não conseguiu.

A tentativa chegou a parecer iminente no anúncio da visita de Lula ao Papa, mas ficou frustrada.

Por iniciativa do governo brasileiro Putin conversou com Lula, e disse não compartilhar os termos do diálogo proposto. Ele o teria convidado para participar do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, mas Lula disse ter recusado, reafirmando seu posicionamento ao lado da China, Índia e Indonésia “pela paz”, informou O Tempo de Brasília.

Nesses mesmos dias, agentes russos ocuparam a central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, violando compromissos e despertando o temor de uma sabotagem que provocaria uma nuvem radioativa maior do que a gerada pela explosão da usina de Chernobyl em 1996.

A Rússia acabava de dinamitar em Kakhovka a maior barragem da Ucrânia, causando dezenas de mortes e alagando uma grande superfície.

O misterioso Boeing venezuelano-iraniano retido em Ezeiza há mais de um ano e que é fequerido pelos EUA
O misterioso Boeing venezuelano-iraniano retido em Ezeiza há mais de um ano
e que é requerido pelos EUA
O presidente ucraniano advertiu que a central nuclear corria o mesmo perigo, citando o Brasil e demais países que se envolveram em negociações com a Rússia.

Pouco depois estourou a rebelião armada das milícias Wagner, chefiadas pelo até então “favorito” de Putin, Yevgeny Prigozhin, o que fez o país beirar a guerra civil.

Conflitos análogos os governos próximos de Putin poderiam fazer alastrar em nossos países do modo mais indesejável possível.

Mantenhamo-nos distantes desse flagelo anunciado por Nossa Senhora de Fátima que é a Rússia, que se aproxima de nós de braços dados com a China, enquanto as esquerdas da América Latina lhe estendem as mãos.


domingo, 16 de julho de 2023

Moscou entra na América Latina nos braços de Pequim (1)

Lavrov procura envolver o Brasil
Lavrov procura envolver o Brasil, sem se fotografar com Lula
Luis Dufaur
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A China vem entrando na América Latina através de colossais investimentos econômicos, sobretudo na América do Sul.

Eles encobrem uma estratégia de conquista político-militar visando a hegemonia universal, objetivo supremo de Mao Tsé Tung para o regime comunista chinês.

Mas não entra sozinha.

Ela o faz de mãos dadas com a Rússia de Putin, a qual está muito diminuída do ponto de vista econômico, militar e político com a cada vez mais catastrófica e criminosa invasão da Ucrânia.

A Rússia que está impossibilitada de reeditar as infiltrações ideológicas e subversivas do tempo da URSS, tenta entrar em nossos países pendurada no dragão vermelho de Pequim.

Em abril, o chanceler russo Serguei Lavrov veio ao Brasil para levar Lula a reafirmar suas posições partilhadas com o autocrata da China, Xi Jinping.

Lula se alineia com Pequim
Lula se alineia com Pequim
No final do encontro, voltaram a jogar a culpa pela guerra da Ucrânia nos EUA, na União Europeia e no presidente ucraniano Volodimir Zelenski com as palavras do presidente russo Vladimir Putin, o que gerou mal-estar no País, registrou o Correio Braziliense.

Após a visita, o Kremlin comemorou a proposta do atual ocupante da Presidência brasileira de criar um clube de mediação neutro para a guerra da Ucrânia, que de fato favoreceria os interesses russos.

Lula também sugeriu que a Ucrânia entregasse a Criméia, anexada ilegalmente por Putin em 2014.

Logo depois, no retorno de sua viagem a Pequim, Lula se expandiu em ataques aos EUA, acusando-os pela continuidade da guerra e propondo abandonar o dólar como moeda de troca internacional, registrou o site de esquerda PolíticaLivre.

O chanceler moscovita prosseguiu sua viagem passando por Caracas, onde elogiou as ditaduras “mais fiéis” da Venezuela, de Cuba e da Nicarágua, qualificando-as de “países que escolhem seu próprio caminho”.

Aos países latino-americanos, Moscou propõe ser “necessário unir forças para conter as tentativas de chantagem e pressão unilateral ilegal do Ocidente”, noticiou A Gazeta do Povo.

