domingo, 31 de março de 2019

Para não serem pegos guerreando no exterior

Soldado russo tirou selfie combatendo na Ucrânia.
Postou em rede social onde foi pego por jornalista
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs








Os soldados russos ficaram proibidos de tirar selfies ou fornecer informações pessoais em redes sociais que permitam localizá-los ou identificá-los.

A lei foi aprovada esmagadoramente pela Câmara baixa da Duma, Parlamento da Rússia, com 90,7% dos votos.

Deve ser ratificada pelo Senado, onde certamente será aprovada pois atende à vontade do presidente Vladimir Putin.

Além do sigilo militar, a lei obedece a uma grave preocupação em proteger o intervencionismo bélico russo no exterior.

Putin garante na TV não haver soldados russos lutando pelo separatismo na Ucrânia. A prova da mentira apareceu pouco depois.
Putin garante na TV não haver soldados russos lutando pelo separatismo na Ucrânia.
A prova da mentira apareceu pouco depois.
De fato, nos últimos anos, foram identificados soldados russos combatendo pelo lado separatista pró-Moscou do leste da Ucrânia, fato que o presidente Putin negou desavergonhadamente.

A fraude do Kremlin foi posta em evidencia quando jornalistas investigativos recolheram selfies e informações de soldados em combate ilegal publicadas em redes sociais russas.

Os fundos das fotos e outros pormenores permitiram identificar exatamente o local de combate onde os soldados armados, mas sem identificação, tiraram alguma selfie ou foto comum.

Os deputados deram forma legal a uma instrução de 2017 do Ministério da Defesa russo, que recomendava discrição às tropas : nada de selfies, fotos de colegas fardados ou “check-ins” que permitam a jornalistas ou a inimigos localizarem os militares, explicou a “Folha de S.Paulo”.

O jornalista que descobriu selfies reveladoras, pousou no mesmo local.
O jornalista que descobriu selfies reveladoras, pousou no mesmo local.
A lei prevê que as Forças Armadas submetam quem a desrespeita a “medidas disciplinares”, sem especificar quais seriam.

A discussão se insere no contexto da relação cada vez mais desconfiada da Rússia de Putin com a internet, vista como um foco continuado de manifestações de descontentamento com o establishment político oficial.

O governo russo disse considerar a execução de um teste de desconexão da internet do país de servidores estrangeiros.

A ideia é fazer todo o tráfego de informações ser direcionado para roteadores controlados pelo Kremlin.

A justificativa para o teste, que poderia ocorrer em abril, é proteger a Rússia de uma tentativa de desligamento da internet no país por potências ocidentais, que controlam os servidores que servem de base para os sistemas de endereço da rede mundial de computadores.

O governo Putin alega que os países ocidentais poderiam eventualmente fazer um grande ataque cibernético contra a Rússia.

Críticos do Kremlin temem, contudo, que o "teste" seja uma experiência para viabilizar um sistema de controle de informações centralizado pelo governo.

Controle no estilo aplicado na China, ditadura comunista que bloqueia o acesso aos sites que o regime considera prejudiciais.


Vídeo: Soldados russos combatentes na Ucrânia pegos pelas selfies (completo)




Vídeo: Soldados russos combatentes na Ucrânia pegos pelas selfies (resumo compacto)




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