domingo, 30 de julho de 2017

Kremlin tenta forjar um país, a Malorrosía,
para se apossar da Ucrânia

O anunciado país de Malorossía incluiria por completo as regiões de Lugansk e Donetsk. Mas, isso seria só como início de conversa.
O anunciado país de Malorossía incluiria as regiões de Lugansk e Donetsk por completo.
Mas, isso seria só um início de conversa...
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
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Separatistas pró-russos no leste da Ucrânia proclamaram um novo Estado denominado Malorossía, que significa “Rússia Menor”, mas que de fato é o primeiro passo de um processo que visa engolir quase todo o território da Ucrânia e até parte da Moldávia!

O líder pró-russo Alexander Zajarchenko explicou que o novo Estado se aglutinará em volta das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk. Sua Constituição será votada em referendo e a capital será a cidade de Donetsk, informou “El Mundo” de Madri.

Esses dois territórios sublevados pelo influxo de Moscou já tinham aprovado a secessão num referendo em que os eleitores votavam mirados por fuzis e cujos resultados foram contestados. No dia seguinte os “vencedores” pediram a integração na Federação Russa.

Mas Vladimir Putin não ousou sequer reconhecer a independência desses secessionistas. Seu plano era mais sibilino.

Ele pretendia usar os revoltosos que já estavam sob seu controle para exigir imediatas concessões do governo ucraniano legítimo de Kiev.

Mais na frente, ele esperava usá-los como alavanca para engolir a Ucrânia inteira. Mas a intriga não conseguiu quebrar o patriotismo ucraniano e ficou paralisada.

domingo, 9 de julho de 2017

Trump em Varsóvia: virada desconcerta Rússia

O elogio da resistência às agressões russas e à luta por Deus e pela família entusiasmou os poloneses
O elogio da resistência às agressões russas
e à luta por Deus e pela família entusiasmou os poloneses
Luis Dufaur
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A “nova-Rússia” de Putin não esconde sua frustração diante da virada que está se operando na nova administração dos EUA.

Os russos chegaram com desânimo para o encontro Trump-Putin efetivado em Hamburgo. A cita outrora havia sido marcada com imensas expectativas da parte do Kremlin.

O presidente Donald Trump vem surpreendendo o mundo e consternando as esquerdas com posições merecedoras de alto encómio.

Tivemos ocasião de fazer reparos a iniciativas do candidato Trump que não se inseriam numa estratégia de defesa dos valores básicos da civilização ocidental e cristã.

Desta vez, elogiamos o clarividente discurso por ele pronunciado em 6 de julho do presente ano 2017 na Praça Krasiński de Varsóvia.

domingo, 2 de julho de 2017

Rússia à beira do “suicídio demográfico”

Bonecas num ex-jardim de infância em Pripyat, Chernobyl, ilustram o drama da queda da natalidade russa
Bonecas num ex-jardim de infância em Pripyat, abandonada nos dias da ex-URSS,
ilustram o drama da queda da natalidade na "nova-URSS"
Luis Dufaur
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As mais recentes estatísticas demográficas russas continuam apontando para um desastre sem precedentes.

Segundo a agência oficial Rosstat, entre janeiro e fim de maio de 2017 nasceram 70.000 crianças a menos que em idêntico período do ano passado.

Tal queda coloca a Rússia na via do suicídio demográfico, pois a diminuição da população atingiu o “ponto de não retorno”, escreveu a jornalista Jeanne Smits em seu site Reinformation.

Com efeito, a angustiante interrogação levantada pelo Moscow Times, jornal anglófono de oposição e uma das poucas vozes independentes que ressoam na “nova-Rússia”.

A catástrofe dizimou os recrutas do Exército que Putin quer para reconstituir a grandeza militar da falida URSS.

Por isso, o omniarca do Kremlin ordenou políticas favoráveis, meramente materialistas, à natalidade, mas fracassaram. Essencialmente religiosa, a moral familiar não se muda com leis.

domingo, 25 de junho de 2017

Na Síria, Moscou põe o mundo à beira do precipício

Putin tenta cerrar de cima mas seus aviões são facilmente derrubados
Putin tenta cerrar de cima mas seus aviões são facilmente derrubados
Luis Dufaur
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Um avião dos EUA derrubou um bombardeiro sírio que atacava tropas da coalisão internacional em combate contra o Estado Islâmico (ISIS) na província de Raqa, cfr. “El País” de Madri.

O incidente estava anunciado. Apenas não se sabia a data e o local. A aviação russa e sua dependência síria ignoram o memorando de identificação mútua e atacam alvos civis ou pró-americanos dependendo das conveniências de Moscou ou de Damasco.

Segundo os EUA, único que forneceu informações verificáveis do incidente, um caça-bombardeiro 18E Super Hornet agiu em defesa própria contra um Sukhoi SU-22 sírio que bombardeava os aliados curdos e árabes em Yadib, no sul da cidade de Tabqa.

O comando militar russo foi advertido previamente para interromper o ataque sobre “amigos”. Mas o costume russo é ignorar todo aviso.