A proposta pode arrastar nossos países para uma espiral fatídica em cujo fim se vislumbra uma III Guerra Mundial.

Pois tendo a invasão da Ucrânia e as tendências para uma guerra civil na Rússia dividido o mapa geopolítico do mundo, o Kremlin quer o maior apoio possível para atrair a América Latina, observou a BBC de Londres.

Putin e Xi Jingping mantém estreita relação pela formação marxista, mas China se afasta dos fracassos russos
Putin e Xi Jinping mantém estreita relação pela formação marxista,
mas a China se afasta dos fracassos russos
Viajando a Moscou, o ditador chinês Xi Jinping, que finge ser um facilitador da paz, deu claro sinal de apoio a Putin, de quem é um forte aliado, mas fez prudentes silêncios considerando os fracassos bélicos russos na Ucrânia, e desmoronamento da imagem de Putin no Ocidente.

Por sua vez, o presidente da martirizada Ucrânia pediu à América Latina sanções e munição contra a Rússia, mas a maioria dos países não atendeu ao pedido.

A BBC destacou a inconsistência “dessa suposta neutralidade” de certos países latino-americanos quando se trata de apoiar a Rússia.

E a América Latina ficou posta diante da alternativa entre perder estreitas relações comerciais com os chineses ou aderir à diplomacia sino-russa de fundo comunista.

A guerra na Ucrânia coincidiu com uma onda de presidentes de esquerda na América Latina, apoiados por coalizões que historicamente têm afinidade com a ex-União Soviética.

Lula quase disputa a Madura a sujeição a Moscou e Pequim
Lula quase disputa a Madura a sujeição a Moscou e Pequim
É o caso do PT de Lula e de um grupo de ditaduras latino-americanas que simpatizam com a Rússia no conflito, em especial Venezuela, Cuba, Nicarágua e Bolívia.

Em recepção ao ditador venezuelano Nicolás Maduro em Brasília, o presidente petista adotou os slogans preferidos de Putin como “multipolaridade”, escreveu Metrópoles.

Maduro e companheiros de viagem usam o termo para deblaterar contra um pretenso “mundo unipolar” dominado pelos EUA.

Mas dão prioridade à China e à Rússia, que Maduro definiu como “irmãos maiores” dos países latino-americanos e destinados por isso a nos chefiar.

Putin ameaça que “quem não entender” essa nova ordem geopolítica “vai perder”, glosando as doutrinas ocultistas e apocalípticas de seu filósofo preferido Alexander Dugin.


continua no próximo post: Moscou entra na América Latina nos braços de Pequim (2)

domingo, 2 de julho de 2023

“Desintegração” da Rússia contagiaría o mundo

A população acompanhou a revolta e os sublevados tomaram o quartel geral do excército em Rostov sem esforço
A população acompanhou a revolta
e os sublevados tomaram o quartel geral do exército em Rostov sem esforço
Luis Dufaur
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Documento interno do governo britânico alertou para uma possível “desintegração e balcanização” da Rússia após o motim dos mercenários de Wagner.

“A Grã-Bretanha deve se preparar para o colapso repentino da Rússia”, em um processo que poderá ser tão rápido quanto o motim, acrescenta alarmantemente.

A ausência de resistência militar ao motim teria revelado que “algo novo está nascendo” entre o exército russo, provavelmente voltado contra seu alto comando.

Em Rostov, central militar para a invasão da Ucrânia, ninguém se opôs ao revoltoso que injuriava os chefes do exército e lhes atribuía o fracasso bélico. Em Voronezh o povo aplaudiu os amotinados passando.

John Foreman, ex-adido de defesa britânico em Moscou, disse que se Prigozhin tivesse derrubado a Vladimir Putin teria se configurado “o pior cenário possível”.

Lord Richards de Herstmonceux, ex-chefe britânico do Estado-maior de Defesa, especula que “temos um longo caminho a percorrer que é o pior dos mundos para o Ocidente”.

Sir Roderic Lyne, ex-embaixador britânico na Rússia, considera que “as chances de Putin ficar indefinidamente no poder ficaram reduzidas” contra sua vontade.

