Mulheres russas protestam pelos desaparecidos em combate |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Pierre Servent, coronel honorário da reserva e especialista francês em questões de defesa e estratégia apontou o “colapso da força expedicionária russa” nos próximos meses a entrevista pela France TV.
O especialista em questões de defesa apontou para as “disfunções” de Putin enviando recrutas e reservistas “inexperientes” e “mal treinados”, e mantendo um comando “nada adaptado à guerra moderna”.
Pierre Servent |
Os observadores temiam uma ofensiva em grande escala após um ano de guerra, mas os russos nem mesmo têm “os meios” para realizá-la, prosseguiu. E, de fato, não a realizaram, exceção feita da ofensiva desastrosa de Vulehdar.
Moscou tenta “há vários meses uma ofensiva de 700 quilômetros de frente” que “avançou com uma devassidão de artilharia”. Mas hoje dispara duas a três vezes menos projéteis por dia, devido a “dificuldades de estoque”.
1.200 tanques pesados também foram destruídos e Moscou não tem “as peças sobressalentes” para reconstruir sua frota. “Tudo isso dá 100 metros conquistados aqui ou ali para níveis terríveis de perda” sendo que a Rússia “não pode fazer melhor”.
Pierre Servent acha que não há ameaça nuclear.
Mães, viúvas, filhas sem pai protestam contra Putin pela Rússia toda |
A arma nuclear também mataria soldados russos e afetaria até mesmo o campo de batalha. Porque a nuvem radioativa também “não para nas fronteiras” e penetraria a Rússia.
A última razão é psicológica: “Putin é um homem que não quer morrer” e a arma nuclear “levaria esta guerra a outra dimensão”. “Mais uma vez, não acredito que esse seja o objetivo de Putin e não acredito que seja ideia dos generais que estão ao redor de Putin”, conclui.
Prisioneiros russos, jovens despreparados, recebem comida de ucranianos e celular para falar com suas mães |
Primeiro, porque Moscou sofreu “inúmeros fracassos” e depois porque a China não pode “convencer Putin a se mexer”.
Pequim gostaria de passar para “uma fase de negociação”. “A China prefere estratégias de soft power, principalmente por meio da economia”, explica Pierre Servent.
Diante da “escalada do terror” da Rússia, segundo Servent, seria preciso “ir mais rápido” na entrega de tanques leves e pesados por parte dos ocidentais.
“Também devemos começar a treinar ucranianos para pilotar aviões já”, continuou o especialista, mas infelizmente os ocidentais até agora nunca responderam favoravelmente ao pedido de Kiev de aviões de combate.
Putin queria enfraquecer a Ucrânia, mas “uniu o povo ucraniano”. Queria desconjuntar Europa, mas “consolidou a UE” que pretendia enfraquecer.
Cemitérios de soldados russos ficam enormes |
Putin corre o risco de perder em todos os aspectos, concluiu Pierre Servent.
Nenhum comentário:
Postar um comentário