“As ações hostis de Síria contra forças apoiadas pela coalisão que combate o ISIS não serão toleradas”, advertiu mais uma vez o comando aliado.

domingo, 18 de junho de 2017

Assassinos disfarçados caçam inimigos de Putin
na Ucrânia e no mundo

Osmayev e Amina respondem aos jornalistas sobre a tentativa de assassinato em Kiev
Osmayev e Amina respondem aos jornalistas sobre a tentativa de assassinato
Luis Dufaur
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Um homem alto e elegante, de terno escuro, falando com sotaque francês se apresentou a políticos de Kiev como “Alex Werner”, jornalista do bem conhecido “Le Monde” de Paris, segundo reportagem do “The New York Times”.

“Era calmo e confiante”, lembrou Amina Okuyeva que quase foi morta por ele. O marido de Amina ficou famoso na Ucrânia como voluntário checheno na guerra contra os separatistas no leste do país e “Werner” procurou entrevistá-la várias vezes.

Até que a entrevista marcada virou aterrorizante tiroteio. “Werner” de fato era um assassino checheno enviado da Rússia para matar o herói dos ucranianos. Artur Denisultanov-Kurmakayev era seu verdadeiro nome e fora enviado para matar Amina Okuyeva e seu marido, Adam Osmayev.

Mas o crime ficou frustrado porque Amina estava armada.

Em 2006, o governo russo legalizou os assassinatos praticados no exterior contra adversários que o Kremlin rotula de ameaça terrorista, retomando uma prática da era soviética.

Denisultanov-Kurmakayev se instalou um ano em Kiev, misturando-se com políticos e ativistas anti-Rússia. Mas Amina desconfiava: ele carregava um notebook que quase não usava; seus ternos eram caros demais.

domingo, 11 de junho de 2017

Doutrina ocultista anticristã assoma por trás do “cristianismo putinista”

René Guenon e Fritzhof Schuon, que passaram ao islamismo místico inspiram o 'novo cristianismo que vem da Rússia'
René Guenon e Fritzhof Schuon, que passaram ao islamismo místico
inspiram o 'novo cristianismo que vem da Rússia'
Luis Dufaur
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continuação do post anterior: O lado oculto da “manobra Putin”



No Colóquio 'Ocidente contra a Europa', assistido por Jeanne Smits, o discurso contra o Ocidente ficou obcecado pela exaltação da herança “heleno-romana e cristã” da Europa, que seria mantida com exclusividade pelo Patriarcado de Moscou.

A jornalista ficou estranhada pela sistemática omissão da herança histórica e cultural católica, ou com a ausência de noções religiosas básicas, como os Dez Mandamentos.

Na abertura, o tesoureiro da Sofrade, Louis de Sivry, saudou a presença dos conselheiros das embaixadas russa e iraniana em Paris. O que tem a ver o Irã governado por fanáticos xiitas com a causa do cristianismo ou da "herança greco-romana?" – perguntou Jeanne Smits em seu site reinformation.tv..

Mas logo lembrou que o presidente da Sofrade possui a empresa Tzar Consulting que acompanha projetos comerciais em “zonas geográficas não convencionais”, especialmente no Irã.

A Rússia de Putin foi o leitmotiv.

Nicola Mirkovic, colaborador da agência Sputnik e da Russia Today – dois grupos da propaganda putinista –, propôs substituir a União Europeia por uma União que vá de Brest (no Atlântico) até Vladivostok (no Pacífico).

Em outros termos trocar Bruxelas por Moscou num esquema mais esmagador das identidades nacionais do que a atual UE.

O coronel Jacques Hogard denunciou a NATO como “organização obsoleta e perigosa” e “braço armado dos EUA”. E propôs uma aliança dos países europeus com a Rússia. Mais da mesma coisa trocando o polo de influência de Washington para Moscou.

Jeanne Smits custava a acreditar que assistia ali ao renascimento da antiga estratégia geopolítica da URSS.

Era como se os presentes trabalhassem para uma “nova Rússia” reconstituindo o antigo bloco soviético. Eles propunham restaurando velhas alianças com os aliados tradicionais da era soviética, como Cuba, China, Coreia do Norte acrescido do Irã e da Venezuela.

O painel de 'L'Occident contre l'Europe'
O painel de 'L'Occident contre l'Europe'
John Laughland, diretor de estudos do Instituto de Democracia e Cooperação, presidido por Natalia Narotchnitskaïa e teledirigido por Putin, defendeu que o comunismo sumiu na Rússia.

Mas, mirabile dictu, triunfa no Ocidente na sua versão marxista gramsciana.

Essas palavras soavam bem, mas eram enganosas e distorciam a realidade, observou Smits.

Primeiro: a Rússia não se libertou do comunismo como pode se ver pela continuidade dos kolhozes coletivos, o cerceamento da propriedade privada e a ausência de liberdades, especialmente a religiosa.

Segundo: o gramcismo é uma variante estratégica para a vitória do comunismo, inclusive na Rússia,. O que Gramsci quer para Ocidente, desde 1917 está sendo aplicado na Rússia.

