domingo, 30 de abril de 2023

Chefe de milicia de criminosos dirige embombamento de Putin nas redes

Prigozhin, chefe dos mercenários recrutados nos cárceres russos, também chefia a bajulação de Putin enganando os 'conservadores'
Prigozhin, chefe dos mercenários recrutados nos cárceres russos,
também chefia a bajulação de Putin enganando os 'conservadores'
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Evgeny Prigozhin é o chefe do exército de mercenários recrutados nos cárceres russos conhecido como Wagner Group. Esse estreito servidor de Vladimir Putin enviou ao “moedor de carne” do leste ucraniano milhares de homens despreparados.

Agora admitiu ser o criador de uma “fazenda de trolls” (provocadores), paga para seduzir incautos lançando campanhas de mentiras pró-russas e pró-Putin nas redes sociais.

Ele declarou ter criado a Internet Research Agency de São Petersburgo, uma agência apelidada de “fazenda dos trolls” pela imprensa russa e cujos funcionários foram flagrados em campanhas de desinformação na Internet ao serviço do Kremlin.

“Não fui apenas o único financiador da Internet Research Agency, mas também a inventei, criei e administrei por muito tempo”, disse o ex-presidiário, citado pelo seu serviço de notícias no Telegram, escreveu a revista “Paris Match” entre outras.

Uma sede da Internet Research Agency em São Petersburgo
Uma sede da Internet Research Agency em São Petersburgo
Segundo ele, criou essa “fazenda de trolls” “para proteger o espaço de informação russo da propaganda grosseira e agressiva das teses anti-russas do Ocidente”.

A Internet Research Agency na realidade é bem conhecida pelas suas fraudes e enganações, mas o comando era geralmente atribuído a Vladimir Putin. Prigozhin era conhecido como o “cozinheiro de Putin”, mas nos últimos tempos se lhe atribui uma forte dissonância com o ditador.

Putin teria privilegiado a milícia de criminosos de seu favorito Prigozhin com armas, munições e verbas, suscitando a irritação dos generais do exército que se consideram diminuídos e despojados de recursos humanos e materiais para conduzir a invasão da Ucrânia desviados ao Wagner Group.

Prigozhin chegou a acusar os generais de traidores, acusação que deriva em morte, e prometeu a Putin alguma vitória fulgurante, por exemplo em Bakhmut. Chegou-se ao atrito material entre os criminosos de Prigozhin e tropas regulares russas.

Mas no fim Prigozhin reconheceu que os seus não são capazes de tomar Bakhmut nos prazos prometidos e caiu em desgraça. Armas, homens e verbas voltaram a ir para o exército regular.

Marina Jankina, interrompeu as verbas para a milícia de Prigozhin e apareceu 'suicidada'
Marina Jankina, interrompeu as verbas
para a milícia de Prigozhin e apareceu 'suicidada'
Logo depois, misteriosamente a chefe dos serviços financeiros do Distrito Militar Oeste, o distrito russo que está sofrendo as maiores baixas na Ucrânia, Marina Yankina, 58, foi encontrada “suicidada” sob as janelas do número 31 da rua Zamshina em São Petersburgo. Teria caído da janela do 16º andar.

Marina Jankina era a responsável pelo financiamento do esforço de guerra russo e uma figura chave no financiamento da guerra de Putin na Ucrânia, noticiou “The Sun”.

O Wagner Group foi indiciado por centenas de crimes hediondos contra anciões, aposentados, mulheres e crianças além de saques ilimitados das casas de família onde foram filmados roubando lava-roupas, LCDs, geladeiras, telas LCD, dinheiro e joias pessoais, e de mercadinhos onde procuram alimentos e muito álcool.

A Internet Research Agency realizou, nomeadamente através de contas falsas em redes sociais e jornais online, campanhas de enganação para defender o Kremlin, criticar adversários russos, denegrir a presença francesa em África, criar discórdia em torno do Brexit e das eleições americanas.

Se especializa em forjar chuvas de adulações de Vladimir Putin, cobrindo-o de falsos elogios como ·Carlos Magno de Oriente”, “Constantino do Oriente”, campeão dos conservadores do mundo, salvador do cristianismo, e outros carregados elogios criados para enganar o que Prigozhin chama de “trolls” (provocações) no Ocidente.


Neste blog tivemos que criar uma página especial para poder reunir a massa de informações sobre a impressionante máquina de fake news que até o momento se atribuía a Putin, e que agora o seu servidor Prigozhin se atribui o diabólico fabrico.





Desequilibrar o Ocidente: objetivo da guerra russa de desinformação



















domingo, 23 de abril de 2023

A conversão da Rússia na atual guerra
e a história do menino que sonhava com o sacerdócio
sob a perseguição russo-comunista

Dom Sviatoslav Shevchuk, Primaz do rito greco-católico,
o maior dos ritos orientais da Igreja Católica
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
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sócio do IPCO,
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diversos blogs




No post anterior Conversão da Rússia possessa: maior fruto da guerra para ucranianos reproduzimos a visão de fé católica do Rito Greco-Católico de Ucrânia, por meio do Pe. Taras Zheplinsky, chefe da sala de informação de dito Rito.