O motim dos milicianos patenteou a explosividade da união russa
O motim dos milicianos patenteou a explosividade da união russa
A Rússia se livrou do motim, mas ficou à beira da desintegração
, acrescenta o informe, Putin não pode fugir de suas responsabilidades quando está perdendo a guerra. É por isso que esse motim é o começo de seu fim, diz o relatório.

Ainda não há definições claras dos chefes de defesa russos, e só o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, apareceu na TV pública.

Putin estaria executando um “expurgo” militar para evitar outra rebelião numa guerra que já custou mais de 200.000 mortos e desaparecidos.

O motim mostrou o que pode acontecer na Rússia nos próximos meses com os diferentes movimentos da Chechênia, Komi e Arcangel, que querem se separar de Moscou.

A Europa não entendeu até agora que a Rússia pode entrar rapidamente em uma guerra civil. Cada corporação, cada prefeito e cada oligarca poderoso está construindo sua própria milícia privada, em função do que pode vir, provocando guerras civis infindas dentro do imenso território russo.

Wagner domina minas de ouro no Sudão, depósitos de energia na Líbia, urânio no Congo, gás e petróleo em Moçambique e sua impressionante sede central em São Petersburgo opera “normalmente” e continua a “recrutar”.

Em 24 horas os mercenários tomaram duas cidades quando não conseguiram capturar Bakhmut em 6 meses. Será que alguém os ajudou? Quem?

Putin abalado pelo fracasso na Ucrania e o motim militar procura 'expurgar' os dissidentes entre seus mais próximos
Putin abalado pelo fracasso na Ucrania e o motim militar
procura 'expurgar' os dissidentes entre seus mais próximos
Putin sobreviveu à rebelião, mas a avaliação na Europa é que seus dias estão contados.

Sua aura de invencibilidade foi destruída pela invasão fracassada da Ucrânia e o motim lhe deu o golpe de misericórdia. O fim é apenas uma questão de tempo.

A Polônia teme vê na Rússia um “vizinho muito perigoso”, mais ainda quando o regime de Putin se rompe.

Gabrielius Landsbergis, ministro das Relações Exteriores da Lituânia, pediu fortalecer o flanco oriental da OTAN com a implantação acelerada de novas brigadas em função de uma possível guerra que pode vir rapidamente.

“A principal coisa que estamos vendo é a imprevisibilidade da Rússia. Agora estamos vendo a rapidez com que as coisas podem acontecer”, disse o ministro.

A Alemanha se dispõe a enviar uma brigada para reforçar a defesa da Lituânia, disse Boris Pistorius, o ministro da Defesa alemão, “A infraestrutura necessária está pronta: quartéis, campos de treinamento e depósitos”, explicou.

Se uma explosão desagregadora acontecer os destroços de facções, povos, regiões e largos setores geográficos sairiam disparados em todas as direções na Europa e na Ásia.

Então, sim estaríamos diante de um cenário de tipo apocalíptico, que não é o da science fiction, mas o dos repetidos anúncios da Providência Divina para um mundo que se afastou de Deus.

O professor Plinio Corrêa de Oliveira previu um desfecho de imensas dimensões trágicas há mais de 30 anos quando a Rússia beirou uma guerra civil na fase final do governo de Mikhail Gorbachev.

A descrição do que então previu esclarece sobre o que hoje poderia vir à luz do noticiário ocidental:

“A URSS [N.R.: predecessora da atual Federação Russa] cairá no caos e desfechará num neotribalismo.

“Esse neotribalismo será um sistema de governo e de vida adotado nas tribos, mas evidentemente adaptado às circunstâncias modernas.

“Teríamos a dispersão das populações das cidades grandes e médias russas, para pontos populacionais de poucos habitantes, proprietários comuns das terras e que partilham o lucro que é para todos porque não há lucro individual.

“Esses pequenos centros independentes devem governar-se a si próprios, aceitando uma certa direção geral do governo do país”.

Seria a autogestão proposta pelo então todo-poderoso Michail Gorbachev, que contava entre seus imediatos seguidores, um então desconhecido jovem: Vladimir Putin

Prosseguia o Dr. Plinio: “O fato é que nenhum dos altos personagens do Estado que aparecem na mídia está conseguindo formular um projeto coerente para a instauração de uma ordem democrática.