As reformas culturais que o marxista italiano pregou décadas depois, como a dissolução da família, o aborto, etc., são lei na Rússia.

Levan Vasadze, oligarca admirador do ocultista francês René Guénon, disparou que “o marxismo é uma forma de totalitarismo inventada pelo Ocidente” por capitalistas globalistas. O liberalismo seria outro totalitarismo.

Em resposta a esses totalitarismos ele ofereceu o conceito de “tradição” do ocultista René Guénon, também conhecido como Abd al-Wâhid Yahyâ, pois no fim da vida se tornou místico islâmico.

Jeanne Smits relembra que Guénon encarna o modelo do ocidental fascinado pelo Oriente, gnóstico, esotérico, maçom e apóstata. Acresce que o "maître-à-penser" de Putin, Aleksander Dugin, foi o primeiro tradutor da obra de Guénon para o russo.

Para Vasadze, a “civilização ocidental” só serve para os “estúrdios e os cínicos”. O sentido profundo dessa aparente confusão é que raízes da religiosidade russa remontam a “sabedorias” muito antigas e certamente não católicas, ouviu com espanto a jornalista que achava que ia encontrar defensores do cristianismo!

Jeanne Smits
Jeanne Smits
Vasadze anunciou outra era histórica cujo fundador será “aquele cujo nome não deve ser dito”, o “quarto cavaleiro do Apocalipse”, ou o cavaleiro da morte.

O que ele quis dizer?

Vasadze sublinhou que o liberalismo é que vai morrer. Para vir o quê na nova era?

“No centro da sociedade não há classe, nem raça, nem mesmo indivíduo”, explicou, antes de justificar o panteísmo.

Nessa nova era o homem feito à imagem e semelhança de Deus deverá ser substituído pelo homem-molécula sem individualidade.

Fabrice Sorlin, diretor da associação organizadora Sofrade, fez um apelo para se obedecer à Rússia, pois, entre outras razões, ela ajudou Bachar el-Assad a deter o avanço dos valores ocidentais.

O jovem ucraniano “ortodoxo” Olexandr Skoruskov ecoou o apelo parafraseando a ideia básica do "olibarca" Konstantin Malofeev segundo a qual a fórmula ideal é a aliança dos sovietes com o Patriarccado de Moscou.

Ele explicou que “sob os sovietes tínhamos uma moral, um senso da pessoa humana”.

Alexeï Komov, representante do Patriarcado de Moscou no Congresso Mundial das Famílias, defendeu que a revolução bolchevista de 1917 foi apenas uma “experiência” que nada tinha de russa (sic!). Como se Lenine não tivesse tido parte nela, nem toda uma geração de revolucionários russos que lhe imprimiram um caráter tipicamente russo.

Ora, foi a Revolução de 1917 que proclamou o amor livre, legalizou o divórcio e instalou o aborto sem limites. Mas Komov, auto-intitulado defensor da família, fingiu desconhecer tudo isso..

E hoje? Alegremente, Komov inventou que houve um “milagre” na Rússia em virtude do qual renascem os valores tradicionais da família e da tradição.

Quem fez o “milagre”? Komov, que trabalha para o oligarca Konstantin Malofeev, financiador da restauração das igrejas russas, deixou a resposta no ar. Obviamente não tinha, e esse “milagre” coletivo não existiu.

Ele fingiu ignorar que o número oficial de abortos hoje na Rússia é de 700.000 por ano,  e com uma percentagem mais elevada que nos países mais liberais da Europa Ocidental.

Tampouco falou que o índice de divórcios na Rússia é um dos piores do mundo, acima de 50 %.

Ou que os nascimentos fora do casamento desceram aos níveis deploráveis dos países dominados pelo “globalismo” (França, 57 %).

Porém, Alexeï Komov apresentou-se despudoradamente como grande defensor da vida e não hesitou em explicar que “Stalin acabou mais favorável à família”, sem ligar para os cerca de cem milhões de mortes provocadas por esse ditador e as famílias assim destruídas.

Aleksandr Dugin, cujo site Katehon é também beneficiado pelos fundos do oligarca Konstantin Malofeev, é tido como o maître-à-penser de Putin.

Místicos ocultistas ou islâmicos como Frithjof Schuon por trás do autoproclamado 'renascer do cristianismo' pro-russo
Místicos ocultistas ou islâmicos
como Frithjof Schuon por trás
do autoproclamado
'renascer do cristianismo' pro-russo
No Colóquio, suas ideias estavam na boca de todos. Mas – escreve Smits – em seu livro O gnóstico Dugin confunde conceitos e posições para ludibriar deliberadamente os outros: “Nós os embaralhamos passando do direitismo ao esquerdismo e vice-versa. Seduzimos ao mesmo tempo a extrema-direita e a extrema-esquerda”.

Smits identifica nesse livro de Dugin um velho palavreado maçônico. Com palavras confusas supostamente de direita ele restaura o pensamento mofado da velha esquerda e forja um “Putin salvador da Cristandade”, que é ao mesmo tempo herdeiro de Stalin!