Dom Sviatoslav Shevchuk, Primaz do Rito greco-católico na Ucrânia, Arcebispo-mor de Kiev-Galícia e de toda a Rússia narrou sua formação sacerdotal sob a opressiva ditadura russo comunista.

Reproduzimos essa matéria para comprendermos a ação da graça divina iniciada há anos no sentido da conversão da Rússia que os fiéis do rito greco-ucraniano, que se contam em milhões, anhelam do mais fundo de suas almas e pela qual estão derramando seu sangue heroicamente e em abundância.

Em entrevista para a Catholic Radio and Television Network, o Arcebispo-mor de Kiev-Galícia e de toda a Rússia, Dom Sviatoslav Shevchuk, Primaz do Rito greco-católico na Ucrânia, fez reveladoras confidências sobre sua formação eclesiástica acontecida sob o socialismo soviético. “Zenit”.

O rito greco-católico é o maior dos ritos orientais da Igreja Católica: mais de 10 milhões de fiéis, incluindo a Ucrânia e a diáspora. Cerca de meio milhão deles reside no Brasil, especialmente no Paraná e em Santa Catarina.

Dom Sviatoslav explicou que cresceu numa sociedade totalmente ateia. Na escola “nos ensinavam que Deus não existia”. Só a família transmitia a fé crista.

O jovem arcebispo disse que a primeira vez que viu um padre foi por ocasião de um enterro.

“O sacerdote veio na calada da noite para celebrar o funeral e depois desapareceu velozmente. Como menino, fiquei curioso de saber quem era o sacerdote e o que estava fazendo. Eu entrevia nele um reflexo da presença de Cristo”.

“Esse sacerdote tinha estado duas vezes no cárcere por praticar seu ministério e através dele descobri verdadeiramente Alguém e alguma coisa pela qual vale a pena dar a própria vida”.

Foi assim que o futuro bispo decidiu ir para o seminário. Mas não tinha nada a ver com os seminários atuais.

A entrevista abaixo foi concedida quando Dom Sviatoslav era administrador apostólico da eparquia (diocese) de rito ucraniano em Buenos Aires. Foi concedida à associação "Ajuda à Igreja Necessitada" e tem a vantagem de estar dublada em português:


Funcionava assim: “O sacerdote que encontrei também era reitor do seminário secreto, clandestino. Para mim, foi a descoberta de um mundo completamente novo.

“Meu modo de estudar era bem estranho. Raramente encontrava meus professores do seminário – pelo menos uma vez cada dois meses.

“Quando os encontrava, davam-me sempre um livro, que tinha de copiar e estudar durante dois meses. Assim começou minha formação sacerdotal!

“Nem minha mãe nem meu pai estavam ao corrente. Se eu fosse descoberto pela polícia secreta, minha mãe, que era professora de música, e meu pai, que era engenheiro, teriam perdido o trabalho.

“Muitas pessoas na Ucrânia que foram descobertas acabaram detrás das grades ou no exílio.

“Graças a Deus não aconteceu nada. Para mim e para meu plano de me tornar sacerdote, a Mãe de Deus tinha que destruir a União Soviética.

“Eu me lembro que rezava: é impossível para os homens destruir o mal, mas para Deus nada é impossível.

Missa clandestina num bosque na Ucrânia sob governo comunista
Missa clandestina num bosque na Ucrânia sob governo comunista
“A Sagrada Eucaristia era o ponto central da nossa vida.

“Lembro-me de um sacerdote que encontrei certa vez: ele jamais falava muito dos sofrimentos, das perseguições e das torturas; ele me contava que certas vezes na prisão todos os sacerdotes celebravam a liturgia.

“Nós ficávamos pasmos: como é que isso era possível? De onde vinham o cálice e a patena?

“Ele tirou os óculos e disse: ‘Eis o que nós usávamos: uma lente servia de cálice com uma gota de vinho, e na outra, que servia como patena, púnhamos um pedacinho de pão. Assim nós celebramos a liturgia na prisão ou nos campos de concentração”.

O atual arcebispo Sviatoslav participou pela primeira vez de uma missa no ano 1991, quando acabava de servir como conscrito no Exército Soviético.

Quando ele entrou no Exército Vermelho toda a vida religiosa acontecia em segredo, mas ao sair a União Soviética estava caindo. Ele assistia à divina Liturgia na igreja de sua cidade natal de Strait, na Ucrânia.

“Era maravilhoso, sentia-me como no céu! A liturgia bizantina de São João Crisóstomo é um símbolo da liturgia celeste”, exclamou.

Dom Sviatoslav explicou que “o comunismo destruiu a nossa sociedade e que só por meio da graça do Espirito Santo é que a Igreja pode curar essas feridas.

“Durante a ex-União Soviética era perigoso ser cristão. Hoje na Europa o importante é não ter medo de ser cristão, ainda quando isso pareça não ser ‘conveniente’”.

