domingo, 27 de setembro de 2020

Belarus: queda de braço entre Putin e a NATO

Rússia testa armas em exercício militar na Bielorússia
Rússia testa armas em exercício militar na Bielorússia
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs









O movimento popular em andamento na Bielorrússia quer o país inclinado para a Europa.

Mas os europeus que enchem a boca com “direitos humanos” e outras tiradas abstratas herdadas da Revolução Francesa, percebem que essa aproximação encolerizaria o patrão do Kremlin e se encolhem.

Embora tremendo, os líderes dos vinte e sete países da União Europeia – UE tiveram que desconhecer a autenticidade do resultado das eleições presidenciais.

Porém, o ditador Alexandr Lukashenko ficou bem sentado em sua poltrona, aliás usurpada, sabendo como as palavras da UE são ocas quando o comunismo ou o socialismo estão em jogo.

A UE se limita discursos protocolares sem tirar as consequências políticas e econômicas impostas pela farsa eleitoral e pela repressão dos protestos. Se isso fosse feito num regime como dos czares a tiraria dos gonzos democráticos que diz ter.



A Rússia  ostenta seu engajamento com a ditadura bielorrussa
A Rússia  ostenta seu engajamento com a ditadura bielorrussa

“Ordenei o reforço da proteção fronteiriça em todo o seu perímetro para evitar a penetração de pistoleiros, armas, munições e dinheiro em nossa república de outros países para financiar a revolta”,
disse Lukachenko à agência BelTA, citada pelo ABC de Madri.

Ele atacou o Ocidente e instruiu o Ministério da Defesa “a rastrear os movimentos da OTAN na Polônia e na Lituânia”.


A oposição criou um Comitê de Coordenação que Lukashenko chamou de “ilegal” e para o qual prometeu “vassouras e pás extras para fornecer” a seus membros.

Os líderes europeus não reconheceram os resultados das eleições por não serem “justos nem livres”, escreveu o “ABC” de Madri.

O Presidente em exercício do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou que medidas punitivas serão aprovadas contra “um número substancial” dos responsáveis pelo regime de Minsk.

A Chanceler alemã, Angela Merkel, principal parceiro comercial da Bielorrússia afirmou querer “um caminho independente para a Bielorrússia”, mas revelou que o bielo-russo não quis falar com ela quando tentou chamá-lo ao telefone.

Suécia declara alarma militar pela Bielorusia
Suécia declara alarma militar pela Bielorusia

Os presidentes dos quatro países do Grupo de Visegrad (Polônia, Hungria, Eslováquia e República Tcheca) apoiaram “o direito do povo da Bielorrússia a eleições presidenciais livres, justas e democráticas” referindo-se à Rússia.

A Suécia colocou suas forças em alerta no mar Báltico. Caças e navios estão em alta prontidão. 

Os noticiários de TV mostraram cenas inusitadas: soldados e veículos blindados patrulhando ruas da bucólica Gotlândia, um popular ponto turístico do país nórdico, segundo “DLNews”.

A ilha é altamente estratégica, por ficar num ponto chave para a circulação da frota russa do Báltico.

Enquanto entravam em ação de vigilância caças Gripen, quatro fragatas e um caça-minas finlandês, o Ministério da Defesa sueco comunicava que “estamos assistindo à deterioração da situação na vizinhança”.

Embora antiquado, muito armamento exibido tem grande poder de destruição
Embora antiquado, muito armamento exibido tem grande poder de destruição

“Há agora uma extensa atividade no mar Báltico, conduzida por russos e também por atores ocidentais, numa escala que nós não vimos desde a Guerra Fria
”, disse Jan Thörnqvist, o comandante de operações conjuntas das Forças Armadas, acrescentando que “a situação é mais instável e difícil de prever” e que “os eventos na Belarus são um lembrete”.

Numa só semana, houve ao menos cinco interceptações aéreas feitas pelos russos, quatro delas sobre o Báltico, inclusive a um avião de patrulha P-3 Orion da Noruega, que é membro da OTAN.

O submarino americano USS Seawolf se mostrou na superfície na costa norte da Noruega, que é membro da OTAN, enquanto seis bombardeiros estratégicos B-52 patrulhavam a área escoltados por caças F-16 noruegueses.

Com foto de arquivo, a Rússia acena com repressão com tanques em cidade
Em foto de arquivo, a Rússia acena repressão com tanques em cidade

Hoje os suecos têm apenas 30 mil soldados no serviço ativo pela ilusão de estabilidade após a dissolução do império comunista. 

Mesmo não sendo um membro da OTAN, a Suécia é o corredor preferencial para um ataque russo à Europa pelo norte.

As sirenes de bombardeio voltaram a tocar em toda a Alemanha pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria.

O Departamento de Proteção e Ajuda em Desastres disse que o objetivo é preparar a população para uma eventual emergência, informou a agência oficial Deutsche Welle.

Também a NATO exige suas forças nos países vizinhos da Belarus
Também a NATO exige suas forças nos países vizinhos da Belarus
Alarmes de ataque aéreo soaram por um minuto ininterruptamente. O teste envolveu outros meios de comunicação. Os painéis digitais nas plataformas das estações de trem e os painéis de publicidade exibiram mensagens de emergência.

Interrupções das transmissões de televisão e de rádio estavam programadas, mas acabaram não ocorrendo em todos os canais, segundo relatos.

Notificações de alerta foram enviadas aos smartphones, mas muitos usuários não receberam a notificação pelo grande número de alertas que sobrecarregou o sistema.


Vídeos: ‘zumbis’ de Lukashenko para a repressão. CLIQUE NAS FOTOS





Passeatas anti-Lukashenko atacadas pela polícia



Rússia e Belarus fazem exercícios militares endereçados à NATO




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