O elogio da resistência às agressões russas e à luta por Deus e pela família entusiasmou os poloneses |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
A “nova-Rússia” de Putin não esconde sua frustração diante da virada que está se operando na nova administração dos EUA.
Os russos chegaram com desânimo para o encontro Trump-Putin efetivado em Hamburgo. A cita outrora havia sido marcada com imensas expectativas da parte do Kremlin.
O presidente Donald Trump vem surpreendendo o mundo e consternando as esquerdas com posições merecedoras de alto encómio.
Tivemos ocasião de fazer reparos a iniciativas do candidato Trump que não se inseriam numa estratégia de defesa dos valores básicos da civilização ocidental e cristã.
Desta vez, elogiamos o clarividente discurso por ele pronunciado em 6 de julho do presente ano 2017 na Praça Krasiński de Varsóvia.
O presidente Trump foi a Varsóvia para participar da reunião da Three Seas Initiative, uma aliança de 12 países outrora escravizados pela União Soviética.
A aliança é promovida pela Polônia e pela Croácia e tem por objetivo livrar os países membros da dependência do petróleo e do gás russo.
Na sua breve passagem pela capital polonesa, Trump fez o referido discurso ante uma multidão, em ato oficial, tendo como fundo o monumento aos heróis poloneses do Levantamento de 1944. Esses patrióticos combatentes foram esmagados pelo exército nazista com a cumplicidade por omissão do exército soviético.
Nas limitações de um blog, condensaremos a continuação os pontos mais relevantes a nosso juízo.
O texto completo se encontra neste endereço.
O jornal espanhol “ABC” destacou oportunamente a importância histórica do discurso.
E o comparou ao do recém-eleito presidente Obama que, em Berlim no ano de 2008, desenhou sua visão do mundo e sua futura política internacional, obviamente de esquerda. Ele anunciou o plano que ele aplicou nos seus oito anos de presidência.
O discurso de Trump é análogo na importância, mas com um viés oposto: a defesa de Ocidente em face das “ameaças de dentro e fora (...) contra seus valores, sua cultura, sua fé e tradição”.
A chegada das colunas americanas foi uma festa para a população polonesa. Foto na cidade de Bialystok |
Polônia está envolvida em graves tensões com a Rússia de Putin no Leste; com a União Europeia por causa de leis defensoras da vida e da família; e por fim com a onda de invasão islâmica apoiada pela mesma UE e pelo Papa Francisco I.
1) Presença militar americana na Polônia. Donald Trump elogiou o glorioso povo polonês num tema que enlouquece especialmente os donos do Kremlin: “seja-me permitido, disse agradecer a todo o povo polonês pela generosidade manifestada na bem-vinda a nossos soldados chegados ao seu país”.
O caso é bem conhecido: os EUA estão transferindo milhares de soldados para a Polônia e países vizinhos. A causa é clara: a ameaça da Rússia.
2) Fim da chantagem energética russa. “Nós nos temos engajado, disse, em garantir o acesso a fontes alternativas de energia, para que a Polônia e seus vizinhos nunca voltem a serem reféns de um único fornecedor de energia”.
É uma promessa das mais dolorosas para a Rússia. Os países do Leste europeu têm no pescoço uma corda de aço: os oleodutos e gasodutos que trazem da Rússia o combustível para funcionar e se aquecer no inverno.
O corte do fornecimento já foi usado por Moscou para intentar dobrar a Ucrânia. Se a chantagem não puder ser mais feita, a “nova-Rússia” perderá uma de suas maiores armas de pressão.
3) A luta entre o bem e o mal, e a certeza na vitória. “Embora a Polônia pudesse ser invadida e ocupada, disse Trump, e até suas fronteiras serem apagadas do mapa, nunca foi possível apaga-la da história ou de vossos corações.
“O triunfo do espírito polonês nos dá toda a esperança num futuro em que o bem vence o mal e a paz obtém a vitória sobre a guerra”.
4) Polônia: modelo de defesa da civilização. “Eu estou hoje aqui para sustenta-la como exemplo para outros que procuram a liberdade e que desejam reunir a coragem e a vontade de defender nossa civilização.
“A história da Polônia é a história de um povo que nunca perdeu a esperança, que nunca foi quebrado e que nunca, nunca esqueceu quem é”.
5) Uma milagrosa resistência. Em 1920, no Milagre do Vístula, Polônia deteve o exército soviético disposto a conquistar Europa. Depois, sob a dupla ocupação [nazista e soviética] o povo polonês sofreu males para além de toda descrição.