Só o heroísmo na Fé – como o de Dom Sviatoslav e o de tantos outros sacerdotes e bispos que padeceram e até morreram sob a opressão comunista – leva à vitória os verdadeiros filhos da Igreja Católica.



domingo, 16 de abril de 2023

Conversão da Rússia possessa:
maior fruto da guerra para ucranianos

Pe. Taras Zheplinsky “O fruto mais grande da guerra será a conversão da Rússia”
Pe. Taras Zheplinsky “O fruto mais grande da guerra será a conversão da Rússia”
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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“O fruto mais grande da guerra será a conversão da Rússia”: assim definiu o desejo do Rito Greco-Católico de Ucrânia, o Pe. Taras Zheplinsky, chefe da sala de informação do mesmo Rito, em entrevista a ACI Prensa.

O Pe. Zheplinsky destacou que “o primeiro fruto e mais importante da invasão é que Nossa Senhora ajudou o povo ucraniano a resistir, se defendendo durante o ano todo da agressão russa em grande escala”.

Mas, o sacerdote patenteou o espírito de fé católica dizendo que “o fruto maior que está por vir é a conversão da Rússia do mal que a possui e que está trazendo para a terra ucraniana”.

O sacerdote lembrou que Nossa Senhora em Fátima pediu “consagrar o mundo inteiro, e especialmente a Rússia e a Ucrânia, a seu Imaculado Coração”.

Porém, explicou que a Rússia tem uma atitude oposta à da Virgem: “a Rússia tem uma visão diferente. Esta guerra é a consequência de negar à Ucrânia o seu direito de existir. A Rússia não reconhece o direito à existência do povo ucraniano como tal”, declarou.

A Rússia está possuída pelo demônio, advertiu o Arcebispo-Mor André Sheptytskyi ao Papa Pio XII
A Rússia está possuída pelo demônio,
advertiu o Arcebispo-Mor André Sheptytskyi ao Papa Pio XII
Na foto: o dito "Patriarca de Moscou" pregador da guerra assassina.
“Para os russos, que cometeram agressões injustas contra os ucranianos, somos uma espécie de hereges russos que precisam ser reeducados. E com sua agressividade esperam nos reeducar para que sejamos verdadeiros russos”, continuou.

O chefe do gabinete de informação do Rito Greco-Católico de Ucrânia também disse à ACI Prensa que “isso que eles chamam a 'desnazificação' da Ucrânia é a negação do direito de existir do povo ucraniano como tal”.

Por isso a consagração pelo Papa dos países ao Imaculado Coração de Maria é muito importante, porque ele está dizendo que o povo ucraniano existe, apesar de os russos negarem a eles o direito de existir”, continuou.

Com espírito sobrenatural mostrou que os católicos de Ucrânia pensando na conversão da Rússia “tentamos ver o objetivo de nossa dor. E a nossa vitória e a derrota do agressor dependem de entendermos por que sofremos e quem nos dá força”.

Na Igreja Católica “os padres e bispos que permaneceram com o povo, mesmo no início da ocupação e depois foram expulsos, mostraram a presença do Deus vivo entre o seu povo”.

Nós, como Igreja, vemos nas feridas do povo ucraniano as feridas do próprio Cristo.

Acreditamos que no corpo da Ucrânia hoje o agressor está crucificando o próprio Jesus Cristo. Nos ajuda a ver o significado da nossa dor, a ver que o próprio Deus sofre conosco”, lamentou.


Depois da consagração de 25 de março de 2022 começou a libertação das terras ucranianas das botas mortais do agressor russo.

A partir de 1º de abril, os arredores de Kiev foram liberados passo a passo, seguidos pela recuperação de grandes setores do território nacional invadido pela Rússia possessa.

“Sob a proteção da Bem-Aventurada Virgem Maria, a Ucrânia caminha para a vitória”, reafirmou Pe. Zheplinsky.

Portanto, “a guerra continua e muitas outras terras do povo ucraniano aguardam a libertação. Também esperamos o maior fruto: a conversão da Rússia”, reafirmou.

Mons. André Sheptytskyi, Arcebispo de Lvov e Patriarca de Halich
Mons. André Sheptytskyi, Arcebispo de Lvov
e Patriarca de Halich
Uma alta autoridade eclesiástica nos ofereceu uma explicação para a conduta da Rússia desde a Revolução de 1917.

Trata-se de Mons. André Sheptytskyi, Arcebispo de Lvov e Patriarca de Halich, líder da Igreja Católica na Ucrânia durante as perseguições de Lenine e Stalin.

No início da II Guerra Mundial, escreveu ele à Santa Sé:

“Este regime só pode se explicar como um caso de possessão diabólica coletiva”.

E pediu ao Papa que sugerisse a todos os sacerdotes e religiosos do mundo que “exorcizassem a Rússia soviética”.

Mons. Sheptyskyj faleceu em 1944. Seu processo de beatificação está em andamento.

A crueldade inumana da seita socialo-comunista e a desproporção entre seus satânicos feitos e os êxitos que alcançou são de molde a confirmar a impressionante declaração do heróico Prelado ucraniano.

