Flagrante da explosão na Rússia durante teste de míssil com combustível nuclear |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Moscou reconheceu que um míssil de propulsão nuclear explodiu em sua base de Severodvinsk, no Círculo Polar Ártico.
A explosão radioativa poderia ser comparável a uma nova Chernobyl, escreveu o jornal espanhol “El Mundo”.
Em Severodvinsk funciona uma das principais instalações de investigação e desenvolvimento da Marinha russa que constrói e testa misseis balísticos, intercontinentais e de meio alcance. Também monta submarinos nucleares e convencionais.
Só quatro dias depois da explosão nuclear, as autoridades russas reconheceram que ela esteve ligada a provas com “novas armas”.
O número das vítimas – oficialmente sete – não é confiável, mas se tratou em qualquer caso de técnicos civis e militares da base dedicados a essas tarefas.
Especialista americanos atribuem a libertação da radiação a uma falha enquanto os russos testavam o míssil de propulsão nuclear Burevestnik 9M730.
Trata-se de uma das novas “superarmas” com que Vladimir Putin ameaçou Ocidente para compensar a força militar dos EUA no novo cenário criado pelo fim tratado de armas nucleares intermédias que retroagiu o mundo ao grau de perigo atômico da Guerra Fria.
Míssil de propulsão nuclear Burevestnik 9M730 como o que teria explodido em Nenoska |
Fontes da indústria militar negaram que o fato se dera com um Burevestnik, uma “joia da morte supersônica do extermínio coletivo” apresentada por Putin com efeitos virtuais.
No jornal “Nezavisimaya Gazeta”, o complexo industrial russo defendeu “que os ensaios com esse míssil acabaram com sucesso há meio ano”.
O desmentido não foi acreditado, mas mostra para os entendidos que a corrida armamentista de Putin é para ser levada a sério.
Segundo o “The New York Times” a fracassada prova foi efetivada na “plataforma marítima” de Nenoska, enquanto especialistas – segundo a versão oficial – estavam “realizando investigações sobre a propulsão de misseis com radionuclídeos (nucleões instáveis)”.
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O Exército e o governador regional defenderam que “não houve contaminação radioativa”.
Em sentido contrário, a prefeitura de Severodvinsk mais afastada do epicentro do cataclismo garantiu em seu site internet ter registrado aumento de radioatividade.
Segundo ela a explosão provocou forte abalo na cidade de 190.000 habitantes a 30 km do epicentro do cataclismo.
A população correu às farmácias e os hospitais distribuíram folhetos com instruções para se proteger da radioatividade.
A cidade de Nenoska de 2.000 habitantes próxima da base foi totalmente esvaziada.
A preocupação se espalhou pelo país todo pois a população lembra bem ainda o desastre de Chernobyl e do sistema de mentiras de regime para ocultar a magnitude do desastre.
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Dez dias antes deste desastre uma série de explosões devastadoras aconteceram numa base não especificada da Sibéria.
Essas forçaram a evacuação de milhares de pessoas das cidades vizinhas, sem que se tivesse esclarecido o verdadeiro número dos mortos e dos evacuados, informou “The Japan Times”.
Imensas bolhas de fogo foram captadas com smartphones por cidadãos em localidades não muito afastadas das explosões.
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