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Soldado russo tirou selfie combatendo na Ucrânia. Postou em rede social onde foi pego por jornalista |
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Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Os soldados russos ficaram proibidos de tirar selfies ou fornecer informações pessoais em redes sociais que permitam localizá-los ou identificá-los.
A lei foi aprovada esmagadoramente pela Câmara baixa da Duma, Parlamento da Rússia, com 90,7% dos votos.
Deve ser ratificada pelo Senado, onde certamente será aprovada pois atende à vontade do presidente Vladimir Putin.
Além do sigilo militar, a lei obedece a uma grave preocupação em proteger o intervencionismo bélico russo no exterior.
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Putin garante na TV não haver soldados russos lutando pelo separatismo na Ucrânia. A prova da mentira apareceu pouco depois. |
A fraude do Kremlin foi posta em evidencia quando jornalistas investigativos recolheram selfies e informações de soldados em combate ilegal publicadas em redes sociais russas.
Os fundos das fotos e outros pormenores permitiram identificar exatamente o local de combate onde os soldados armados, mas sem identificação, tiraram alguma selfie ou foto comum.
Os deputados deram forma legal a uma instrução de 2017 do Ministério da Defesa russo, que recomendava discrição às tropas : nada de selfies, fotos de colegas fardados ou “check-ins” que permitam a jornalistas ou a inimigos localizarem os militares, explicou a “Folha de S.Paulo”.
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O jornalista que descobriu selfies reveladoras, pousou no mesmo local. |
A discussão se insere no contexto da relação cada vez mais desconfiada da Rússia de Putin com a internet, vista como um foco continuado de manifestações de descontentamento com o establishment político oficial.
O governo russo disse considerar a execução de um teste de desconexão da internet do país de servidores estrangeiros.
A ideia é fazer todo o tráfego de informações ser direcionado para roteadores controlados pelo Kremlin.

O governo Putin alega que os países ocidentais poderiam eventualmente fazer um grande ataque cibernético contra a Rússia.
Críticos do Kremlin temem, contudo, que o "teste" seja uma experiência para viabilizar um sistema de controle de informações centralizado pelo governo.
Controle no estilo aplicado na China, ditadura comunista que bloqueia o acesso aos sites que o regime considera prejudiciais.
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