Tentaram destruir esta nação, quebrando sua vontade de sobreviver. Mas há uma coragem e uma força profunda no caráter polonês que ninguém poderá destruir. O mártir polonês, [N.T.: o bem-aventurado] Monsenhor Michael Kozal, disse bem: “Mais horroroso de que una derrota das armas é um colapso do espírito humano”.
6) Modelo de resistência ao comunismo. Em quatro décadas de governo comunista, Polônia e as nações cativas da Europa sofreram uma brutal campanha para demolir a liberdade, vossa fé, vossas leis, história, identidade, a própria essência de vossa cultura e humanidade. Mas, vós nunca perdestes esse espírito.
7) Não procurar a riqueza material, mas a Deus. Quando um milhão de poloneses se reuniu para a primeira missa com seu papa polonês, os comunistas de Varsóvia ficaram sabendo que o sistema opressivo logo desabaria.
Um milhão de poloneses não pediram riquezas. Não pediram privilégios. Mas cantaram simples palavras: “Queremos Deus”. O povo da Polônia, o povo da América e o povo da Europa ainda bradam “Queremos Deus”.
8) Polônia modelo em face da invasão islâmica. Hoje há ameaças graves para a nossa segurança e nosso estilo de vida. Vamos enfrenta-las e ganharemos.
Nós enfrentamos uma ideologia que exporta terrorismo e extremismo. Vamos detê-la. Temos que nos unir para despoja-los de seu território e de seu financiamento, suas redes e qualquer forma de apoio ideológico.
9) Face as novas modalidades de guerra da Rússia. Ocidente enfrenta novas formas de agressão que incluem a propaganda, os crimes financeiros e a guerra cibernética.
10) Exortação a Rússia cessar as provocações. Instamos Rússia a acabar com suas atividades desestabilizadoras na Ucrânia e em outros lugares, incluídas a Síria e o Irã.
Os inimigos fracassarão. Forças de dentro e de fora, do Sul ou do Leste, ameaçam minar nossos valores e apagar nossos liames de cultura, fé e tradição. Essas forças estão condenadas ao fracasso e nós, de fato, queremos que fracassem.
Uma multidão ovacionou o presidente Trump em Varsóvia |
12) Necessidade de investir mais na defesa militar. Aplaudimos a Polônia pela decisão de adquirir dos EUA o sistema de defesa aérea e de misseis Patriot. Vosso exemplo é magnífico, aplaudimos a Polônia.
13) Rearmamento psicológico e moral. Nossa defesa não é só um engajamento de dinheiro, é um engajamento de vontades. A defesa de Ocidente repousa também na vontade de seu povo para prevalecer. A questão fundamental de nossa época é saber se Ocidente tem vontade de sobreviver.
14) Restauração da família e dos valores. Temos confiança em nossos valores a ponto de defendê-los a qualquer preço? Temos o desejo e a coragem de preservar nossa civilização ante aqueles que a destruiriam?
Podemos ter as maiores economias e as armas mais letais. Mas se não temos famílias fortes e valores fortes, então seremos débeis e não sobreviveremos.
15) Reerguimento psicológico. Nossa luta pelo Ocidente não começa no campo de batalha: começa em nossas mentes, nossas vontades e nossas almas. Nossa liberdade, nossa civilização e nossa sobrevivência dependem de vínculos de história, cultura e memória.
16) Rumo à vitória com Deus e a família. O Ocidente cristão vencerá. Hoje o mundo ouvirá que o Ocidente jamais será quebrantado. Nossos valores prevalecerão. Nossa civilização triunfará.
Lutaremos como os poloneses: pela família, pela liberdade, pelo país e por Deus. Deus vos abençoe. Deus abençoe o povo polonês. Deus abençoe nossos aliados. E que Deus abençoe os EUA. Muito obrigado.
Muito boa a postagem, Luis Dufaur. parabéns por tudo que tem feito pela fé. Abraços fraternos.
ResponderExcluirTrump, que vende armas para a ditadura dos sauditas querendo fazer média com os poloneses, em troca de...armas.
ResponderExcluirCaro anônimo, a política sempre foi uma faca de dois gumes que deve ser usada com cuidado e sabiamente, Trump vende armas aos sauditas por causa do comercio do petróleo que seu país tanto depende e principalmente do perigo da influência da mais radical, antissemita e autodeclarado inimigo dos EUA e aliado de Putin, o Irã, simples assim. Por Paulo Martins.
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