A jornalista teve mais uma surpresa no encerramento.

Yannick Jaffré, pensador nietzschiano e ex-militante do Partido Socialista Francês, voltou a apelar para a inspiração de uma ciência “que vem de muito longe”.

Ele invocou os clássicos pagãos, os antigos gregos, Maquiavelo e Nietzsche. Sim, o próprio Nietzsche, que pregava o combate à Igreja quando Ela não estava empestada de progressismo.

Não foi por acaso – conclui Jeanne Smits – que a palavra final do Colóquio ficou com um pensador tido como “perfeito panteísta”.

No "cristianismo putinista" só encontrou engano e tapeação.



domingo, 4 de junho de 2017

O lado oculto da “manobra Putin”

Jeanne Smits quis saber o que havia por trás do fascínio de Putin sobre pessoas que seriam suas vítimas
Jeanne Smits quis saber o que havia por trás
do fascínio de Putin sobre pessoas que seriam suas vítimas
Luis Dufaur
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Continuação do post: Paroxismo da desinformação russa: a mensagem de Fátima e a ‘missão providencial’ de Putin



Jeanne Smits, ex-diretora de redação e ex-gerente de “Présent”, jornal que funciona como porta-voz oficioso do Front National de Marine Le Pen, conhece bem os meandros dos movimentos da direita europeia.

Como jornalista, participou em Paris do colóquio O Ocidente contra a Europa, organizado pela Sofrade (Société française de démographie) e presidido singularmente de Moscou por Fabrice Sorlin.

O evento se realizou em 1º de abril no auditório da Maison de la Chimie com a presença de movimentos de países europeus e sobretudo da “Grande Rússia”.

Jeanne Smits apresentou um pormenorizado relato no site reinformation.tv.

Ela queria saber de onde provém a admiração por Vladimir Putin de amigos seus, pertencentes a grupos identitários, soberanistas e anti-imigração, que julgam ver no ex-coronel da KGB um líder defensor da família, uma muralha contra o liberalismo americano, o terrorismo islâmico, etc.

O fenômeno é tão singular que, segundo a jornalista, dez dias antes das eleições, em plena campanha presidencial, Marine Le Pen foi procurar “uma forma de sagração por Vladimir Putin em Moscou”.

O gesto foi qualificado como “corajoso e bem-vindo” por Philippe de Villiers, político que defende posições opostas à ideologia dos pensadores próximos de Putin, como Aleksandr Dugin – o “Rasputin de Putin” – e o “oligarca” Konstantin Malofeev.

No Colóquio, Smits teve uma imensa surpresa.

Colóquio pro Putin 'Ocidente contra Europa', na Maison de la Chimie, Paris, assistido por Jeanne Smits
Colóquio pro Putin 'Ocidente contra Europa',
na Maison de la Chimie, Paris, assistido por Jeanne Smits
Deparou-se com a exposição de uma doutrina pró-russa e tradicionalista, mas prenhe, segundo ela, de “evidentes tons gnósticos, pagãos, franco-maçônicos, dissimulados por trás de uma fachada nacionalista e pró-europeia, leia-se cristã e pela vida, capaz de enganar muitas pessoas de boa vontade”.

No ponto de partida há um engano, observou.

A grande mídia e o establishment político dominante trabalham pela cultura da morte, pela ideologia de gênero, pela extinção das nacionalidades e pelo desfazimento das culturas dos países numa massa planetária.

Essa ofensiva preocupa as pessoas bem orientadas e foi abordada no Colóquio. Mas, estranhamente, o tema foi misturado com uma propaganda de Moscou que conduzia no sentido oposto do prometido.

Um exemplo revelador é o conceito de “mundo multipolar” de Aleksandr Dugin. Esse conceito esteve no centro do evento em Paris e foi apresentado como uma alternativa radical ao líder do Ocidente: os EUA.

Mas, o que é o Ocidente na visão do “Rasputin” do Kremlin? , perguntou Smits

Em momento algum se falou do Ocidente cristão que levou o Evangelho ao mundo inteiro.

O cristianismo do 'maître-à-penser' de Putin varre o catolicismo e instala o monopólio do Patriarcado de Moscou submisso ao Kremlin.
O cristianismo do 'maître-à-penser' de Putin varre o catolicismo
e instala o monopólio do Patriarcado de Moscou submisso ao Kremlin.
No centro da multipolaridade duguiniana há uma polaridade única: a do cristianismo ortodoxo cismático de Moscou. É uma troca enganosa.

O Patriarcado de Moscou foi criado pelos czares como uma “Terceira Roma”, que desconhecia a Roma dos Papas (a primeira Roma) e Constantinopla (a segunda Roma).

Depois foi extinto, em função de cálculos de interesse e o capricho dos czares e a expansão do Império moscovita.

No século XX, ele foi restaurado pelo bolchevismo em troca do engajamento pelo socialismo e pelo comunismo.

A multipolaridade religioso-cristã duguiniana reduz o cristianismo ao monopólio do Patriarcado de Moscou.