Fonte: Pe. Alfredo Sáenz S.J., “De la Rusia de Vladimir al hombre nuevo soviético”, Ediciones Gladius, Buenos Aires, 1989, pp. 438-439.


domingo, 9 de abril de 2023

Rússia quer dar golpe de Estado na Moldávia

A presidente da Moldavia Maia Sandu, convoca à reação patriótica, mesmo desarmada
A presidente da Moldávia Maia Sandu,
convoca à reação patriótica, mesmo desarmada
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A Rússia tenta provocar um golpe de Estado na Moldávia, alertou a presidente do país, Maia Sandu, enquanto pedia medidas de segurança reforçadas depois que o governo pró-União Europeia (UE) renunciou após meses de agitação teledirigida desde Moscou, segundo noticiou o bem-informado “Politico”.

“O plano incluía sabotagem e pessoas treinadas militarmente disfarçadas de civis para realizar ações violentas, ataques a prédios do governo e tomada de reféns”, disse Sandu a repórteres em entrevista coletiva.

Ela acrescentou que cidadãos da Rússia, Montenegro, Bielo-Rússia e Sérvia entrariam na Moldávia para provocar protestos na tentativa de “mudar o governo legítimo para um governo ilegítimo, controlado pela Federação Russa e interromper o processo de integração na UE”.

A Moldávia obteve o status de candidato à União Europeia em junho passado, juntamente com a Ucrânia.

“Relatórios recebidos de nossos parceiros ucranianos indicam os locais e aspectos logísticos da organização dessa atividade subversiva. O plano também prevê o uso de estrangeiros para ações violentas”, disse ela.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, falou sobre os planos da Rússia para provocar distúrbios em outros países durante a cúpula do Conselho Europeu.

Manifestação urdida em Moscou, saiu às ruas da capital de Moldavia contra o Ocidente
Manifestação urdida em Moscou, saiu às ruas da capital de Moldávia contra o Ocidente
Ele confirmou que a Ucrânia havia interceptado os planos russos de “destruir” a Moldávia. Os serviços de inteligência da Moldávia confirmaram posteriormente.

A Rússia ocupa com soldados a região separatista da Transnístria, no leste, e tenta provocar agitação no país, incluindo protestos na capital, Chișinău.

“A forma mais agressiva de ataque é um ataque informático”, disse a presidente Sandu, pedindo aos cidadãos que confiem apenas nas informações das autoridades.

“As tentativas do Kremlin de trazer violência para a Moldávia não funcionarão. Nosso principal objetivo é a segurança dos cidadãos e do Estado”, disse Sandu.

A Rússia rejeitou as acusações de Sandu como “completamente infundadas e sem fundamento” e negou que tivesse planos para desestabilizar o país, disse uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia. Mas ninguém acreditou.






domingo, 2 de abril de 2023

Rússia vai a um colapso militar e político internacional

Mulheres russas protestam pelos desaparecidos em combate
Mulheres russas protestam pelos desaparecidos em combate
Luis Dufaur
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Pierre Servent, coronel honorário da reserva e especialista francês em questões de defesa e estratégia apontou o “colapso da força expedicionária russa” nos próximos meses a entrevista pela France TV.

O especialista em questões de defesa apontou para as “disfunções” de Putin enviando recrutas e reservistas “inexperientes” e “mal treinados”, e mantendo um comando “nada adaptado à guerra moderna”.

Pierre Servent
Pierre Servent
Pelo contrário, a Ucrânia já possui “um modo de comando moderno” com destaque para a “digitalização do campo de batalha”. Kiev está obtendo uma “vitória defensiva”.

Os observadores temiam uma ofensiva em grande escala após um ano de guerra, mas os russos nem mesmo têm “os meios” para realizá-la, prosseguiu. E, de fato, não a realizaram, exceção feita da ofensiva desastrosa de Vulehdar.

Moscou tenta “há vários meses uma ofensiva de 700 quilômetros de frente” que “avançou com uma devassidão de artilharia”. Mas hoje dispara duas a três vezes menos projéteis por dia, devido a “dificuldades de estoque”.

1.200 tanques pesados também foram destruídos e Moscou não tem “as peças sobressalentes” para reconstruir sua frota. “Tudo isso dá 100 metros conquistados aqui ou ali para níveis terríveis de perda” sendo que a Rússia “não pode fazer melhor”.

Pierre Servent acha que não há ameaça nuclear.

Mães, viuvas, filhas sem pai protestam contra Putin pela Rússia toda
Mães, viúvas, filhas sem pai protestam contra Putin pela Rússia toda
Três argumentos afastam essa possibilidade,, segundo ele. Primeiro, o impasse político: Putin “perderia instantaneamente o apoio da China, Índia e da comunidade internacional”. Há também um bloqueio militar.

A arma nuclear também mataria soldados russos e afetaria até mesmo o campo de batalha. Porque a nuvem radioativa também “não para nas fronteiras” e penetraria a Rússia.

