'Chaminés do inferno' como em Norilsk, provocam o enegrecimento da neve. O passado não foi mudado posto o 'atraso' da 'nova URSS' de Putin. |
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de política internacional, sócio do IPCO, webmaster de diversos blogs |
Procurando fazer um bonito papel nas eleições presidências que o devem reconduzir ao poder pela enésima vez, Vladimir Putin vem prodigando promessas ao sofrido povo russo.
Ditas promessas são reveladoras da miséria em que ele mantém esse grande povo, sacrificado em benefício de suas pretensões hegemônicas mundialistas.
Segundo a agência France Press, Putin agora está garantido que pretende lutar contra a “neve negra”, ou a neve que cai com nojenta cor carregando a imensa acumulação de poluição jogada no ar por velhas fábricas soviéticas.
É claro que o macrocapitalismo publicitário há anos vem apresentando o saudosista da URSS como um campeão pela ecologia do planeta. Agora, suas próprias palavras desvendam o que de fato fez em décadas de governo.
Outro objetivo anunciado é procurar água potável para o povo e combater o “smog” ou contaminação do ar que afeta os russos, a ponto de, segundo Putin, não existir no país “nenhum local onde se refugiar”.
“É difícil falar de uma vida longa e de boa saúde quando, ainda no presente, milhões de pessoas devem beber água que não corresponde às normas, quando cai neve negra como em Krasnojarsk, e quando os habitantes dos grandes centros industriais não veem o sol durante semanas por culpa da fumaça”, disse ele no discurso anual diante da Duma, ou Parlamento.
Putin já prometeu aumentar os recursos para a saúde, mas foram cortados para favorecer a indústria de armas. |
Ele já havia anunciado que 2017 seria o Ano da Ecologia na Rússia, mas o ano acabou sem nenhum resultado relevante segundo as organizações ecologistas privadas, russas e internacionais.
O país é vítima constante de acidentes industriais que tingem os rios com substâncias tóxicas e provocam as sinistras “neves negras” como a mencionada de Krasnojarsk, na Sibéria.
O lago Baikal na Sibéria, o de maior volume de água doce da Terra, foi classificado patrimônio da humanidade pela Unesco, mas Putin deu de ombros, e está ameaçado pelos detritos industriais.
Mas não é só a desordem industrial excitada pela corrida armamentista que tortura e intoxica os russos. Putin deixou isso claro prometendo, mais uma vez, na mesma ocasião que pretende melhorar o nível de vida do povo e reduzir pela metade o nível da pobreza que ele qualificou de “inaceitável” durante seu próximo mandato.
Com a cabeça das eleições prometeu melhorar “o bem-estar” da população e investir na infraestrutura da saúde que ele arruinou para financiar a indústria bélica.
Agora disse que reconhece o “atraso”, que para ele agora e seu “principal inimigo”, informou a France Press.
O número das pessoas abaixo do nível de pobreza aumentou constantemente em seu último mandado presidencial (2012-2018) marcado pela recessão econômica ligada à invasão da Ucrânia e as sanções econômicas internacionais.
Putin que propagandeou custosíssimas e inverificáveis armas de colossal alcance e poder destrutivo, pavoneou os “avanços tecnológicos” da Rússia que teria um “potencial colossal” na matéria.
Na prática é uma magra consolação para um povo que afunda cada vez mais na pobreza e vê diminuir seu nível de vida e sua população.
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