Ele é erigido em única igreja representativa da “Grande Rússia”, a qual por sua vez é proclamada “potência soberana e autônoma” única, imperial e invasora. E o Patriarca é mero servidor desse projeto.

Em janeiro de 2015, explicou Dugin com termos leninistas: “Não haverá Grande Rússia sem grandes conflitos. Uma prosperidade pequeno-burguesa jamais nos conduzirá à grandeza. Espero uma Grande Rússia por meio de grandes abalos”.

Assim, a multipolaridade duguiniana resulta na hegemonia russa centrada com exclusividade no Kremlin e em seu submisso Patriarca de Moscou.

As críticas às intenções mundialistas de reprimir a natalidade se desfizeram na hora em que escritores pela vida – mas também por Putin – manifestaram grande hostilidade à expansão demográfica africana.

Num vídeo religiosos do Patriarcado de Moscou beijam a mão de Vladimir Putin
Num vídeo religiosos do Patriarcado de Moscou beijam a mão de Vladimir Putin
Eles culpam essa última pelo “aquecimento global”! Mas ao mesmo tempo afirmam que dito aquecimento é uma invenção globalista para montar uma ditadura à qual os agentes putinianos pretensamente se opõem!

Quem decifra tão ovante contradição?

Mas isso foi apenas o começo das descobertas de Jeanne Smits que não conseguia acreditar no que via e que entrava por seus ouvidos.


Continua no próximo post: Doutrina ocultista anticristã assoma por trás do “cristianismo putinista”


domingo, 21 de maio de 2017

A cartada de Putin: dividir para imperar,
adormecer para esmagar

A bandeira da URSS arriada pela última vez do Kremlin. Parecia que tudo terminava. Mas a manobra estava apenas começando.
A bandeira da URSS arriada pela última vez do Kremlin.
Parecia que tudo terminava. Mas a manobra estava apenas começando.
Luis Dufaur
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Quando a bandeira vermelha com a foice e o martelo foi arriada no Kremlin em sinal da extinção do império marxista-leninista da URSS, o mundo suspirou aliviado.

Mas, nos antros não visíveis a olho nu que deram origem a essa imensa central do mal, preparava-se outra coisa que poucos ousavam imaginar.

“O comunismo morreu!” clamaram com júbilo os potentados de mídia e da economia ocidental que até havia pouco se resignavam a capitular diante do monstro vermelho cujo trono estava no Kremlin.

Houve poucos, muito poucos, que não caíram na cilada. Entre eles destacou-se como figura de exceção, um grande brasileiro: o prof. Plínio Corrêa de Oliveira.

Acompanhando acuradamente o noticiário nacional e internacional, ele foi formando uma ponderada, mas previsora conclusão: o comunismo não estava conseguindo conquistar as massas e por isso entrava em crise.

Para tentar superar essa crise, ele poderia tentar uma manobra – entre outras – que consistiria em fingir uma extinção que desarmasse os oponentes. Quando estes se adormecessem, ele desferiria um golpe de grandes proporções.

O plano não era novo. O esboço dele apareceu em conferência de Dimitri Z. Manuilski, primeiro secretário do Partido Comunista da Ucrânia.

domingo, 16 de abril de 2017

Dentro e fora do país,
aumenta a saturação em relação a Putin

Protestos contra corrupção em 99 cidades da Rússia foram animados pelos jovens
Protestos contra corrupção em 99 cidades da Rússia foram animados pelos jovens
Luis Dufaur
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Manifestações contra a corrupção imperante no Kremlin reuniram em março muitos milhares de pessoas em quase cem cidades da Rússia. A aglomeração e a multiplicidade de locais deixaram espantados a opositores e situacionistas.

O Kremlin que sabia do mal-estar espalhado na Rússia, entretanto, não conseguia esconder o pasmo diante da dimensão do protesto. Surpreso também ficou Alexei Navalny o dissidente que convocou as marchas.

Alexei Navalny e por volta de 700 seguidores foram presos pelo aparato repressivo enquanto os manifestantes foram atacados com gás pimenta e cassetetes segundo a organização OVD-Info.

Para a polícia “só” 500 foram encarcerados. O recurso à brutalidade com os opositores não é novidade na Rússia nem para uns nem para outros.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Trump abre os olhos
para a verdade da “nova-Rússia”?

Pai vai enterrar seus dois filhos mortos pelo ataque assassino
Pai vai enterrar seus dois filhos mortos pelo ataque assassino
Luis Dufaur
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Na noite de quinta-feira para sexta feira (6/7 de abril) o cenário do mundo deu um giro brusco, até contraditório, de 180º. Dos destroieres americanos – o USS Porter e USS Ross – enviaram uma chuva de 59 mísseis Tomahawk para a base aérea síria de Al Shayrat.

Dessa base partiram os aviões que bombardearam com gás sarin a cidade Khan Cheikhoun matando cruelmente por volta de 90 civis entre os quais 30 crianças.

A resposta americana pulverizou por volta de 20% da força aérea síria.

O fato deixou o mundo pasmo. Todas as predições e cálculos estratégicos no mundo ruíram nesse instante. Todos agora procuram entender o que se passou e se posicionar no novo cenário.