“Caso acontecer uma guerra civil violenta, muitos russos não quererão entrar nela e no desespero vão procurar forçar os limites da Polônia e da Alemanha e invadir a Europa.

“Nesta hipótese a Rússia viraria uma fornalha caótica que despeja fragmentos étnicos e populacionais que se espalhariam pela Europa adentro”.


Na época desta explicitação o prof. Plinio Corrêa de Oliveira temia muitos males da invasão maometana que já estava em curso havia décadas na Europa toda.

As desordens hoje desencadeadas na Franca são apenas um subproduto dessa imensa penetração islâmica.

E já em 1991, o Dr. Plinio acenava “que na Europa se encontrarão mais uma vez as forças bárbaras do Ocidente e forças bárbaras do Oriente, procurando comprimir o que resta de Civilização Ocidental”. (excertos de palestra de 7-7-1991, sem revisão do Autor)


domingo, 18 de junho de 2023

Ecumenismo impossível com o furioso Patriarcado de Moscou

Na Ucrânia, clérigos cismâticos obedientes ao Patriarcado de Moscou atacam soldado ucraniano na igreja
Na Ucrânia, clérigos cismáticos obedientes ao Patriarcado de Moscou
atacam soldado ucraniano na igreja
Luis Dufaur
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A diplomacia vaticana há décadas tenta uma confraternização solidária com a igreja cismática russa chefiada pelo Patriarcado de Moscou, criação dos sovietes marxistas e grande propagandista das guerras de Putin.

O Papa Francisco I fez em direção a esse Patriarcado ateu grandes gestos ecumênicos concessivos antes e durante a atual guerra que escandalizaram os fiéis católicos ucranianos e de todo o mundo.

Mais recentemente a crueldade e injustiça exibida por Putin e seus servidores desse Patriarcado, obrigou o Pontífice a moderar suas posições pro-russas. Mas, nem por isso o Patriarcado de Moscou moderou sua fúria anti-cristã.

Um fato pequeno, mas revelador deu-se numa igreja na cidade ucraniana de Khmelnytskyi, descrito pelo “ABC” de Madri.

O “The New Voice of Ukraine” acrescentou mais dados Os padres do Patriarcado de Moscou atacaram ao soldado ucraniano Artur Ananiev que ingressou na igreja para satisfazer suas devoções.

Mas os sacerdotes que a administram obedecem ao Patriarcado de Moscou pro-russo. O fato é frequente em algumas igrejas cismáticas que após a tirania soviética foram confiscadas pelo comunismo e até agora não foram devolvidas a seus legítimos donos.

Quando os sacerdotes cismáticos pro-russos viram o soldado com o uniforme nacional, o expulsaram com violência incompatível com a espírito religioso.

O soldado sofreu uma concussão e um ferimento na cabeça como ficou registrado por uma filmagem das camarás de segurança.

A policia interveio e levou o soldado mas abriu um processo crime contra os sacerdotes pelo espancamento de um militar devidamente identificado pelo seu uniforme.

Os seguidores do Patriarcado de Moscou contaram sua história mas ficou evidente que o ódio do cisma russo vai além de qualquer consideração religiosa.


Sacerdotes do Patriarcado de Moscou na Ucrânia agridem soldado ucraniano na Igreja




domingo, 28 de maio de 2023

O Kremlin treme de modo inusual

Drones impactam o Kremlim, um atentado muito psicológico
Drones impactam o Kremlin, um atentado muito psicológico
Luis Dufaur
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Um misterioso ataque de drones ao Kremlin, um explosivo colocado em um carro que feriu um dos principais apoiadores da invasão da Ucrânia, secretário de Putin no Palácio Presidencial, quatro aeronaves militares de última geração derrubadas em um dia de testes, incêndios inexplicados por toda a Rússia além de um outro inexplicado no Ministério de Defesa e duas infiltrações de brigadas militares anti-Putin na fronteira sul, para só mencionarmos estos.

