Arcebispo de Lvov a Pio XII: “Este regime só se explica como caso de possessão diabólica coletiva".
Uma alta autoridade eclesiástica nos ofereceu uma explicação para a conduta da Rússia desde a Revolução de 1917. Trata-se de Mons. André Sheptytskyi, Arcebispo de Lvov e Patriarca de Halich, líder da Igreja Católica na Ucrânia durante as perseguições de Lenine e Stalin. No início da II Guerra Mundial, escreveu ele à Santa Sé:
“Este regime só pode se explicar como um caso de possessão diabólica coletiva”. E pediu ao Papa que sugerisse a todos os sacerdotes e religiosos do mundo que “exorcizassem a Rússia soviética”.
Mons. Sheptyskyj faleceu em 1944. Seu processo de beatificação está em andamento.
A crueldade inumana da seita socialo-comunista e a desproporção entre seus satânicos feitos e os êxitos que alcançou são de molde a confirmar a impressionante declaração do heróico Prelado ucraniano.
Fonte: Pe. Alfredo Sáenz S.J., “De la Rusia de Vladimir al hombre nuevo soviético”, Ediciones Gladius, Buenos Aires, 1989, pp. 438-439.
Ucranianos derrubam maior estátua de Lenine, em Kharkiv
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Repressão soviética da 'Primavera de Praga', 1968
Putin: o colapso da URSS foi a maior catástrofe geopolítica do século XX.
“Antes de tudo nós devemos reconhecer que o colapso da União Soviética foi a maior catástrofe geopolítica do século”. (Discurso à Duma, 25 de abril de 2005).
Primeiro soldado norte-coreano feito prisioneiro Luis Dufaur Escritor, jornalista, conferencista de política internacional, sócio do...
Livro negro do comunismo: Revolução Francesa foi modelo
Para o Livro Negro do Comunismo, a emulação com a Grande Revolução –a Francesa de 1789– é que moveu os revolucionários vermelhos. Robespierre abriu o caminho, Lenine e Stalin lançaram-se nele, os Khmers Vermelhos do Camboja bateram recordes genocidas.
Para todos eles, a utopia igualitária e libertária tudo justificava. Exterminar milhões não importava, em sua opinião, porque assim nasceria um mundo novo, fraternal, para um homem novo liberto da canga da hierarquia e da lei.
O obstáculo a varrer era a propriedade privada. E o adversário a eliminar eram os proprietários. Os comunistas atiraram-se ferozmente sobre eles do mesmo modo como Robespierre encarniçara-se contra os nobres.
Da Reforma Agrária à Guerra Civil
Na Rússia – como em geral nos países que caem nas garras do comunismo ‒ tudo começou pela Reforma Agrária. Sob o tzarismo, os agitadores incitavam à partilha negra de terras invadidas. Era a luta de classes dos sem-propriedade contra os proprietários rurais, grandes ou pequenos.
O desastroso desenlace da IGuerra Mundial deixou a Rússia numa situação caótica. O tzar abdicou e foi substituído por políticos centristas, concessivos à esquerda. Em face disso, a minoria comunista ousou o inconcebível e apoderou-se do governo quase sem resistência.
Logo a seguir, Lenine declarou a Guerra Civil contra os proprietários. Comitês revolucionários de intelectuais comunistas conduzindo uma tropa de “elementos criminosos e socialmente degenerados” (p. 127) instauraram o terror. A droga corria farta entre eles. Os proprietários de milhares de fazendas invadidas foram mortos ou fugiram para o exterior. Os donos de roças ou chácaras ficaram, provisoriamente. Em 29 de abril de 1918, Lenine decretou “uma batalha cruel e sem perdão contra esses pequenos proprietários” (p. 83).
Os bolchevistas passaram a desarmá-los e a lhes confiscar o grão. Quem resistia era torturado ou espancado até a morte. Roubavam-lhes até a roupa interior de inverno e os sapatos, ateavam fogo nas saias das mulheres para que dissessem onde estavam sementes, ouro, armas e objetos escondidos. As violações praticadas então pelos comunistas foram sem conta.
Entretanto, em julho-agosto de 1918, os bolchevistas perderam o controle de quase todo o país. E na região que dominavam eclodiram 140 insurreições. Os proprietários agrícolas formaram exércitos de até dezenas de milhares de homens. Porém, estes não compreendiam a natureza ideológica do adversário e que era preciso opor-lhe uma ideologia anticomunista. Repetiam inadvertidamente o jargão dos bolchevistas, pensando com isso seduzi-los. Ingenuidade! Os comunistas maquiavelicamente propunham arranjos, atribuíam os excessos a funcionários e prometiam uma solução assim que os anticomunistas entregassem as armas. Isto feito, matavam-nos desapiedadamente.
A Reforma Agrária prometeu terra aos que não a possuíam. Mas na verdade o comunismo desejava implantar os kholkhozes, isto é, granjas comunitárias pertencentes ao Estado, onde os camponeses obedecem como servos à planificação socialista.
Stalin completou a estatização do campo decretando o extermínio imediato de 60 mil chacareiros e o exílio da grande maioria para campos de concentração da Sibéria.
Mesmo os simpatizantes do governo perderam tudo, sendo deslocados para terras incultas de sua região. Em poucos dias, a meta de 60 mil assassinatos foi superada. Em menos de dois anos foram deportados 1.800.000 proprietários e familiares.
A viagem mortífera, em vagões de gado, durava várias semanas, sem alimento nem água. Os comboios descarregavam os cadáveres nas estações. Os locais de acolhida eram ermos, sem instalações básicas. As baixas por inanição, doença ou frio atingiram mais do 30% dos deportados, no primeiro ano.
Como nas granjas coletivas os assentados desenvolviam resistência passiva às normas, Stalin decidiu submetê-los pela fome. As reservas de alimentos, sementes e ferramentas foram confiscadas. Carentes de tudo, os camponeses abandonavam os filhos na cidade próxima. Em Jarkov, crianças famintas lotavam as ruas. As que ainda não haviam inchado foram conduzidas a um galpão, onde agonizaram aproximadamente 8 mil crianças. As outras foram despejadas num local longínquo para morrerem sem serem vistas. Esta fase final da Reforma Agrária provocou 6 milhões de mortes.
Em janeiro de 1930, os pequenos comerciantes, artesãos e profissionais liberais foram “desclassificados”, isto é, privados de moradia e de cartão de racionamento. E, por fim, deportados.
Stalin excogitou também o Grande Expurgo nas fileiras do partido e da administração pública. Universidades, academias e institutos diversos foram quase esvaziados. Até Tupolev, inventor do tipo de avião que leva seu nome, foi vítima.