A última razão é psicológica: “Putin é um homem que não quer morrer” e a arma nuclear “levaria esta guerra a outra dimensão”. “Mais uma vez, não acredito que esse seja o objetivo de Putin e não acredito que seja ideia dos generais que estão ao redor de Putin”, conclui.

Prisioneiros russos, jovens despreparados, recebem comida de ucranianos e celular para falar com suas mães
Prisioneiros russos, jovens despreparados, recebem comida de ucranianos
e celular para falar com suas mães
A China gostaria de desempenhar o papel de mediadora nesta guerra, garante Pierre Servent, mas “está muito constrangida” com o comportamento da Rússia.

Primeiro, porque Moscou sofreu “inúmeros fracassos” e depois porque a China não pode “convencer Putin a se mexer”.

Pequim gostaria de passar para “uma fase de negociação”. “A China prefere estratégias de soft power, principalmente por meio da economia”, explica Pierre Servent.

Diante da “escalada do terror” da Rússia, segundo Servent, seria preciso “ir mais rápido” na entrega de tanques leves e pesados por parte dos ocidentais.

“Também devemos começar a treinar ucranianos para pilotar aviões já”, continuou o especialista, mas infelizmente os ocidentais até agora nunca responderam favoravelmente ao pedido de Kiev de aviões de combate.

Putin queria enfraquecer a Ucrânia, mas “uniu o povo ucraniano”. Queria desconjuntar Europa, mas “consolidou a UE” que pretendia enfraquecer.

Cemiterios de soldados russos ficam enormes
Cemitérios de soldados russos ficam enormes
Para pior para ele, deu margem para os EUA emergirem como os grandes vencedores com o “retorno a uma posição central” na Europa e “ressuscitou” a OTAN, que queria enterrar, porque foi muito abalada pela administração Trump.

Putin corre o risco de perder em todos os aspectos, concluiu Pierre Servent.


domingo, 26 de março de 2023

Rússia irada com os erros de seus líderes

Ofensiva mal feita em Vuledar. Em poucos dias a Rússia perdeu 130 blindados e teve milhares de baixas
Ofensiva mal feita em Vuledar.
Em poucos dias a Rússia perdeu 130 blindados e teve milhares de baixas
Luis Dufaur
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A julgar por relatos de oficiais ucranianos e ocidentais, de soldados russos capturados e blogueiros militares russos, e pelas imagens de satélite e vídeo, a campanha russa está sendo vítima de sua disfunção no campo de batalha, escreveu o “The New York Times”.

Moscou enviou como reforços muitos milhares de recrutas inexperientes, sem obter progresso no campo de batalha.

O secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, disse à BBC que “97% do exército russo está na Ucrânia”. E o Pentágono estima que cerca de 80% das forças terrestres da Rússia estão engajadas na aventura bélica de Putin.

Na recente ofensiva russa em Vugledar, na frente leste de Donetsk e na frente sul de Zaporizhia, os comandantes russos cometeram erros básicos, observa o coronel Oleksii Dmytrashkivskyi, porta-voz do exército ucraniano.

Ele acrescentou que em Vugledar, duas brigadas de elite da infantaria naval russa, a 40ª e a 155ª, foram dizimadas. Numa semana de combates, os russos perderam pelo menos 130 veículos blindados, incluindo 36 tanques.

O cálculo foi corroborado por imagens de drones submetidas a analistas militares independentes, e  confirmado pelas contas de blogueiros militares russos, ardentes defensores da guerra, mas também críticos raivosos do desempenho dos comandantes russos.

A cólera dos blogueiros russos entusiastas da guerra quase não tem limites contra os responsáveis de tocar a invasão, vendo nos vídeos os erros cometidos com táticas obsoletas da II Guerra Mundial.

Wallace, o secretário de Defesa britânico, citou relatos de que em Vugledar “toda uma brigada russa foi efetivamente eliminada” e que Moscou havia perdido “1.000 homens em dois dias”.

Milhares de soldados russos preferem se entregar até via celular
Milhares de soldados russos preferem se entregar até via celular
Segundo Wallace as perdas russas em Vugledar são o resultado “de um presidente e funcionários que negam ou ignoram a realidade, ou não se importam com quantos de seus compatriotas morreram, muito menos com quantas pessoas eles tente subjugar.”

Muitos soldados russos capturados foram mobilizados pelo recrutamento de 300.000 reservistas, ou ditos tais, anunciado por Putin em setembro de 2022, enquanto outros são mercenários do Grupo Wagner, muitos deles criminosos recrutados nas prisões.

Para piorar, uma rivalidade feroz tomou conta das forças de Wagner e o exército regular russo.

O grupo mercenário alega – aliás mentindo sem senso da realidade – que seus combatentes são mais capazes e experientes.

Depois de meses de ataques implacáveis os ucranianos se encontram em uma situação cada vez mais precária, numa Bakhmut em ruínas.

O Grupo Wagner anuncia há meses que tomou a cidade, mas quase não progride além das periferias sacrificando milhares de presos comuns enviados sem preparo ao matadouro e com agentes especiais assassinando aos que não avançam.

