Manifestações populares contra ditador da Bielorrússia, ameaçam império de Putin |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Foi há apenas quatro anos, mas a lembrança até hoje orienta os espíritos previsores, vendo sobretudo a indignação do povo bielo-russo diante do que considera uma grosseira fraude eleitoral do ditador Aleksandr Lukashenko, lugar-tenente de Putin.
Putin não quer ver reproduzido na Bielorrússia a brilhante reação ucraniana que teve seu centro na Praça Maidan de Kiev e derrubou o presidente pro russo Viktor Yanukovytch, outro serviçal de Moscou que acabou fugindo à Rússia.
Putin puniu a Ucrânia com a ocupação ilegal da Crimeia e a invasão do leste ucraniano.
O fato que evocamos aconteceu quando o pequeno Miroslav, de nove anos, galardoado pela Sociedade de Geografia Russa pelo fato de decorar todos os limites dos países do mundo, foi levado ante o todo-poderoso presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Este se pôs de cócoras ante o menino e diante de um auditório lhe perguntou onde acabavam as fronteiras da Rússia.
A criança se encheu de coragem e respondeu:
– A Rússia termina no Estreito de Bering, na fronteira com os Estados Unidos.
O míssil Iskander é capaz de levar bombas atômicas |
Putin apertou-a contra o peito e olhando para o publico corrigiu a criança modelo dizendo:
– As fronteiras da Rússia não terminam em parte alguma.
Na primeira fileira aplaudia o ministro de Defesa russo, Serguei Shoigu.
O fato foi registrado pelo correspondente Xavier Colás do jornal “El Mundo” de Madri, sob a sugestiva manchete “Assim se prepara a Rússia para una guerra com a Europa”.
Enquanto Putin fazia essa estarrecedora declaração em Moscou, a 1.092 quilômetros de distância, em Kaliningrado, enclave russo entre dois membros da OTAN (Lituânia e Polônia), os soldados de Putin montavam os sistemas de mísseis S-400 e Iskander, esses capazes de levar bombas atômicas.
O porta-voz do Kremlin Dimitri Peskov justificou a manobra dizendo que “a OTAN é um bloco agressivo”.
Agora Putin ordenou a instalação de unidades blindadas junto à fronteira bielo-russa, pensando na eventualidade de que a Bielorrússia bascule democraticamente para o Ocidente.
Os países europeus não reconhecem a validade da falcatrua eleitoral e a NATO já o fez saber.
A Suécia estabeleceu o regime de alerta militar.
É claro que Putin prefere que o movimento democrático seja esmagado pela inaudita violência da polícia bielo-russa que ainda ostenta o nome da KGB. Mas os bielo-russos, sobretudo os mais jovens, não dão o braço a torcer por suas liberdades.
Na Polônia se diz que quando a Rússia fala em se defender, ela entende atacar. Quando se diz ameaçada é porque está montando a ofensiva. É a novilíngua soviética reciclada pelos atuais amos do Kremlin.
Estrategistas como o general Valeri Gerasimov, Comandante das Forças Armadas da Federação Russa, concluíram que a guerra contemporânea deve ser misturada com luta social, econômica e sobre tudo da informação.
A tecnologia de ponta da espionagem deve visar EUA.
E a Rússia mostrou sua habilidade para penetrar as estruturas cibernéticas de seu maior inimigo nas eleições presidenciais de 2016.
A infiltração das infraestruturas do adversário, a propaganda, os trolls, a ação psicológica sorrateira, a confusão e a cumplicidade de partes da sociedade civil do país vítima são armas da “guerra híbrida” que está em pleno andamento.
Valery Gerasimov Comandante das Forças Armadas da Federação Russa |
Do lado da Rússia é claro. E agora inclui o envio de unidades policiais de repressão para silenciar os bielo-russos nas ruas com violências, torturas e mortes.
No lado ocidental parece dominar a estratégia do avestruz: esconder a cabeça num buraco para não enxergar nada e achar que está tudo bom.
A Rússia “se prepara para uma guerra totalmente diferente da que imagina o Ocidente”, diz o analista Gustav Gressel, do European Council of Foreign Relations. Ele detecta nos EUA “uma percepção do risco muito antiquada”.
“El Mundo” escolheu a sugestiva manchete: “Assim se prepara a Rússia para uma guerra com a Europa”.
Enquanto isso a União Europeia corrói os países que na teoria são seus membros mas na realidade são suas vítimas.
A UE está deixando o continente inerme ౼ descontadas algumas declarações formais e sem consequências profundas, como costuma fazer diante dos governos anticristãos ౼ face ao enorme perigo que se prepara dentro das fronteiras da Rússia.
Fronteiras que para o Kremlin são transitórias enquanto não voltam as antigas da URSS, pelo menos.
se situação "sair do controle"
Sim, a Rússia pode invadir e dominar toda a Europa, mas não a iria destruir, ao contrário, salvá-la-ia. A destruição da Europa não é desobra da Rússia, mas sim do próprio Ocidente. Ou uma Europa africana, islâmica, turca, árabe será ainda a Europa? Não existe mais a Europa. O antigo continente europeu chama-se agora Eurábia. Esta Antieuropa tem as bençãos do Papa: "Quem é contra a imigração não pode ser cristão" disse ele. Aliás, para não desobedecer ao "Patriarca do Ocidente", eu abandonei o cristianismo.Eu não posso ser cristão.
ResponderExcluirMelhor assim. Agora eu me sinto livre da hipocrisia.
Até onde eu sei se é cristão por causa de Cristo, então não concordo com seu abandono da Fé Católica! Volte, irmão!
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