A alta oficialidade do Exército foi expurgada numa porcentagem de 90%. A mortandade causada pelo Grande Expurgo atingiu mais de 6 milhões de pessoas, embora oficialmente só tenha havido 681.692 execuções.
Durante a II Guerra Mundial, o comunismo russo dizimou as minorias étnicas. Mais de 80% dos 2 milhões de descendentes de alemães que moravam na URSS foram expurgados como espiões e colaboradores do inimigo. Várias outras etnias foram supressas.
Os expurgos alimentavam o gigantesco sistema de campos de concentração, onde os deportados funcionavam como mão-de-obra escrava para sustentar a economia soviética. Nesses locais, a alimentação era ínfima e nojenta, e a mortalidade pavorosa.
Na Europa Oriental: “requinte” do modelo russo e cruel perseguição anticatólica
Na Europa do Leste, ocupada pelos russos, reproduziu-se o mesmo drama. Em alguns países, o comunismo requintou a perversidade.
Na prisão romena de Pitesti os estudantes religiosos eram batizados todos os dias, enfiando-se-lhes a cabeça em baldes cheios de fezes, enquanto era rezada a fórmula batismal. Os seminaristas deviam oficiar missas negras, especialmente na Semana Santa. O texto litúrgico era “pornográfico e parafraseava de forma demoníaca o original” (p. 495).
A perseguição tornou-se encarniçada contra o clero católico. Um Bispo greco-católico escreveu este testemunho comovedor:
“Durante longos anos, suportamos, em nome de São Pedro, a tortura, os espancamentos, a fome, o frio, o confisco de todos os nossos bens, o escárnio e o desprezo. Beijávamos as algemas, as correntes e as grades de ferro das nossas celas como se fossem objetos de culto, sagrados; e a nossa farda de prisioneiros era o nosso hábito de religiosos. Nós havíamos escolhido carregar a cruz, apesar de nos proporem sem cessar uma vida fácil em troca da renúncia a Roma. .... Hoje, apesar de todas as vítimas, a nossa Igreja possui o mesmo número de Bispos que havia na época em que Stalin e o Patriarca ortodoxo Justiniano triunfalmente a declararam morta” (p. 486).
Em plena Revolução bolchevista, a famosa revista francesa “L'Illustration” coleção 1920 a 1925, p. 38, publicou matéria inédita. Tratou-se de mórbida fotografia do cadáver de um oficial polonês empalado, contemplado pela soldadesca comunista. A revista quis ilustrar com essa fotografia a inexplicável e antinatural ausência de reflexos humanos, bem como a indiferença absoluta dos soldados vermelhos. O que teria anestesiado as reações instintivas daqueles homens?
“L'Illustration” acrescenta que o crime foi ordenado por uma pessoa que, na frívola Paris da época, distinguia-se como um gozador, cético em matéria de religião, mas bom rapaz, engraçado, grande jogador de bridge e freqüentador de bailes. Que fator misterioso transformou-o, subitamente, em feroz comissário bolchevista?
Brutal nacionalização da indústria e primeira grande fome
Tendo confiscado o alimento, o governo reduziu o povo pela fome. Só comia quem possuísse o cartão de racionamento distribuído pelo partido... Havia seis categorias de estômagos excomungados. Os burgueses, os contra-revolucionários, os proprietários rurais, os comerciantes, os ex-militares, os ex-policiais foram condenados ao desaparecimento.
Nas cidades, as fábricas pararam. Os operários trocavam ferramentas e máquinas furtadas das oficinas por alimentos. A ditadura soviética nacionalizou, então, as indústrias e as militarizou. Trabalhava-se sob ameaça. A ausência podia acarretar a morte. O pagamento não ultrapassava um terço ou metade do pão necessário para a sobrevivência.
As inúmeras revoltas operárias foram afogadas em sangue. O paraíso igualitário estava começando... “As cidades devem ser impecavelmente limpas de toda putrefação burguesa .... O hino da classe operária será um canto de ódio e de vingança!”, escrevia o “Pravda” – jornal oficial -- em 31 de agosto de 1918.
A fome prostrou a população. Em 1922 não havia mais revoltas, apenas multidões apáticas implorando uma migalha e morrendo como moscas. Foi o início da primeira grande fome que ceifou 5 milhões de vidas.
Os cadáveres insepultos acumulavam-se nas estradas. Surgiu o canibalismo. Os comunistas deitaram a mão nos bens da igreja cismática (dita ortodoxa), majoritária na Rússia. O confisco ocorreu com profanações e carnavais anti-religiosos. Após sucessivas ondas aniquiladoras, pouquíssimos templos permaneceram abertos. Os “Popes” (chefes da igreja cismática) transformados em agentes do Partido.
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De momento, somam mais de 120 os diplomatas russos expulsos dos EUA e de 18 países da União Europeia, além da Ucrânia, do Canadá, da Noruega e da Austrália em represaria pela tentativa de assassinato do ex-espião russo Sergueï Skripal e de sua filha Iulia.
Há outros 144 em vista, inclusive acreditados na NATO, de acordo com a France Press.
Só os EUA expulsaram 60, 12 dos quais seriam espiões ativos na ONU. Também fechou o consulado russo em Seattle que estaria perto demais de uma base de submarinos atômicos.
A Rússia revidou expulsando outros 60 diplomatas americanos e fechando o consulado dos EUA em São Petersburgo.
A primeira ministra britânica Teresa May declarou Moscou “culpado” do crime. A chancelaria russa respondeu se tratar de “uma grosseira provocação” e começou as retaliações expulsando 60 diplomáticos dos EUA e fechando o consulado americano em São Petersburgo.
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“O demônio da ira de Caim, a arbitrariedade e a ferocidade mais selvagens, se ensenhorearam da Rússia nos dias em que se glorificava a instauração dos princípios da igualdade, da fraternidade e da liberdade”.
Esse é o testemunho de Ivão Bunin (1870-1953) que conseguiu fugir da Revolução libertadora do povo em 1918. Ele levou seus apontamentos redigidos no calor das revoluções, e que lhe serviram para ganhar o Nobel de Literatura em 1933, segundo descreve reportagem de “El Mundo” de Madri.
Pronunciar o nome de Ivão Bunin na Rússia comunista era suficiente para ser acusado de “propaganda antissoviética” e condenado a trabalhos forçados.
Foi o que aconteceu com Varlam Shalamov. “Você dizia que Bunin era um grande escritor russo...” começou o comissário do povo. Seu caso, então, já estava julgado e a condenação já estava lavrada.