Para renovar a confiança no líder Vladimir Putin, a Zona Cinza, canal do Grupo Wagner no Telegram, pede que os comandantes russos sejam responsabilizados em julgamento público.

No momento, diz o coronel ucraniano Dmytrashkivskyi, os ataques em larga escala diminuíram, e os russos continuam atacando em pequenos grupos.

Mas se persistirem com essa tática, “eles vão para a morte certa, é simples assim”, disse o porta-voz militar ucraniano.


domingo, 12 de março de 2023

Putin suprime grupo de estudo dos crimes comunistas

Aleksandr Podrabinek, membro do Moscow Helsinki Group arrestado pela KGB na era soviética
Aleksandr Podrabinek, membro do Moscow Helsinki Group arrestado pela KGB na era soviética
Luis Dufaur
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A ONG mais antiga pela defesa dos direitos humanos na Rússia foi dissolvida por um tribunal enquanto Putin se esforça para reprimir os dissidentes e impedir que se revelem os crimes da era comunista.

O Tribunal da Cidade de Moscou ordenou a dissolução do Moscow Helsinki Watch Group, a mais antiga ONG de direitos humanos no país.

A interdição é parte de uma repressão generalizada das últimas grandes vozes críticas da era soviética, enquanto Putin se orgulha de conservar sua carteirinha de membro do Partido Comunista da URSS.

A Justiça russa obedeceu a ordem vinda de cima: “atendeu ao pedido do (...) Ministério da Justiça da Rússia” ordenando tirar a ONG do registro oficial das associações.

Putin retomou os métodos da velha KGB
Putin retomou os métodos da velha KGB
A ordem foi publicada pelo próprio Tribunal em comunicado no Telegram e foi citada pela agência “Euronews”.

O Ministério da Justiça dispôs “dissolver o Moscow Helsinki Watch Group e proibir suas atividades em território russo”, acusando-o de realizar atividades fora de Moscou, em violação de seu status regional, incluindo o envio de observadores a julgamentos ou de seus membros a eventos em outras partes do país.

“Espero viver até ao dia em que renasça o Moscow Helsinki Watch Group”, afirmou sem muita esperança o advogado Genri Reznik, citado pela agência russa Ria Novosti.

O Moscow Helsinki Watch Group foi criado em 1976 para garantir o cumprimento pela URSS de seus compromissos de direitos humanos, assumidos na Ata Final de Helsinque em 1975, no final da Conferência sobre Segurança e Cooperação na Europa.

A ONG foi liderada por décadas por Lioudmila Alexeeva, uma figura da dissidência soviética que morreu em 2018.

Ditadura do Kremlin reprime partidários da democracia
Ditadura do Kremlin reprime partidários da democracia
O procedimento contra o Moscow Helsinki Group lembra aquele que levou, no inverno passado, à dissolução da ONG Memorial, outro pilar da defesa dos direitos humanos e da memória das vítimas dos crimes soviéticos.

Após a invasão da Ucrânia, Putin acelerou a repressão aos seus críticos, multiplicando os suicídios suspeitos, fechando as mídias que não fazem coro de suas mentiras, e fechando qualquer grupo não submisso.

Entre essas normas ditatoriais, uma lei prevê até 15 anos de prisão para quem emitir expressões ou difundir informações sobre o exército russo que o regime rotula “falsas”.

A maioria das figuras da oposição está agora no exílio ou na prisão e quem responder a uma sondagem de forma não aprobatória do regime pode ser punido com dita lei.


domingo, 5 de março de 2023

Moscou pensa se desligar da Internet

Russos sentem a forca da censura de Putin apertar mais e mais
Russos sentem a forca da censura de Putin apertar mais e mais
Luis Dufaur
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Moscou avalia desconectar o país da Internet global, segundo o jornal russo Kommersant reproduzido por Le Figaro. O Kremlin aduziria se tratar de uma reação defensiva constrangida pelas sanções ocidentais à invasão da Ucrânia.  

Mas, de fato, há anos vem cogitando uma nova rede com códigos incompatíveis aos usados no mundo. 

Assim a polícia política isolaria os usuários russos e lhes impediria acessar informações de outros países.

A China planeja o mesmo isolamento informático, porém com um método próprio. De momento, na China vigora a “Grande Muralha digital” que censura toda palavra, conceito ou informação proibida pelo regime, por exemplo ‘democracia’, ‘direito humano’, notícias não gratas aos ditadores e muitas outras informações que a ditadura não quer que circulem.

O corte da Internet com o resto do mundo acentuará a repressão já existente
O corte da Internet com o resto do mundo acentuará a repressão já existente
Segundo a mídia russa, o Kremlin realizou exercícios de segurança cibernética, envolvendo bancos nacionais, operadoras de telecomunicações, as maiores empresas de Internet.

O vice-primeiro-ministro Dmitry Chernychenko justifica dizendo que em 2022 o número de ataques cibernéticos no país aumentou 80%.

A operadora Rostelecom traçou o plano de desconexão. “Se a Rússia for cortada dos pontos de troca europeus, ela redirecionará o tráfego da Internet para a Ásia”, disse um especialista da empresa ao Kommersant. Leia-se a China onde o projeto está mais avançado.