Pois os EUA vinham de bombardearam não apenas uma base síria, mas atingido a menina dos olhos da “nova-Rússia”. Os dois gigantes estão face a face.

domingo, 2 de abril de 2017

Suécia teme agressividade de Moscou
e intensifica rearmamento

Suécia restabeleceu o serviço militar obrigatório
A Suécia restabeleceu o serviço militar obrigatório
Luis Dufaur
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A Suécia, berço dos míticos vikings, adotou no século XX o pacifismo visceral socialista com a ilusão de se imunizar contra eventual invasão russa.

Também acolheu no país uma vasta rede de organizações “companheiras de viagem” do comunismo russo. Essas fizeram da Suécia uma base a partir da qual pregavam a desmobilização dos espíritos no Ocidente face ao expansionismo soviético em nome da “paz”.

Essa nação protestante omitia a verdadeira avaliação do perigo russo, apresentado por Nossa Senhora em Fátima como um instrumento da punição divina.

Porém, nos últimos anos, a agressividade da “nova Rússia” de Vladimir Putin, patente em países próximos da Suécia, provocou forte mudança de atitude na opinião pública sueca.

Em consequência, o governo de Estocolmo determinou restabelecer o serviço militar obrigatório.

domingo, 26 de março de 2017

Revelada tentativa russa
de assassinar o primeiro ministro de Montenegro

Nemanja Ristic, um dos conspiradores, fotografado perto do ministro do exterior russo Sergei Lavrov em visita à Sérvia
Nemanja Ristic, um dos conspiradores,
fotografado perto do ministro do exterior russo Sergei Lavrov em visita à Sérvia
Luis Dufaur
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O governo russo teria montado um atentado para assassinar o primeiro-ministro de Montenegro, Milo Djukanovic, revelou “The Daily Telegraph”, citando fontes do Foreign Office.

Os dados da investigação foram revelados com detalhes em fevereiro (2017).

Moscou teria excogitado um golpe contra o Parlamento na véspera do ingresso do pequeno país na NATO.

Para o ministro russo de relações exteriores Sergei Lavrov, a culpada pelas tensões é a NATO que, segundo ele, é uma “instituição da Guerra Fria” cujo expansionismo estaria forjando níveis de tensão sem precedentes na Europa nos últimos 30 anos. A Rússia seria inteiramente inocente.

domingo, 19 de março de 2017

O inferno soviético na Terra
mantido pela “nova Rússia”

Restos da prisão de Norilsk
Luis Dufaur
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A cidade mais populosa do Ártico russo, com 46 graus abaixo de zero às 8 horas da manhã, está sumida na noite polar, mas as crianças vão para a escola como em qualquer dia normal de inverno.

Ela está fechada para os estrangeiros. O secretismo que envolve a cidade restringe até as poucas licenças concedidas à imprensa do exterior.

É “a pior cidade do mundo para viver”. Mas um jornalista de La Vanguardia de Barcelona acabou conseguindo a licença e contou o que viu.

A razão do mistério está encharcada de sangue, repressão e ditadura. Norilsk nasceu nos anos trinta do século XX e as galerias de suas minas foram escavadas por prisioneiros do gulag, vítimas dos expurgos stalinistas do Grande Terror.

Na península de Taimir há enormes reservas de níquel, cobre e platino, e ainda hoje a cidade de 170.000 habitantes é regida pela estatal Norilsk Nikel, da qual depende até o último detalhe da vida.

Norilsk não tem estrada, nem trem. Só se pode chegar de avião ou de rompe-gelo.

A cidade é uma das mais contaminadas do mundo. A neve cai preta, os rios são vermelhos, a chuva é ácida e quase todas as árvores morreram. A expectativa de vida é de 46 anos. A mineração e a indústria local jogam anualmente no ar 4.000 toneladas de dióxido de sulfuro.

domingo, 5 de março de 2017

Influências russas na administração Trump
dividem conservadores no governo

Nikki Haley, flamante embaixadora na ONU reafirmou que os EUA manterão as sanções à Rússia.
Nikki Haley, flamante embaixadora na ONU
reafirmou que os EUA manterão as sanções à Rússia.
Luis Dufaur
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Após a eleição de Donald Trump, os milicianos pró-russos que ocupam o leste ucraniano recrudesceram as provocações e há mortes quase diariamente.

Talvez a Rússia imaginasse que o novo governo americano afrouxaria a resistência.

Mas, de fato, a nova embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, declarou no Conselho de Segurança que as sanções contra o Kremlin ficam de pé “até que a Rússia devolva o controle da península (da Crimeia) à Ucrânia”, noticiou a AFP.

A embaixadora deplorou que sua primeira intervenção no Conselho de Segurança tenha disso para “condenar as ações agressivas da Rússia”.