De início, Varlam passou um mês numa cela de castigo em Dzhelgala: o alimento diário era de trezentas gramas de pão e uma xícara de água.
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Procurando fazer um bonito papel nas eleições presidências que o devem reconduzir ao poder pela enésima vez, Vladimir Putin vem prodigando promessas ao sofrido povo russo.
Ditas promessas são reveladoras da miséria em que ele mantém esse grande povo, sacrificado em benefício de suas pretensões hegemônicas mundialistas.
Segundo a agência France Press, Putin agora está garantido que pretende lutar contra a “neve negra”, ou a neve que cai com nojenta cor carregando a imensa acumulação de poluição jogada no ar por velhas fábricas soviéticas.
É claro que o macrocapitalismo publicitário há anos vem apresentando o saudosista da URSS como um campeão pela ecologia do planeta. Agora, suas próprias palavras desvendam o que de fato fez em décadas de governo.
Outro objetivo anunciado é procurar água potável para o povo e combater o “smog” ou contaminação do ar que afeta os russos, a ponto de, segundo Putin, não existir no país “nenhum local onde se refugiar”.
“É difícil falar de uma vida longa e de boa saúde quando, ainda no presente, milhões de pessoas devem beber água que não corresponde às normas, quando cai neve negra como em Krasnojarsk, e quando os habitantes dos grandes centros industriais não veem o sol durante semanas por culpa da fumaça”, disse ele no discurso anual diante da Duma, ou Parlamento.
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Num ato eleitoral no enclave de Kaliningrado, encaixado em posição estratégica entre a Alemanha e a Polônia com aceso direto ao Mar Báltico Putin afastou qualquer dúvida a respeito de sua sintonia profunda com a falida União Soviética de Lenin e Stalin.
Se ele tivesse a possibilidade de modificar a história recente da Rússia, afirmou ele, impediria o desabamento da URSS, segundo informaram as agências de imprensa russas, referidas pela agência ocidental Reuters.
Putin falou nesse enclave militar quando faltavam pouco mais de duas semanas para sua enésima reeleição à presidência já descontada após a eliminação dos opositores que podiam lhe fazer sombra.
Uma pessoa presente perguntou-lhe qual seria o evento da história russa que ele gostaria mudar e respondeu sem hesitação: “o afundamento da União Soviética”.
O todo-poderoso chefe da Rússia, já em 2005 havia definido o desmantelamento da URSS acontecido em 1991 de “a maior catástrofe geopolítica” do século XX.
Esse sonho de recuperar a URSS e lhe obter o domínio universal foi renovado por Putin no dia 1º de março, segundo nosso calendário.
Na data ele pronunciou discurso ante a Duma (Parlamento) de Moscou de importância comparável à do ‘Discurso sobre o Estado da União’ que o presidente americano profere todo ano,
Ele não só tratou de difícil situação do país cada vez mais empobrecido nos últimos anos em decorrência das aventuras militares contra a Ucrânia e as subsequentes represálias econômicas ocidentais.
Malgrado a decadência econômica ele exibiu vídeos montados em laboratórios virtuais do que seriam as armas de guerra “invencíveis” com as que tentaria assentar seu sonho de hegemonia universal, noticiou a BBC Mundo.
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A jornalista finlandesa Jessikka Aro não imaginou o que sofreria em carne própria ao pretender se informar sobre o exército de trolls russos.
Ela própria acabou contando ao jornal “Clarin” de Buenos Aires os inesperados desagradáveis que lhe aconteceram após ter tentado penetrar o mundo “dos propagandistas pro Kremlin nas redes sociais”.
Ela no imaginou que ingressaria numa guerra invisível onde as táticas consistem em assediar, desalentar, intimidar e caluniar.
O centro do campo de batalha é as redes sociais, onde os trolls – usuários contratados para assediar, criticar ou provocar – criam contas ou perfis falsos, inventam seguidores, multiplicam ataques reproduzindo-os em outras contas ou perfis fake (falsos), mentindo sem remorso.
Não se trata de uma pura novidade. Isso já existia no jornalismo. E segue existindo mas de um modo potencializado pelos recursos tecnológicos.
Da versão antiga desse abuso falou o grande pensador católico Carlos de Laet, Presidente da Academia Brasileira de Letras, em 1902:
“Tirania da imprensa! Sim, tirania da imprensa...
“Contai o número imenso de homens que não figuram, que não podem figurar na imprensa.
Jessikka tirou imprudente selfie diante da Internet Research Agency,
rua Savushkina 55, famosa central de trolls em São Petersburgo.
“Contai, por outra parte, o minguado número de jornalistas, – e dizei-me se não se trata do temeroso predomínio de um grupinho de homens sobre a quase totalidade do seus concidadãos.
“E que poder exerce esse grupo minúsculo? Enorme”. Veja mais em “Professora da Sorbonne denuncia ditadura sutil e implacável da mídia”
Os combates nesse campo foram sendo adaptados à era digital e às redes sociais enquanto os jornais e revistas impressos vão fechando um após outro.
O jornalismo velho estilo estrebucha e polemiza contra o exército dos trolls fautores de um mundo de falsas informações. Mas, está perdendo a hegemonia.
A jornalista Jessikka Aro trabalha para a YLE (ou Yleisradio Ou, a rádio estatal finlandesa) e ganhou o Prêmio Bonnier de Jornalismo, uma espécie de Pulitzer sueco.
Aro conta no artigo A guerra no ciberespaço: propaganda e trolling como ferramentas de guerra que a Rússia tenta manipular as redes sociais “e seu novo instrumento bélico são os trolls”.
Jessikka quis saber até onde esse exército sem rosto articulado pelo Kremlin modificava a opinião pública finlandesa.
Ela estava acostumada ao sistema democrático onde não deixa de haver opiniões falsas e perfis anônimos que tentam influenciar o debate público até com marketing, mas que agem no respeito de certos limites.
Mas Jessikka descobriu outro mundo, o do trolling teledirigido por Moscou, que não tem regra nem moral.
Na investigação, descobriu que ”algumas vitórias consistem em ameaçar as pessoas até o ponto de silencia-las e manipula-las com uma mistura de verdades e mentiras.
“O pior achado foi que muita dessa gente virava propagandista após ter sido submetida à desinformação do Kremlin (...) Inclusive pessoas bem educadas passaram a difundir mensagens de ódio criminal como verdades”.
Segundo Aro, “os trolls visam sobre tudo converter os jornalistas em seus mensageiros”.