A internet “soberana” foi várias vezes mencionada por Vladimir Putin, com um intuito repressor sobre redes sociais como Twitter e Instagram. Por toda a Rússia se acentua o temor de um maior arrocho estatal sobre dados pessoais e liberdades individuais.

Para os russos Putin está levantando um novo 'Telão de Aço' digital
Para os russos Putin está levantando um novo 'Telão de Aço' digital
As sanções ocidentais e a proliferação de ataques cibernéticos – aliás, dos quais a Rússia é a máxima plataforma – serviriam de pretextos perfeitos para os amos do Kremlin que diriam querer proteger os sites estatais.

Todos os sites, especialmente os de serviços públicos, tiveram que se submeter a crescentes imposições, como mudar para um domínio russo, abandonar a hospedagem no exterior ou fortalecer sua política de senhas.

Os sites que contornam essas novas regras arriscam penalidades de momento mínimas (multa de 5.000 rublos, ou cerca de 83 euros).

A desconexão da Internet da rede russa iria além de suas fronteiras. Os especialistas apontam que “o tráfego do Cazaquistão e algumas partes dos países asiáticos passa pela Federação Russa”, também seriam afetados. Eles ficariam ‘submetidos’ ao sistema russo, para regozijo de Moscou.


domingo, 26 de fevereiro de 2023

Crises pelas derrotas matam dezenas de ‘oligarcas’

Suicinatos segundo 'El Mundo'
Suicinatos segundo 'El Mundo'
Luis Dufaur
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“Os traidores vão chutar o balde (eles vão morrer), acredite em mim”, disse Putin em 2010, ano em que o Reino Unido concedeu asilo ao duplo espião russo Sergei Skripal. “Eles receberam aquelas trinta moedas de prata que os vão engasgar”, acrescentou.

Skripal e sua filha Yulia foram encontrados inconscientes na rua envenenados com “novichok” um agente nervoso desenvolvido na Rússia.

A polícia política soviética KGB, hoje sucedida pela FSB putinista, definia os assassinatos de oponentes políticos ou dissidentes como “negócios sujos” ou “trabalho negro”.

Putin, ex-funcionário da KGB, recuperou os costumes soviéticos após chegar ao poder. São conhecidos os assassinatos de Alexander Litvinenko ou da jornalista Anna Politkovskaia entre muitos outros.

Mas, desde antes da invasão da Ucrânia, a Rússia vem sofrendo uma epidemia sem precedentes de mortes enigmáticas de “oligarcas”, altos funcionários e empresários críticos do presidente.

Elas perecem oficialmente por causas naturais, suicídios, crimes passionais ou acidentes ridículos.

Para o jornal de Madri “El Mundo” só de 2022 se pode fazer uma lista horripilante daqueles que 'pecaram' contra Putin por ação ou omissão.

Uma lista com 50 nomes de 'inimigos falecidos' circula desde a chegada do ex-espião ao poder.

Com a guerra, essa lista macabra aumentou de forma delirante. A especialidade da polícia de Putin é o assassinato disfarçado de “suicídio”, entendido como “matar um adversário indesejável contra sua vontade”.

Oficialmente, vários inimigos se jogaram de uma sacada; ou atiraram em si mesmos ou se enforcaram depois de assassinar seus parceiros e filhas. Os familiares das vítimas consideram absurdas as versões oficiais das mortes.

Os oponentes russos não têm dúvidas de que o próprio Putin está por trás, secundado pelos diretores do FSB, Alexander Bortnikov, e do Conselho de Segurança, Nikolai Patrushev.

O referido jornal espanhol forjou o termo “suicinato” (assassinato disfarçando de suicídio) para este procedimento e elaborou uma lista do “clube dos suicidas do novo czar de Rússia”. E elencou 21 casos só de 2022 em que as circunstâncias caracterizam o crime

1. 24-12-2022. Pavel Antov, 65 anos, rei das salsichas.

Pavel Antov
Pavel Antov
Pavel Antov magnata da indústria da carne, crítico de Putin apareceu “suicidado” numa poça de seu próprio sangue perto de um hotel de luxo em Rayagada (Índia) onde passava férias. Ele caiu do terceiro andar apenas dois dias depois de outro de seus companheiros de férias, Vladimir Bidanov, morrer de ataque cardíaco.

Antov criticou a invasão da Ucrânia, tentou se retratar, mas o czar foi ferido e não esqueceu nem perdoou, comentou  “El Mundo”.

2. 24-12-2022. Alexander Buzakov, 66, Diretor Geral dos Estaleiros do Almirantado Russo.

Na véspera de Natal, sucumbiu “de repente” por razões desconhecidas, após assistir à cerimônia de flutuação de um novo submarino.

3. 9-12-2022. Dimitri Zelenov, 50, cofundador da construtora Don-Stroy.

O caso se repete: dizem que caiu do alto e bateu com a cabeça, na cidade de Antibes, na Riviera Francesa..