“Nós queremos melhores relações com a Rússia. Porém, a situação critica no leste da Ucrânia pede uma condenação forte e clara das manobras russas.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Guerra híbrida russa
mira Lituânia, Ucrânia, França e Alemanha

Civis treinam para lidar contra seudo insurgentes teleguiados desde Moscou
Civis treinam para lidar contra insurgentes teleguiados desde Moscou
Luis Dufaur
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“Carece de todo senso imaginar nos invadir: nós não nos renderemos jamais!”, afirmou peremptoriamente Dalia Grybauskaité, presidente da Lituânia. O povo lhe pede segurança acima de tudo, segundo recolheu FranceTV. 

O povo lituano é diminuto em população e território, mas não carece de bom senso e coragem.

Por isso, não leva a sério as declarações distensionistas que o Ocidente engole e teme positivamente a invasão russa. A Lituânia tem fronteira com o supermilitarizado enclave russo de Kaliningrado.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

“Washington será nossa”:
a comemoração do Kremlin

No centro de Moscou cartazes promoviam a candidatura de Donald Trump.
No centro de Moscou cartazes promoviam a candidatura de Donald Trump.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Uma estranha comemoração teve lugar em Moscou na inauguração da presidência de Donald Trump. Com champagne e festejos o Kremlin marcou a data festiva daquele que em teoria deveria ser seu maior oponente.

“É estranho, mas é ótimo, pela primeira vez os russos estão aplaudindo a vitória de um candidato presidencial dos EUA”, comentou o analista político Stanislav Byshok, citado pelo “New York Daily News”.

As promessas de Trump alimentam o otimismo russo, malgrado a recente manutenção das sanções pela invasão ilegal da Crimeia, a ocupação do leste da Ucrânia, a oposição militar na guerra na Síria e a interferência da Rússia na eleição presidencial.

O primeiro ministro russo Dmitry Medvedev foi dos primeiros a comemorar no Facebook.

Perto do Kremlin, nacionalistas russos montaram na sede dos Correios de estilo típico soviético um tríptico de Putin, Trump e a líder do Front National francês Marine Le Pen.

Vladimir Putin foi exibido na tela erguendo a taça de champagne e tendo a seu lado a política francesa Marine Le Pen.

A festa foi organizada pela TV Tsargrad, dirigida pelo ideólogo ultraputinista Alexander Dugin e foi partilhada por uma centena de nacionalistas russos admiradores de Trump.

Trumpomania fabricada no Kremlin: em Moscu a ativista putinista Maria Katasonova durante entrevista de imprensa.
Trumpomania fabricada no Kremlin: em Moscu
a ativista putinista Maria Katasonova durante entrevista de imprensa,
ostenta o tríptico Putin-Le Pen-Trump
“Sim, é uma festa”, disse o sorridente Dmitry Rode, empresário das comunicações com a taça na mão.

Alguns dos presentes usavam máscaras de Guy Fawkes em alusão aos hackers russos que teriam interferido nas eleições.

“Estou feliz por todos os hackers russos”, explicou o profissional Filip Nikolsky que usava uma camiseta com o dizer “Você foi hackeado”.

Numa boate moscovita várias dúzias de pessoas brindaram pela vitória de Trump. O cantor Willi Tokarev, uma lenda da música russa, entoou sua canção “Trumplissimo America!”

Leonid Slutsky, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Duma, também comemorou porque com Trump Moscou pode aguardar dias melhores.

No World Economic Forum de Davos, na Suíça, Igor Shuvalov, representante do primeiro ministro russo anunciou que Trump e Putin trabalharão juntos para resolver o caso da Ucrânia, que para o chefe do Kremlin só se resolve com uma vitória russa virtualmente incondicional.

Para o dissidente Gennady Gudkov, a Rússia está atacada por uma estranha “Trumpomania” insuflada pela mídia dependente do Kremlin, reproduziu a CNBC.

Medalhas comemorativas em ouro e prata com os dizeres “In Trump We Trust”, parafraseando o dólar, foram emitidas em Zlatoust, cidade no leste de Moscou.

Os vendedores das tradicionais matrioscas, ou boneca russa, brinquedo tradicional composto por uma série de bonecos colocados uns dentro dos outros, passaram a acrescentar o de Donald Trump.

Putin,Trump e Lenine, nas matryoshkas de venda popular.
Putin,Trump e Lenine, nas matryoshkas de venda popular.
Ela era vendida com junto com a de Vladimir Putin, e as de Vladimir Lenine, Josef Stalin e Mikhail Gorbachev.

“A eleição de Trump gerou um entusiasmo enorme porque suas cálidas palavras sobre a Rússia e Putin passaram a esperança de que os EUA e o Ocidente cessariam de atacar a Rússia”, disse Sergei Markov, ex-advogado pro-Putin, que glosava a vulgata do Kremlin.

Porém, ele fez uma ressalva: “nós russos estamos otimistas, mas estamos nos preparando para o pior” em alusão à possível III Guerra Mundial.

Konstantin Rykov, ex-advogado pro-Putin e promotor do evento saudou o início da primeira fase de uma “Nova Ordem Mundial”.

No que é que consiste esse substituo da odiada antiga “Ordem Mundial” globalista?

Rykov respondeu com poucas palavras: “Washington será nossa”.



domingo, 5 de fevereiro de 2017

“Exército fantasma” russo age hoje na Síria.
Agirá amanhã no Brasil?