Infiltrar a mídia foi uma cobiçada meta das redes soviéticas no tempo da Guerra Fria. A URSS se destacou pela sua habilidade em penetrar os órgãos jornalísticos ocidentais, até os mais respeitados, e pô-los a trabalhar pela causa comunista.
Por isso, para Arno “o jornalismo deve voltar a ser fiel aos fatos, conferi-los e preservar a confiança da opinião pública. Desse modo os trolls não poderão destruir a verdade”.
Mas isso é precisamente o que não está acontecendo. E a grande mídia, com um viés cada vez mais esquerdista, vai se extinguindo no desprestígio e no desinteresse perdendo cada vez mais a confiança do público.
Sem querer mudar esse viés, ela tenta abafar as redes sociais. Mas o problema da oposição mídia tradicional enviesada X redes sociais intoxicadas de fake news não se resolve um abafando o outro. Tratar-se-ia de ganhar a confiança dos leitores com informação séria.
Nessa disputa turba, prospera o exército de desinformação russo, com uma máquina que produz falsos, até delirantes, mas seletivamente direcionados.
Curiosamente os superpoderes midiáticos que deblateram contra as redes quanto essas ecoam o conservadorismo ambiente, silenciam meticulosamente a existência da guerra da informação de Putin e camaradas.
Lyudmila Savchuk registrou furtivamente
os interiores da Internet Research Agency
A repórter finesa acha que os trolls estão minando a “confiança dos usuários [das redes sociais]. Na medida em que os trolls podem por em circulação suas mensagens de ódio, Facebook, Twitter e Youtube verão como as pessoas civilizada abandonam suas plataformas”.
“A fábrica de trolls russos” montou uma máquina para explorar Facebook em favor de sua propaganda. O fundador da rede, Mark Zuckerberg, encomendou uma investigação oficial.
Aro viajou a São Petersburgo e Moscou onde localizou as “granjas” de trolls, grupos de pessoas recrutadas com anúncios como: “procura-se especialista em redes sociais”, ou “operadores de Internet”, ou “gestores de conteúdos”, ou “redatores para turnos diurnos e noturnos”. Os anúncios prometem um emprego bem pago a tempo completo.
Conheceu os bots bubbles ou bolhas robóticas que promovem perfis multiplicando as “curtidas” ou “comprando” seguidores nas redes sociais.
Mas Aro não estava numa democracia. Sua atividade foi detectada e sua vida passou a ser alvo de ataques e ameaças selvagens.
A jornalista russa Alexandra Garmazhapova, de Novaya Gazeta de São Petersburgo, conseguiu ingressar numa “fazenda de trolls” e descobriu como funcionava.
Cada troll escrevia 100 comentários por turno, desde diversas contas falsas e com o mesmo tom de assédio, ameaça e mentira. Alexandra recebeu ordem de escrever, mensagens difamatórias contra políticos russos, opositores de Putin.
A jornalista russa Alexandra Garmazhapova,
também conseguiu ingressar numa “granja de trolls”
Não se sabe o que foi de Alexandra. Mas Aro paga a conta até hoje. Os serviços secretos russos tiraram a luz episódios de seu passado e os expuseram nas redes sociais.
O seus conhecidos acabaram acreditando em falsidades publicadas contra ela: que ela seria uma “espiã” e “narcotraficante” por exemplo. As ameaças pessoais se multiplicaram.
Uma sigla em inglês passou a sintetizar o objetivo dos trolls desencadeados contra ela: FUD (Medo, Incerteza, Dúvida).
A velha estratégia desmoralizadora que adaptada à era virtual hoje é usada por um exército sem rostro as 24 horas com total impunidade.
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A máquina de propaganda do Kremlin ainda hoje tenta silenciá-las, mas as “heroínas do Gulag” não temem contar os sofrimentos indizíveis que passaram na rede de campos de concentração soviéticos, ou Gulag, onde eram encerrados os “inimigos do povo”, prisioneiros políticos e opositores do regime.
No livro “Vestidas para um baile na neve” (Galaxia Gutenberg, 2017) Monika Zgustova recolheu alguns de seus estarrecedores relatos, conta reportagem de “El Mundo” de Madri.
“O complexo da fome está comigo até hoje”, lembra Janina Misik, uma das nove sobreviventes entrevistadas.
Elas eram obrigadas a trabalhar do alvorecer até o pôr do sol e só recebiam 300 gramas de pão para sustento. Por vezes lhes davam sopa de couve podre, mas quando não havia deviam se contentar com água requentada.
Como chegaram até lá?
Janina levantou-se da cama por volta das cinco da manhã de 10 de fevereiro de 1940. Homens da NKVD, predecessores da KGB e da atual FSB, berravam na sua porta.
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O Ocidente teme mais um tremendo acidente nuclear na Rússia. Mais exatamente em Mayak, uma instalação que está no coração do programa nuclear russo, comentou o “New York Times”.
E não é o primeiro no local. Em 1957, 60 anos atrás, ali aconteceu um dos piores acidentes da era nuclear. Mas foi afogado no segredo de Estado a ponto que os moradores vitimados adoeciam ou morriam sem saber por que.
Naquela vez, por volta de 272.000 pessoas ficaram submetidas à radiação. Taisia A. Fomina, acabava de nascer contou o jornal de Nova York. Os pais não foram informados, ela foi irradiada enquanto dormia, ficou cega e sua mãe morreu três dias depois.
Agora, autoridades em radiação da França e da Alemanha identificaram na região sul dos Urais, no próprio local de Mayak, o provável ponto de partida da nuvem contaminada com o isótopo radioativo rutênio 106 que soprou sobre a Europa.
O rutênio 106 é produzido em usinas nucleares e não é perigoso demais, porque tem uma “vida” curta: 373 dias.
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Vladimir Putin é candidato a mais uma reeleição presidencial.
Aliás, Evo Morales também. Não há proximidade geográfica entre os dois. Mas sim ideológica e psicológica.
O instinto diz ao déspota que não pode largar o poder, pois as consequências pessoais podem ser irreparáveis. Falem Lula e Cristina Kirchner.
Nas últimas semanas, Putin acenou com massacres em massa no leste ucraniano – atribuindo-as à Ucrânia – e fez declarações que insinuam a guerra mundial a propósito da Coreia do Norte.
As ameaças, entretanto parecem direcionadas ao público russo. Elas visariam atemoriza-lo e aglutiná-lo em volta do atual presidente para aceitar o resultado eleitoral.
Esse resultado já deve estar pronto em algum ministério putinista. Também a aprovação pública ao ditador aumentou segundo o governo queria.