Com isso tudo dentro do país, a liderança do Kremlin “está tremendo”, escreveu Anna Nemtsova correspondente do “The Washington Post” que nunca viu tão grande abalo na cúpula do Kremlin.

Anna Nemtsova cobriu o regime de Vladimir Putin durante duas décadas e nunca viu tamanho caos e confusão. A toda hora os analistas do que se passa no cerne do regime putinista julgam ver sinais de intrigas palacianas verdadeiras ou falsas.

Drone ucraniano atinge base de Engels no interior da Rússia
Drone ucraniano atinge base de Engels no interior da Rússia
Aumenta a instabilidade o grande confidente de Putin, Yevgeniy Prigozhin, chefe da milicia preferida do ditador, o Wagner Group.

Em recentes vídeos Prigozhin xingou desbocadamente os principais comandantes militares russos e exige a punição do ministro da Defesa, Sergei Shoigu e do chefe do Estado-Maior Conjunto, general Valery Gerasimov.

O Kremlin carrega a sua óbvia corrupção e incompetência e os ucranianos intensificam sua guerra psicológica para exacerbar as divisões no regime herdeiro de Lenin e Stalin.

Ataques intensificados de drones a bases militares, refinarias de petróleo e depósitos de combustível (oficialmente não reconhecidos como o do Kremlin e o incêndio suspeito no Ministério de Defesa.)

Os ucranianos divulgam com insistência seus planos de contraofensiva que demora para sair, mas destrói os nervos russos.

Já tinham feito uma contra ofensiva surpreendentemente bem-sucedida para recuperar Kharkiv.

Prigozhin acusa os soldados do Exército Regular Russo de terem “fugido” da batalha em Bakhmut, acusa o alto comando de “traição à pátria” e promete ir a Moscou a acertar as contas com os deputados putinistas que defendem aos generais.

Prigozhin abandona Bakhmut xingando o alto comando russo
Prigozhin abandona Bakhmut xingando o alto comando russo
Prigozhin tirou propagandística foto no centro de Bakhmut anunciando a conquista de cidade onde ainda se combatia. Na realidade o centro já havia sido conquistado há tempo.

Logo a seguir anunciou que retirava seus milicianos e deixava só dois deles para defende-la caso o exército regular russo não conseguisse fazê-lo. Uma bofetada na cara dos generais.

Mas Prigozhin também é acusado de traição, e não se sabe se suas bravatas não visam postula-lo para sucessor de Putin.

Moscou disfarça mal suas impressionantes perdas. E Prigozhin piora os dados anunciando que só em Bakhmut morreram 10.000 de seus milicianos (20.000 em toda a guerra) e que outros 14.000 recrutados nos cárceres sumiram para não voltar.

Analistas ocidentais estimam que desde o início os russos sofreram algo mais de 200.000 baixas, além de muitos milhares de tanques e veículos militares, aviões e helicópteros.

Os líderes russos mostram medo. Na grande festa da vitória sobre a Alemanha nazista em 1945, Vyacheslav Gladkov, governador de uma região perto da fronteira ucraniana, disse que cancelaria a parada.

Soldados russos prisioneiros chegariam a 16.000
Soldados russos prisioneiros chegariam a 16.000
No Dia da Vitória de Putin, na Praça Vermelha, foi exibido um único tanque, relíquia de II Guerra Mundial, as tropas foram a metade em número do habitual, a força aérea só foi vista por um truque de imagem da TV oficial.

“Ninguém nos explica como seria vencer esta guerra”, disse a senadora Lyudmila Narusova, viúva de Anatoly Sobchak, mentor político de Putin. Os objetivos de 'desnazificação' e 'desmilitarização” não foram atingidos. Ante os ucranianos armados e equipados pelos ocidentais, Narusova afirma que “a meta de desmilitarizar a OTAN é inatingível."

Ninguém mais entende o plano de vitória de Putin.

O líder checheno Ramzan Kadyrov, aliado de longa data de Prigozhin, parece ter cortado relações com o chefe de Wagner, e as três principais forças russas no cerco de Bakhmut – Wagner, as milícias chechenas e o Exército regular – lutam entre si enquanto as tropas ucranianas avançam.