4. 7-12-2022. Grigori Kochenov, 41, diretor da empresa Agima.

Grigori Kochenov
Grigori Kochenov
“Suicídio” de manual da KGB-FSB. Teria caído da varanda de sua casa em Nizhny Novgorod minutos depois que a polícia entrou para revistar o apartamento. Não se sabe por que ele estava sendo investigado.

5. 29-11-2022. Viacheslav Taran, 53 anos, bilionário de criptomoedas fundador da Libertex, uma bolsa de valores.

Acidente de helicóptero na cidade francesa de Villefranche-sur-Mer, na Riviera Francesa.

6. 28-09-2022. Pavel Pchelnikov, 52, diretor da Digital Logistics, subsidiária da Russian Railways.

Teria se dado um tiro na varanda de seu apartamento em Moscou. Dias antes, postou fotos mostrando-se abertamente feliz, mas entrou no “clube suicida de Putin”, feito pela polícia russa.

Anatoly Gerashchenko
Anatoly Gerashchenko
7. 21-09-2022. Anatoly Gerashchenko, 72, ex-diretor do Instituto de Aviação de Moscou.


Caiu em vários lances de escada no prédio onde trabalhava.

8. 14-09-2022. Vladimir Nikolayevich Sungorkin, 68, editor-chefe do Komsomolskaya Pravda.

Morreu sufocado quando ia almoçar na cidade de Roshchino, Ele também foi um aliado de Putin.

9. 10-09-2022. Ivan Pechorin, 39, Diretor da Russian Far East and Arctic Development Corporation (KRDV).

Iván Pechorin
Iván Pechorin

Achado morto numa praia a 160 quilômetros de Vladivostok. A polícia afirma que ele se afogou.

10. 1º-09-2022. Ravil Maganov, 68, Presidente do Conselho de Administração da Lukoil.

Outro caso clássico. Internado “com problemas cardíacos” no Hospital Clínico Central de Moscou caiu da janela.

11. 14-08-2022. Dan Rapoport, 52, executivo financeiro.

Encontrado morto na rua em Washington DC, do lado de fora de seu luxuoso prédio de apartamentos no West End. A versão oficial diz que se jogou no vazio. Sua esposa não acredita na tese e a família culpa o Kremlin.

12. 4-07-2022. Yuri Voronov, diretor geral da Astra Shipping.

Yuri Voronov
Yuri Voronov
Baleado na cabeça em Leningrado Oblast.

13. 8-05-2022. Alexander Subottin, 43, ex-gerente da petrolífera Lukoil.

Oficialmente, morreu em Mytishchi de “ataque cardíaco induzido por drogas” durante um ritual xamânico jamaicano.

14. 1º-05-2022. Andrei Krukovski, 37, CEO da Estosadok Krasnaya Polyana, estação de esqui da Gazprom.

“Caiu acidentalmente de um penhasco” em Sochi.

15. 19-04-2022. Sergei Protosenya, 55, ex-contador-chefe da maior empresa privada de gás da Rússia, Novatek.

Ele, sua esposa e filha, foram achados mortos em Lloret de Mar (Girona). A versão oficial está cheia de incoerências. Teria se enforcado, mas a empresa para a qual trabalhava descartou o suicídio.

16. 18-04-2022. Vladislav Avayev, 51, vice-presidente do Gazprombank.

Vladislav Avayev
Vladislav Avayev
Achado morto em seu apartamento na Universitetsky Prospekt, em circunstâncias semelhantes ao caso anterior, mas um dia antes. Sua esposa Elena e sua filha María de 13 anos também foram ultimadas, mas a tiro. O vice-presidente do Gazprombank, Igor Volobuev, afirmou que Avaev foi assassinado.

17. 23-03-2022. Vasili Melnikov, CEO e proprietário da empresa médica MedStom, 43 anos.

Morto com sua esposa e seus dois filhos, de 4 y 10, em Nizhny Novgorod repetindo o script dos anteriores.

18. 28-02-2022. Mijail Watford, oligarca ucraniano afincado no Reino Unido, 66 anos.

Enforcado na garagem de sua luxuosa finca no condado de Surrey. A policia britânica qualificou a morte de “inexplicável”. Não havia indícios de crime.

19. 25-02-2022. Alexander Tyulyakov, 61 anos, executivo de Gazprom.

Enforcado com uma corda na garagem de sua casa em São Petersburgo. Junto ao cadáver havia una nota de conteúdo não revelado.

20. 8-02-2022. Ígor Nosov, 43 anos.

Ígor Nosov
Ígor Nosov
Diretor executivo da Corporação para o Desenvolvimento do Ártico e do Remoto Oriente (KRDV) e ex vicegobernador do estado de Nizhny Novgorod. Morte repentina de derrame cerebral.

21. 30-01-2022. Leonid Shulman, 60 anos, chefe do serviço de transporte Gazprom Invest.

Morto no banheiro em sua casa na região de Leningrado). Junto ao corpo havia uma nota se queixando da dor numa perna quebrada. Outro “suicinato” segundo “El Mundo”.