Nesse aumento de popularidade contribui o recrutamento e doutrinação de crianças-soldados. O exército carece de soldados pela acentuada queda da população e da natalidade.
Putin deitou mão de um velho recurso de ditador beirando o desespero: recrutar adolescentes e crianças para lhes dar oficialmente “educação militar e patriótica”.
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Uma estranha “epidemia” atinge o corpo diplomático russo, escreveu Alain Rodier, diretor do Centro Francês de Pesquisa e Informação (CF2R), especialista em terrorismo islâmico e criminalidade organizada, em artigo para a revista “Atlantico”.
Em menos de um ano, sete diplomatas russos perderam a vida em circunstâncias pelo menos estranhas. A morte mais conhecida aconteceu em 19 de dezembro de 2016: Andrei Karlov, embaixador russo na Turquia foi assassinado por um fanático islâmico que fingia ser policial.
A ocorrência foi testemunhada e registrada pela imprensa em um museu da capital turca. O matador alegava querer vingar-se de colegas mortos em Alepo, Síria.
Foi o único caso explicável e esclarecido. Nos outros paira a sombra da contraespionagem e da polícia secreta russa FSB, também encarregada de livrar o amo do Kremlin de adversários reais ou potenciais.
No mesmo dia, Petr Polshikov, responsável pelo Departamento Latino-americano do Ministério de Relações Exteriores, foi encontrado morto em seu departamento moscovita com uma arma na mão. A FSB falou de suicídio, mas nunca se conheceram os pormenores. No silêncio, todas as hipóteses ficaram em aberto.
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Mais três fatores alarmantes sobre a diminuição da população russa vieram se somar aos já conhecidos, escreveu Paul Goble, especialista em questões étnicas e religiosas na Eurásia, em artigo para Euromaidanpress.
O primeiro deles é o dramático aumento da transmissão do HIV e o aumento das mortes por AIDS, ligados à decadência dos costumes, à adição às drogas, ao descalabro do serviço de saúde pública e à carência de medicamentos.
Segundo os especialistas em medicina russa, só no ano passado as infecções com HIV aumentaram entre 3% e 4%, com médias ainda superiores em localidades específicas.
Por isso já se fala do HIV como uma epidemia na Rússia.
Vladimir Putin cortou as verbas para a saúde com o eufemístico argumento de “otimização” das despesas. Na prática, essa “otimização” significou arrocho geral, exceto para o setor militar e para o esquema de repressão política.
A “otimização” – escreveu Goble – pode ter sido muito boa para a burocracia estatal, mas não para o povo russo, especialmente os doentes.
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O presidente Vladimir Putin mantém uma extravagante e luxuosa mansão secreta com 20 hectares de jardim, numa ilha exclusiva perto da fronteira com a Finlândia, denunciou o site econômico espanhol “Expansión”.
Na verdade, a riquíssima extravagância não tem muito de novo.
É característica dos ditadores socialistas “defensores do povo”, campeões contra o capitalismo corrupto, Carlos Magnos da moralidade familiar, do cristianismo e de muitas outras qualidades que fingem ter.
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A Rússia realizou em setembro os exercícios militares Zapad 2017 (Oeste 2010).
Eles suscitaram preocupação no Ocidente pelo número dos efetivos oficialmente anunciados (12.700 militares, dos quais 7.200 bielorrussos e 5.500 russos) e pelo volume do equipamento usado (cerca de 70 aviões e helicópteros, 250 carros de combate, 200 sistemas de artilharia, lança-foguetes múltiplos e morteiros, e 10 navios de guerra).
Segundo os observadores ocidentais, os números teriam sido ainda maiores, registrou o jornal “El Mundo”, de Madri.
O governo russo acreditou jornalistas nacionais e estrangeiros para contemplar seu poderio militar – a qualidade de seu armamento e o grau de treinamento de seus soldados.
E preparou para esse fim uma demonstração em que modernos helicópteros modelo Ka-52 atingiriam alvos predispostos.
Porém, ao serem disparados, os foguetes saíram em direção dos espectadores, segundo informou o portal de noticias '66.ru', que publicou um vídeo gravado por uma fonte que guardou o anonimato.
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Os católicos russos acenam de sua sofrida e heroica situação e exortam Ocidente a não esquecer a tragédia das vítimas do comunismo, noticiou “Religião Digital”.
A ocasião é apropriada: o centenário da Revolução Bolchevista, acontecida em 7 de novembro de 1917.
O secretário-geral da Conferência dos Bispos Católicos da Federação Russa, monsenhor Igor Kovalevsky, fez um apelo aos cristãos ocidentais para manterem viva a lembrança dos russos que deram sua vida sob a perseguição do regime comunista da União Soviética.
Os cruéis expurgos anticristãos e o envio dos fiéis aos campos de trabalhos forçados – sinônimos muitas vezes de morte lenta em condições miseráveis – visavam oficialmente a uma “reeducação” para o materialismo.
Eles constituíram um dos piores e maiores sistemas de perseguição e extermínio da História.
“Os sofrimentos nas prisões soviéticas e nos campos de trabalho continuam sendo um problema para toda a sociedade”, afirmou Mons. Kovalevsky ao jornal católico inglês “The Tablet”.
“Foram construídos templos em memória dos que morreram pela fé, que merecem ser comparados aos mártires dos primeiros séculos do Cristianismo”.
Segundo Mons. Kovalevsky, as histórias do martírio dos cristãos sob a ditadura soviética são universalmente conhecidas.
Mas, acrescentamos nós, se elas tivessem sido mais difundidas no Ocidente a opinião pública católica teria sido alertada, e muitas aventuras inspiradas no ideário comunista, como as do PT, talvez nunca tivessem acontecido.
Dimitri Medóev, um funcionário de Vladimir Putin que faz de ministro de Relações Exteriores da “República de Ossétia do Sul”, abriu um “escritório de representação” em Barcelona enquanto os separatistas se aprontavam a proclamar uma fictícia república independente na Catalunha, informou a agência oficial russa Sputnik.
O governo espanhol reafirmou que não reconhece esse país fictício e, a fortiori, a suposta “embaixada”, noticiou o jornal catalão “La Vanguardia”.
A dita “República da Ossétia do Sul” é um território georgiano ocupado pelas tropas russas. Tem 3.900 km2 de superfície e entre 50.000 e 70.000 habitantes.
Ossétia do Sul e a Abcásia (240.000 habitantes), outra região georgiana engolida por Moscou na mesma data, proclamaram sua independência e hoje mantém exército e polícia comum.
Segundo o governo da Geórgia, há por volta de 10.000 soldados de Moscou em bases instaladas nos dois redutos invadidos.