Abbas Gallyamov, ex-redator de discursos de Putin, disse à jornalista do “The Washington Post” que o Kremlin "está tremendo". Kiev comemora a eficácia de sua guerra psicológica contra o regime russo.

Pela Rússia toda milhares patenteiam seu descontentamento com Putin
Pela Rússia toda milhares patenteiam seu descontentamento com Putin

Segundo o “The New York Times”, a profundidade das lutas internas no governo russo é mais ampla e profunda do que se acreditava segundo um novo conjunto de documentos de inteligência secretos que vazaram online.

A principal agência de inteligência doméstica da Rússia, o Serviço Federal de Segurança (FSB), “acusou” o Ministério da Defesa do país “de ofuscar as baixas russas na Ucrânia” reforçando as diatribes de Prigozhin.

Pelos documentos o presidente russo, Vladimir Putin, não conseguiu uma vitória militar por brigas internas e acusações entre agências russas responsáveis pela guerra.

Soldados russos anti-Putin executam incursões armadas em território russo
Soldados russos anti-Putin executam incursões armadas em território russo
Putin há tempos se gabava de que a Rússia é o líder mundial em mísseis hipersônicos, que sistema ocidental algum conseguiria interceptar. Por fim mandou disparar seis desses, mas todos foram derrubados pelos veteranos mísseis Patriot americanos, como registrou a imprensa internacional.

Putin então resolveu prender três cientistas do o Instituto Khristianovich de Mecânica Teórica e Aplicada em Novosibirsk que trabalharam nesses mísseis hipersônicos acusados de “traição”.

A saída semeou pânico nos cientistas que trabalham nos projetos militares russos. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, falou de uma carta aberta de cientistas siberianos defendendo os indiciados, alegando que os processos infligiriam sérios danos à ciência russa.

E não são os primeiros que caem nas rédeas da vingança ditatorial.


domingo, 14 de maio de 2023

“Navios fantasmas” russos projetam sabotagens a cabos de internet e dutos de energia

Navios fantasmas russos espionam secretamente no Mar Báltico
Navios fantasmas russos espionam secretamente no Mar Báltico
Luis Dufaur
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Uma frota de 'navios fantasmas' enviados pela Rússia navega pelo Mar Báltico com transmissores desligados, para mapear parques eólicos offshore, gasodutos, linhas de energia e internet nas águas que cercam os países nórdicos para possíveis ataques de sabotagem, noticiou a agência europeia “Euronews”.

Estas são apenas alguns fatos documentados na série de documentários “The Shadow War” ("A guerra das sombras”), produzida por meios de comunicação estatais da Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega.

A série foca as operações de inteligência da Rússia na região para “em caso de conflito com o Ocidente, eles estarem prontos e saberem onde intervir se quiserem paralisar a sociedade dinamarquesa”, disse Anders Henriksen, do Serviço de Inteligência da Polícia Dinamarquesa (PET).

Os jornalistas seguiram especialmente o navio de pesquisa russo Almirante Vladimirsky no estreito de Kattegat.

O transmissor AIS, sistema usado para identificar navios e sua posição, foi desligado, mas o tráfego de rádio criptografado foi usado para rastreá-lo.

A investigação se concentrou em um navio russo chamado Almirante Vladimirsky. Fonte BBC
A investigação se concentrou no navio russo Almirante Vladimirsky. Fonte BBC
Um homem a bordo exibia uniforme, colete à prova de balas e um fuzil de assalto enquanto o navio passava por parques eólicos na Escócia, Inglaterra e Holanda.

Especialistas dizem que as informações coletadas durante essas viagens vão diretamente para o Kremlin.

“Esta é uma capacidade estratégica muito importante para a Rússia e é controlada diretamente desde Moscou”, disse Nils Andreas Stensønes, chefe do serviço de inteligência norueguês.

O Almirante Vladimirsky não é o único navio nesta atividade: os jornalistas identificaram 50 navios russos na última década com padrões semelhantes de conduta perto de campos de petróleo e gás, ou de exercícios militares da OTAN.