Mercenários russos em foto capturada pelo Estado Islâmico.
Mercenários russos em foto capturada pelo Estado Islâmico.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A Rússia aplicou na Síria uma velha tática para exterminar friamente as forças adversárias: apelou para bandos de mercenários sem relação com o quadro do conflito, escreveu “La Nación” de Buenos Aires.

Por exemplo, o major Sergei Tchupov oficialmente nunca fez parte dos efetivos militares russos enviados à Síria.

Veterano do Afeganistão e experimentado no esmagamento da Chechênia, ele era membro da 46ª Brigada do Ministério do Interior russo, encontrou a morte atacando Aleppo.

Seus amigos revelaram os fatos básicos nas redes sociais. Mas a lápide de sua tumba num cemitério de Moscou diz outras coisas.

Tchupov foi um “cão da guerra”: um das centenas de militares russos que agem como mercenários contratados por sociedades privadas, em estreita dependência do Kremlin, e no caso com o governo de Assad.

As baixas russas como a de Tchupov são difíceis de calcular, pois na Rússia de Putin ninguém pode saber o que lhes aconteceu, explicou o jornal.

Mas há os que sobreviveram e podem contar algo, como Vitaly “Prizer”, treinado nas forças especiais da polícia política FSB (ex KGB), de onde saiu para uma “nova vida militar” no Iraque, no golfo de Aden e no Oceano Índico.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Álcoois pesados matam milhares
numa Rússia sem religião

O drama de Irkutsk e da Rússia numa ilustração do The Guardian
O drama de Irkutsk e da Rússia numa ilustração do The Guardian
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Um dos mais deploráveis vícios que consomem a população russa é a bebedeira. Não é novo, vem de séculos.

Mas a chamada Igreja Ortodoxa russa, que deveria ensinar a moral e promovê-la, nada fez para acabar com esse flagelo. Pelo contrário, muitos de seus religiosos e hierarcas são conhecidos pelo povo por seu homérico abuso do álcool.

Tampouco fez nada o comunismo soviético que, aliás, via na vodca um instrumento para avassalar a população.

Vladimir Putin, falsamente tido como moralista e cristão, também explora e promove esse vício como recurso de abaixamento e anestesia da população.

O vício está especialmente espalhado entre os homens – embora muitas mulheres não estejam isentas – e é o grande causante da baixíssima expectativa de vida deles na Rússia, uma das menores do mundo.

Porém, o grau de degradação a que chegou nessa matéria a “URSS 2.0” nos últimos anos estarrece até os próprios russos.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Rússia foge do Tribunal Penal Internacional
e reforça pesadas suspeitas

Tropas georgianas deixam Gorid diante de esmagadora superioridade do agressor russo
Tropas georgianas deixam Gorid diante de esmagadora superioridade do agressor russo
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Vladimir Putin assinou decreto pelo qual a Rússia deixa de fazer parte do Tribunal Penal Internacional (TPI), noticiou “El Mundo” de Madri.

O TPI é responsável por julgar acusações graves como genocídio e crimes contra a humanidade. Putin sente sobre seu governo e o país que tiraniza pesarem graves culpas e foge da Justiça internacional desconhecendo seus tribunais.

O diktat de Putin saiu logo após a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Geral da ONU aprovar resolução condenando a “ocupação temporária da Crimeia” pela Rússia e condenando a Rússia por abusos de direitos como a discriminação contra alguns criminosos.

domingo, 20 de novembro de 2016

Putin nacionalista
chora a velha URSS internacionalista

Putin, Lenin, Engels, Marx: a continuidade em metamorfose
Putin, Lenin, Engels, Marx: a continuidade em metamorfose
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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O presidente russo Vladimir Putin deplorou mais uma vez a desintegração da União Soviética, segundo informou sua agência Sputnik.

Para ele o fim da URSS não era necessário e censurou que no Partido Comunista da época tivessem sido promovidas “ideias destruidoras para o país”.

De fato, o secretário-geral do Partido Comunista da URSS, Mikhail Gorbachev, promoveu uma política que ele condensou na palavra “perestroika” (literalmente “reconstrução” ou “reestruturação”) que deveria ser aplicada por uma política denominada “glasnost” (literalmente “transparência”).

Segundo essa política a velha União Soviética de Lenine e Stalin deveria dar lugar a mais um passo na avançada rumo à utopia comunista total sonhada por Marx.

Porém, os comunistas que queriam preservar o antigo regime staliniano acastelados nas Forças Armadas e na KGB opuseram ferrenha resistência à nova versão do comunismo.

O resultado foi que a União Soviética colapsou e que o “comunismo novo” autogestionário de Gorbachev não chegou a ser instaurado.

“Sabem que atitude tenho em relação ao colapso da União Soviética”, explicou o senhor todo-poderoso do Kremlin. “Ele não era necessário. Era possível ter realizado reformas, inclusive democráticas, sem isso [o colapso]”, disse Putin no encontro com os líderes dos principais partidos políticos.