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Em reportagem, o “The Guardian” descreve a polícia de Vladimir Putin – a FSB – como sendo muito mais do que um simples órgão de segurança.
Porque combina funções de polícia e de rede de espionagem, com um poder talvez superior ao das antigas Checa de Lenine, NKVD de Stalin e KGB da URSS.
Putin é o verdadeiro restaurador do poder das antigas polícias secretas, agora sob a sigla FSB. Muitos de seus colegas na ex-KGB estão hoje no coração da Nomenklatura de oligarcas que governam as imensas empresas do Estado.
Os espiões que agem no exterior prestam conta a uma agência especial: a SVR, na qual a FSB tem um poder extraordinário, segundo confessaram agentes pegos pela contraespionagem americana.
As fronteiras estão desde 2003 sob o controle da FSB, com poderes arbitrários. A FSB também está encarregada de combater os “crimes econômicos”, assediando os suspeitos de contatos com o exterior.
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A partir de 1993, Andrei Zhukov percorreu, pelo menos três dias por semana durante duas décadas, os arquivos de Moscou, vasculhando hora após hora as pilhas de ordens emanadas pela NKVD, a polícia secreta de Joseph Stálin continuada pela KGB onde se formou Vladimir Putin.
Ele procurou e encontrou muitos nomes de oficiais e seus respectivos cargos hierárquicos na organização.
Foi a primeira pesquisa metódica sobre os homens que executaram o “Grande Terror” de Stálin entre 1937 e 1938.
Nesse período da ditadura socialista foram presas pelos menos 1,5 milhão de pessoas, 700 mil das quais foram friamente fuziladas.
Oficial da NKVD
Na verdade, não foi o primeiro estudo sobre os líderes da NKVD nesse monstruoso crime.
Mas sim o primeiro a identificar os investigadores e os algozes que cumpriram a sádica missão.
E na lista há mais de 40 mil nomes!
Zhukov disse que não agiu por motivações políticas:
“Eu sempre fiquei interessado em coisas secretas ou difíceis de achar.
“Comecei isto apenas com um instinto de colecionador”, disse, segundo “The Guardian” de Londres.
Mas os historiadores perceberam a importância de seu trabalho.
A organização Memorial, a mais importante em recuperar a lembrança das vítimas chacinadas e dos locais de horror onde passaram seus últimos dias, publicou um CD com o banco de dados dos nomes e o postou na Internet.
Foram anos de meticuloso trabalho porque a polícia secreta tinha uma ampla faixa de atividades além das prisões e execuções.
“Não todos na lista foram açougueiros, até alguns foram assassinados por não executarem os crimes ordenados.
Grupo de agentes da NKVD
“Mas a vasta maioria estava ligada ao terror”, comentou Yan Rachinsky, copresidente de Memorial.
Nikita Petrov, outro historiador de Memorial, sublinhou que “trabalhar na NKVD era prestigioso.
“Nos inícios dos anos 1930, marcados pela pobreza e pela fome, recebia-se para comer bem e ganhava-se um belo uniforme.
“Aqueles que entravam não sabiam que dentro de cinco anos estariam sentenciando milhares de pessoas à morte”, acrescentou.
Cenotáfio aos religiosos assassinados em Levashovo
O banco de dados de Memorial sobre as vítimas da repressão socialista soviética contém por volta de 2.700.000 nomes e mais 600.000 devem ser acrescentados ao longo de 2017.
Rachinsky acha que uma lista completa somaria aproximadamente 12 milhões de nomes, incluindo os deportados ou sentenciados por razões políticas.
Acresce-se que em algumas regiões os algozes locais nunca confeccionaram listagens das vítimas, enquanto em outras os arquivos permanecem fechados.
O jornalista Sergey Parkhomenko lançou a campanha Endereço Final, instalando alguns milhares de placas onde morreram vítimas do socialismo estalinista para lhes render uma derradeira homenagem.
Dos 40.000 agentes registrados por Zhukov, cerca de 10% acabaram sendo executados, encarcerados ou enviados aos campos de concentração.
Alguns voltaram quando Stálin precisou de homens para combater na II Guerra Mundial. Até ganharam medalhas ou se dedicaram a cometer mais homicídios.
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Segundo avaliação do jornal espanhol “El Mundo”, a Rússia é uma superpotência militar com uma economia terceiro-mundista.
A Rússia está muito aquém da Espanha, pois tem o mesmo PIB (Produto Interior Bruto) e o triplo de população. Em outros termos, a renda per capita russa é um terço da espanhola.
Mais ainda, o PIB nominal per capita do Brasil – US$ 11.387 – está acima do russo: US$ 9.054. (Fonte: Brasil, Wikipedia; Rússia, Wikipedia).
Como as perspectivas econômicas russas são as piores, o jornal lhe aplica pejorativamente o carimbo de “país do Terceiro Mundo”.
Exporta petróleo, gás natural e mais algumas matérias-primas, mas tem que importar todo o resto, porque não produz quase nada. É o esquema de uma economia de país pobre, diz o jornal.
A exceção são as exportações de material militar, em grande parte destinadas a antigos clientes da União Soviética, cujos exércitos só conhecem o armamento russo.
Mas esses compradores são cada vez menos confiáveis e se interessam sempre menos pelas antigualhas russas malgrado as melhorias cosméticas.
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Dezenas de milhares de católicos concentrados no último dia 25 de junho diante da Catedral de Vilnius, capital da Lituânia, assistiram à beatificação de Dom Matulionis, Bispo de Kaisiadorys.
Herói da resistência ao comunismo e mártir, foi assassinado em 1962 pela sanha impiedosa dos esbirros da Moscou soviética.
A cerimônia da beatificação foi dirigida pelo Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
Figura ímpar da Hierarquia católica do pequeno país báltico, o primeiro a se levantar contra o colosso soviético em 1990, ao proclamar a sua tão desejada independência sem apoio algum das potências ocidentais.
O Beato Teófilo Matulionis é modelo de fidelidade à fé e de santa intransigência em face dos inimigos da Igreja.
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Yury Dmitrieyev, líder de Memorial, a mais antiga organização de defesa dos direitos humanos da Rússia, dedicou décadas de sua vida a encontrar os lugares onde a polícia política de Stalin, a NKVD, executou milhares de opositores durante o Grande Terror da década de 1930.
Mas isso não agradou Vladimir Putin, ex-coronel da KGB, continuadora da NKVD, que mandou prendê-lo e processá-lo com acusações pelo menos duvidosas, escreveu “Slate”.