Homem armado confrontou o repórter quando ele se aproximou do navio. Fonte BBC
Homem armado confrontou o repórter quando ele se aproximou do navio.
Fonte BBC
A guerra na Ucrânia aumentou muito as tensões. “Os cabos são muito vulneráveis e a Rússia já passou muitos anos mapeando cabos de comunicação submarinos e infraestrutura de energia”, diz Karen-Anna Eggen, estudante de doutorado no Instituto Norueguês de Estudos de Defesa.

“Por meio de cooperações econômicas, a Rússia obteve acesso a dados sensíveis. Ela usa embarcações de pesquisa e pesca, para sondar e interromper, o que considero parte de uma preparação mais ampla caso a situação de segurança no Extremo Norte ou na Europa se torne mais tensa”, disse ela à “Euronews”.

Em abril de 2021, uma seção de cabo submarino perto da ilha norueguesa de Svalbard, usada por pesquisadores e militares, desapareceu; em dezembro do mesmo ano, um dos dois cabos principais que ligam Svalbard à Noruega continental também foi cortado.

Em 2022, depois que o gasoduto Nord Stream foi alvo de explosivos no Mar Báltico, a Noruega reforçou a segurança de sua infraestrutura offshore por medo de ataques.

Percurso do navio suspeito. Fonte BBC.
Percurso do navio suspeito. Fonte BBC.
Navios de pesca russos foram vistos cruzando os cabos de Svalbard várias vezes antes de as conexões serem cortadas.

“Este é um ponto geopolítico importante para a atividade militar russa. A Rússia nega qualquer responsabilidade, mas o tempo, local e capacidade corresponde ao fato”. “É um caso clássico de ação secreta para interromper, instilar medo e testar a resposta norueguesa”, acrescentou Karen-Anna Eggen.

É a primeira vez que quatro países nórdicos cooperam num projeto dessa magnitude e o que descobriram surpreendeu os jornalistas envolvidos.

“Devo dizer que fiquei surpreendido com o número de embarcações envolvidas nesta atividade. Não só a magnitude, mas também o intervalo de tempo em que aconteceu”, disse Håvard Gulldahl, jornalista da mídia norueguesa NRK.

Håvard Gulldahl acrescentou que especialistas civis e militares estavam cientes das atividades dos russos, mas houve uma “mudança de paradigma” desde o início da guerra na Ucrânia.

“Atividades que antes considerávamos benignas não são mais”, diz ele.

O 'Elektron' russo fotografado enquanto fugia de um guarda costas norueguês
O 'Elektron' russo fotografado enquanto fugia de um guarda costas norueguês
A BBC ecoou a investigação conjunta de emissoras públicas na Dinamarca, Noruega, Suécia e Finlândia e entende que as autoridades britânicas estão cientes de que navios russos se movimentam pelas águas do Reino Unido como parte do programa, resumiu “Mar sem fim”.

Os países europeus investiram fortemente em parques eólicos no Mar do Norte. O Reino Unido lidera com a maior quantidade de capacidade instalada, representando 40,8%. Segue-se a Alemanha com 32,5%. 

A Dinamarca continua a ser o terceiro maior mercado com 10,1% enquanto a Holanda (8,8%) e a Bélgica (5,6%) ocupam o quarto e quinto lugares, respectivamente. Juntos, representam 97% de todas as turbinas conectadas à rede na Europa.

Acontece que a Europa está em guerra e Putin já tentou asfixiar a UE com o corte de suas instalações de gás, comentou “Mar sem fim”.

Campos de energia eóilica estão sendo mapeados para destruição em caso de guerra. Fonte BBC
Campos de energia eólica estão sendo mapeados
para destruição em caso de guerra. Fonte BBC
A BBC, citando um agente de contraespionagem dinamarquês, disse que os planos de sabotagem estão sendo preparados para o caso de um conflito aberto com o Ocidente.

Para a BBC uma das opções dos russos consiste em danificar as comunicações ou derrubar os sistemas de energia dos países para gerar caos.

Hoje, no subsolo marinho existem mais de 380 cabos submarinos com 1,2 milhão de quilômetros de extensão. É através deles que circulam os dados da internet, para ficarmos só neste exemplo, conclui “Mar sem fim”.


domingo, 7 de maio de 2023

Por aborto e vícios Rússia se esvazia de habitantes

O interior russo se desertifica
O interior russo se desertifica
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







A imoralidade reinante na Rússia, malgrado os esforços da propaganda putinista e cismática para ocultá-la, está jogando o país numa espiral de morte demográfica.

