Rússia testa armas em exercício militar na Bielorússia |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
O movimento popular em andamento na Bielorrússia quer o país inclinado para a Europa.
Mas os europeus que enchem a boca com “direitos humanos” e outras tiradas abstratas herdadas da Revolução Francesa, percebem que essa aproximação encolerizaria o patrão do Kremlin e se encolhem.
Embora tremendo, os líderes dos vinte e sete países da União Europeia – UE tiveram que desconhecer a autenticidade do resultado das eleições presidenciais.
Porém, o ditador Alexandr Lukashenko ficou bem sentado em sua poltrona, aliás usurpada, sabendo como as palavras da UE são ocas quando o comunismo ou o socialismo estão em jogo.
A UE se limita discursos protocolares sem tirar as consequências políticas e econômicas impostas pela farsa eleitoral e pela repressão dos protestos. Se isso fosse feito num regime como dos czares a tiraria dos gonzos democráticos que diz ter.
A Rússia ostenta seu engajamento com a ditadura bielorrussa
“Ordenei o reforço da proteção fronteiriça em todo o seu perímetro para evitar a penetração de pistoleiros, armas, munições e dinheiro em nossa república de outros países para financiar a revolta”, disse Lukachenko à agência BelTA, citada pelo ABC de Madri.
Ele atacou o Ocidente e instruiu o Ministério da Defesa “a rastrear os movimentos da OTAN na Polônia e na Lituânia”.
A oposição criou um Comitê de Coordenação que Lukashenko chamou de “ilegal” e para o qual prometeu “vassouras e pás extras para fornecer” a seus membros.
Os líderes europeus não reconheceram os resultados das eleições por não serem “justos nem livres”, escreveu o “ABC” de Madri.
O Presidente em exercício do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou que medidas punitivas serão aprovadas contra “um número substancial” dos responsáveis pelo regime de Minsk.
A Chanceler alemã, Angela Merkel, principal parceiro comercial da Bielorrússia afirmou querer “um caminho independente para a Bielorrússia”, mas revelou que o bielo-russo não quis falar com ela quando tentou chamá-lo ao telefone.
Suécia declara alarma militar pela Bielorusia |
Os presidentes dos quatro países do Grupo de Visegrad (Polônia, Hungria, Eslováquia e República Tcheca) apoiaram “o direito do povo da Bielorrússia a eleições presidenciais livres, justas e democráticas” referindo-se à Rússia.
A Suécia colocou suas forças em alerta no mar Báltico. Caças e navios estão em alta prontidão.
Os noticiários de TV mostraram cenas inusitadas: soldados e veículos blindados patrulhando ruas da bucólica Gotlândia, um popular ponto turístico do país nórdico, segundo “DLNews”.
A ilha é altamente estratégica, por ficar num ponto chave para a circulação da frota russa do Báltico.
Enquanto entravam em ação de vigilância caças Gripen, quatro fragatas e um caça-minas finlandês, o Ministério da Defesa sueco comunicava que “estamos assistindo à deterioração da situação na vizinhança”.
Embora antiquado, muito armamento exibido tem grande poder de destruição |
“Há agora uma extensa atividade no mar Báltico, conduzida por russos e também por atores ocidentais, numa escala que nós não vimos desde a Guerra Fria”, disse Jan Thörnqvist, o comandante de operações conjuntas das Forças Armadas, acrescentando que “a situação é mais instável e difícil de prever” e que “os eventos na Belarus são um lembrete”.
Numa só semana, houve ao menos cinco interceptações aéreas feitas pelos russos, quatro delas sobre o Báltico, inclusive a um avião de patrulha P-3 Orion da Noruega, que é membro da OTAN.
O submarino americano USS Seawolf se mostrou na superfície na costa norte da Noruega, que é membro da OTAN, enquanto seis bombardeiros estratégicos B-52 patrulhavam a área escoltados por caças F-16 noruegueses.
Em foto de arquivo, a Rússia acena repressão com tanques em cidade |
Mesmo não sendo um membro da OTAN, a Suécia é o corredor preferencial para um ataque russo à Europa pelo norte.
As sirenes de bombardeio voltaram a tocar em toda a Alemanha pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria.
O Departamento de Proteção e Ajuda em Desastres disse que o objetivo é preparar a população para uma eventual emergência, informou a agência oficial Deutsche Welle.
Também a NATO exige suas forças nos países vizinhos da Belarus |
Interrupções das transmissões de televisão e de rádio estavam programadas, mas acabaram não ocorrendo em todos os canais, segundo relatos.
Notificações de alerta foram enviadas aos smartphones, mas muitos usuários não receberam a notificação pelo grande número de alertas que sobrecarregou o sistema.
Só a Santa Rússia poderá salvar a Europa.
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