No dia 5 de agosto foi o 20º aniversário da descoberta do local da carnificina de Sandormokh, no noroeste da Rússia. Ali foi localizado um dos maiores túmulos coletivos deixados pela URSS, com os restos de mais de 6.000 prisioneiros assassinados no Grande Terror dos anos 1930.
Yury Dmitrieyev foi o primeiro a identificar esse imenso cemitério clandestino em 1997. Porém, não poderá assistir à comemoração do 20º aniversário da descoberta.
Em dezembro de 2016 ele foi encarcerado em circunstâncias estranhas, segundo noticiou o jornal britânico “The Guardian”.
A montagem da acusação faz lembrar procedimentos utilizados no Ocidente para destituir um bispo considerado “conservador”: uma acusação desmoralizadora de nível sexual com crianças negada pela vítima e nunca satisfatoriamente comprovada.
Os membros da reputada associação Memorial têm como certo tratar-se de uma manobra política do regime. Este visa silenciar um opositor que revelava o lado oculto da história russa que o Kremlin quer apagar das memórias.
Sandormokh é um local de romaria até para poloneses.
Putin quer silenciar os crimes de seu 'modelo' Stalin
Yury Dmitrieyev escreveu vários livros listando nomes e locais dos cemitérios clandestinos das vítimas do comunismo estalinista. Para ele, é necessário “instruir as pessoas” para que “o governo reconheça sua parte de responsabilidade”.
Obviamente, o Kremlin não quer saber de responsabilidade alguma. Em junho, Vladimir Putin defendeu que “a demonização excessiva de Stalin era um modo de atacar a União Soviética e a Rússia”.
Em certas cidades estão sendo erigidas estátuas para glorificar Stalin, o mais cruel ditador comunista russo. E no mesmo mês de junho, uma sondagem montada pelo governo constatava que na Federação Russa o grande autor das chacinas coletivas estava à testa dos personagens “mais destacados de todos os tempos”.
Vladimir Putin figurava humildemente na segunda posição, atrás do homem que ele declara ser seu modelo.
“Durante o Grande Terror, as represálias políticas, os homicídios, as execuções sem julgamento eram a regra. Agora, as perseguições, as detenções, a violência policial contra as manifestações de rua também viraram regra na Rússia”, deplorou Irina Flige, diretora de Memorial em São Petersburgo. Ela participou da descoberta do cemitério clandestino de Sandormokh juntamente com Dmitriyev.
O processo contra Dmitriyev já começou. Lev Shcheglov, presidente do Instituto Nacional de Sexologia de Moscou, testemunhou no processo que as fotos pegas com Dmitriyev nada tinham a ver com a pedopornografia de que o dissidente era acusado.
O tribunal então mudou a acusação para “atos perversos” e porte ilegal de armas, por causa de um fuzil velho de 60 anos.
Mais de 30.000 pessoas assinaram uma petição online reclamando contra a manifesta falta de Justiça e pedindo a restauração da legalidade no caso de Dmitriyev.
A imprensa estatal, porém, continua acusando-o de pedofilia e denigrando a Memorial como um grupo de subversivos que age contra o governo.
A floresta de Sandormokh é um imenso memorial das vítimas do comunismo
Numa vasta floresta entre o Lago Onega e a fronteira com a Finlândia, 6.241 prisioneiros foram massacrados nos campos de concentração pela NKVD em 1937-8.
Eles eram obrigados a se deitarem com o rosto na areia e recebiam um tiro de revólver na nuca, segundo o relato de “The Guardian”.
Ficaram sinais no chão da floresta, os quais permitiram a Yury Dmitriyev e ao Memorial a identificar o local desse crime de massa.
Próximo das ilhas Solovetsky, na região da Karelia, noroeste da Rússia, dezenas de milhares de prisioneiros foram mortos com um tiro ou afogados no infame canal do Mar Branco que Stalin mandou escavar num plano quinquenal.
No breve período na década de 1990 em que os arquivos da polícia secreta ficaram abertos, Dmitriyev registrou milhares de ordens de execução. Depois tentou identificar cada esqueleto com base nas sanguinárias ordens encontradas.
O percurso registrado de 1.111 prisioneiros, que incluía muitos líderes políticos, culturais e religiosos de toda a União Soviética, levou-o até Sandormokh.
Flige, Dmitriyev e Veniamin Iofe refizeram o percurso dos condenados a partir do testemunho do carrasco Mikhail Matveyev, e encontraram uma pilha de caveiras, entre as quais de algumas crianças.
Hoje, na floresta, em simples oratórios de madeira ou colados em troncos de árvores, podem-se ver lembranças fúnebres com os nomes de algumas vítimas, e até suas fotografias.
De início, as autoridades locais aprovaram a iniciativa construindo uma estradinha e uma capela. Mas desde o ano passado nenhum representante do governo comparece à comemoração da descoberta.
O mal-estar popular pela inimizade do governo com a memória das vítimas de Sandormokh cresceu desde que Putin invadiu a Crimeia.
Os ucranianos descendentes de inúmeras das vítimas não puderam comparecer. Também os poloneses ficaram intimidados. Para coroar o descontentamento, Dmitriyev condenou num discurso o apoio do Kremlin aos separatistas do leste da Ucrânia.
Memorial informou que 40.000 ex-membros da polícia secreta da era soviética receberam ameaças telefônicas para não cooperarem de alguma forma na investigação dos crimes do socialismo na URSS.
Sandormokh: entre os mais de 7.000 homens assassinados pelo comunismo havia muitos finlandeses
“Diga-lhes, Senhor Padre, que a Santíssima Virgem repetidas vezes nos disse, tanto aos meus primos Francisco e Jacinta como a mim, que várias nações desaparecerão da face da terra. Disse que a Rússia seria o instrumento do castigo do Céu para todo o mundo, se antes não alcançássemos a conversão dessa pobre nação.” (Irmã Lúcia)
Oração a Nossa Senhora Aparecida pedindo afaste o flagelo do comunismo do Brasil
“Ó Rainha do Brasil, nesta hora de tantos perigos para a nossa Pátria, afastai dela o flagelo do comunismo ateu.
“Não permitais que consiga instaurar-se em nosso País, nascido e formado sob o influxo sagrado da civilização cristã, o regime comunista, que nega todos os Mandamentos da Lei de Deus.