A má notícia é preocupante para os países vizinhos, porque o ditador do Kremlin pode estar em busca de conquistas militares para preencher o vazio populacional.

O número de mortes ultrapassa o de nascimentos quase todo ano e não só pela invasão da Ucrânia que fez até o momento uma cifra aproximada de 200.000 mortos, desaparecidos ou prisioneiros sem contar algumas centenas de milhares de feridos ou inabilitados, estimou o “Estado de S.Paulo”.

O campo fica sem trabalhadores
O campo fica sem trabalhadores
 recrutamento obrigatório de numa primeira fase 300.000 “reservistas” provocou a fuga de mais de um milhão de russos de meia idade, em geral formados em profissões chaves.

Na imoralidade soviética, a população russa vinha parando de crescer, mas não ao ritmo atual.

A população atingiu seu pico em 1993, com 148,6 milhões.

No início de 2022, havia estimados 145,6 milhões de habitantes, ou seja, um declínio de 2%, enquanto que a população dos EUA cresceu 33% no período equivalente que vai de 1990 a 2020.

A expectativa de vida dos russos, segundo o Banco Mundial é de 71 anos; nos EUA é de 77. Entre homens: nos EUA, a expectativa de vida é de 75 anos; na Rússia, é de 66 atribuída ao abuso do álcool e da droga.

A população vai rareando
A população vai rareando
A Rússia tem a 11.ª maior economia do mundo, mas em expectativa de vida figura na 96.ª posição.

Segundo Nicholas Eberstadt, pesquisador do American Enterprise Institute, a taxa de nascimentos na Rússia é de apenas 1,5 filho a cada mulher — bem abaixo do nível de reposição (dois filhos por mulher).

Na Rússia o sistema de saúde pública é terrível, e seus níveis extremo de alcoolismos e drogas são sinais de desespero.

Durante a pandemia de covid-19, entre 2020 e 2023, o verdadeiro número de mortes teria ficado entre 1,2 milhão a 1,6 milhão, segundo The Economist, superando os EUA cuja população é mais de duas vezes maior.

“O índice-médio de mortes de soldados russos mensalmente é pelo menos 25 vezes maior do que o índice de mortos por mês na guerra da Chechênia e 35 vezes maior do que o índice de mortos no combate em Afeganistão”, relata o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

Assim a Rússia deverá ter 135 milhões de habitantes até 2050 e 126 milhões até 2100.

Os jovens abandonam o interior e correm para Moscou e São Petersburgo
Os jovens abandonam o interior e correm para Moscou e São Petersburgo
Então o atual nono país mais populoso do planeta, cairá para a 22.ª posição.

Os dias da Rússia enquanto grande potência estão demograficamente contados pela imoralidade do reinado de Vladimir Putin.

Putin chegou a afirmar que a Rússia poderia ter uma população de 500 milhões não fosse a dissolução, em 1991, da União Soviética, que ele qualificou como “a maior catástrofe geopolítica do século”.

Sua invasão à Ucrânia pode ser considerada um estratagema para aumentar a população russa à força.

O fato ter sequestrado pelo menos 11 mil crianças ucranianas parece especialmente sinistro sob essa luz.

Stephen Sestanovich, ex-embaixador americano nas repúblicas soviéticas considera que Putin está agitado por “um delírio febril de declínio”.

A população que fica no interior está empobrecida, Kamchatka
A população que fica no interior está empobrecida, foto em Kamchatka
O despovoamento da Rússia, afirmou o embaixador, “alimenta o senso apocalíptico de Putin com o a fantasia de talvez conquistar 40 milhões de pessoas na Ucrânia para resolver o seu problema”.

Putin tentou mobilizar 300 mil soldados em 2022 mas precisa de outros 400 mil combatentes para continuar infligindo grande sofrimento ao povo da Ucrânia.

Portanto, há pouca esperança de que o “loop demográfico apocalíptico” evite que Putin se torne mais desesperado e perigoso.