“Para isso, ó Senhora, conservai viva, aumentai a rejeição que o comunismo encontrou em todas as camadas sociais do povo brasileiro. “Ajudai-nos a ter sempre presente que:
“1) O Decálogo nos manda “amar a Deus sobre todas as coisas”, “não tomar seu santo Nome em vão” e “guardar os domingos e festas de preceito”. E o comunismo ateu tudo faz para extinguir a Fé, levar os homens à blasfêmia e criar obstáculos à normal e pacífica celebração do culto;
“2) O Decálogo manda “honrar pai e mãe”, “não pecar contra a castidade” e “não desejar a mulher do próximo”. Ora, o comunismo deseja romper os vínculos entre pais e filhos, entregando a educação destes em mãos do Estado. O comunismo nega o valor da virgindade e ensina que o casamento pode ser dissolvido por qualquer motivo, pela mera vontade de um dos cônjuges;
“3) O Decálogo manda “não furtar” e “não cobiçar as coisas alheias”. O comunismo nega a propriedade privada e sua tão importante função social;
“4) O Decálogo manda “não matar”. O comunismo emprega a guerra de conquista como meio de expansão ideológica e promove revoluções e crimes em todo o mundo;
“5) O Decálogo manda “não levantar falso testemunho”, e o comunismo usa sistematicamente a mentira como arma de propaganda.
“Fazei que, tolhendo resolutamente os passos à infiltração comunista, os brasileiros de todas as classes sociais possam contribuir para que se aproxime o dia da gloriosa vitória que predissestes em Fátima com estas palavras tão cheias de esperança e doçura: “Por fim meu Imaculado Coração triunfará”.”
Beato Pio IX: socialismo e comunismo trazem “transtorno absoluto de toda a ordem humana"
“Tampoco desconheceis, Veneráveis Irmãos, que os principais autores desta intriga tão abominável não se propõem outra coisa senão impelir os povos, agitados já por toda classe de ventos de perversidade, ao transtorno absoluto de toda a ordem humana das coisas, e entregá-los aos criminosos sistemas do novo socialismo e comunismo”.
Encíclica “Noscitis et Nobiscum”.
Leão XIII: socialismo, comunismo, anarquismo formam “seita destruidora da sociedade civil”
“Esta seita de homens que, debaixo de nomes diversos e quase bárbaros se chamam socialistas, comunistas ou niilistas, e que, espalhados sobre toda a superfície da terra, e estreitamente ligados entre si por um pacto de iniqüidade, já não procuram um abrigo nas trevas dos conciliábulos secretos, mas caminham ousadamente à luz do dia, e se esforçam por levar a cabo o desígnio, que têm formado de há muito, de destruir os alicerces da sociedade civil. É a eles, certamente, que se referem as Sagradas Letras quando dizem: “Eles mancham a carne, desprezam o poder e blasfemam da majestade” (Jud. 8)”.
“Seita pestífera” “Todos sabem com que gravidade de linguagem, com que firmeza e constância o Nosso glorioso Predecessor Pio IX, de saudosa memória, combateu, quer nas suas Alocuções, quer nas suas Encíclicas dirigidas aos Bispos de todo o mundo, tanto os esforços iníquos das seitas, como nomeadamente a peste do socialismo, que já irrompia dos seus antros”.
Os comunistas, os socialistas e os niilistas: “peste mortal” “Peste mortal que se introduz como a serpente por entre as articulações mais íntimas dos membros da sociedade humana, e a coloca num perigo extremo”.
E ainda: “Os socialistas, os comunistas e os niilistas nada deixam intacto ou inteiro do que foi sabiamente estabelecido pelas leis divinas e humanas para a segurança e honra da vida”.
(encíclica “Quod Apostolici Muneris”)
Leão XIII: socialistas e comunistas são “ruína de todas as instituições”
“Suprimi o temor de Deus e o respeito devido às suas leis; deixai cair em descrédito a autoridade dos príncipes; daí livre curso e incentivo à mania das revoluções; largai a brida às paixões populares, quebrai todo freio, salvo o dos castigos, e pela força das coisas ireis ter a uma subversão universal e à ruína de todas as instituições: tal é, em verdade, o escopo provado, explícito, que demandam com seus esforços muitas associações comunistas e socialistas”.
(encíclica “Humanum Genus”)
Papa Leão XIII: socialismo e comunismo são “monstros horrendos”
“O ‘comunismo’, o ‘socialismo’, o ‘niilismo’, monstros horrendos que são a vergonha da sociedade e que ameaçam ser-lhe a morte”.
(encíclica “Diuturnum Illud”)
Leão XIII: socialistas e semelhantes são “seita demolidora”
“Os socialistas e outras seitas sediciosas que trabalham há tanto tempo para arrasar o Estado até aos seus alicerces”.
“Seita abominável” “É necessário, ..., que trabalheis para que os filhos da Igreja Católica não ousem, seja debaixo de que pretexto for, filiar-se na seita abominável (do socialismo), nem favorecê-la”.
(encíclica “Libertas Praestantissimum”)
Leão XIII: socialistas e comunistas são “ruína de todas as instituições”
“Suprimi o temor de Deus e o respeito devido às suas leis; deixai cair em descrédito a autoridade dos príncipes; daí livre curso e incentivo à mania das revoluções; largai a brida às paixões populares, quebrai todo freio, salvo o dos castigos, e pela força das coisas ireis ter a uma subversão universal e à ruína de todas as instituições: tal é, em verdade, o escopo provado, explícito, que demandam com seus esforços muitas associações comunistas e socialistas”.
(encíclica “Humanum Genus”)
Pio XI: o comunismo é “intrinsecamente mau” ainda quando finge se moderar
“O comunismo manifestou-se no começo tal qual era em toda a sua perversidade, mas logo percebeu que assim afastava de si os povos; mudou então de tática, e procura ardilosamente atrair as multidões, ocultando os próprios intuitos atrás de idéias em si boas e atraentes.”
“Intrinsecamente mau é o comunismo, e não se pode admitir, em campo algum, a colaboração recíproca, por parte de quem quer que pretenda salvar a civilização cristã”
(encíclica “Divini Redemptoris”)
Pio XI: ninguém pode ser católico e socialista/comunista
“Socialismo religioso, socialismo católico são termos contraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista”
(encíclica “Quadragesimo Anno”)
Pio XII excomungou aqueles que aderirem ao comunismo:
“Esta Suprema Sagrada Congregação foi interrogada:
“1. se é lícito se inscrever no partido comunista ou apoiá-lo;
“2. se é lícito imprimir, divulgar o ler livros, revistas, jornais ou panfletos que apóiam a doutrina ou a obra do comunismo, ou escrever neles;
“3. se pode se admitir aos Sacramentos os cristãos que consciente e livremente praticaram atos descritos nos números 1 e 2 acima;
“4. se os cristãos que professam a doutrina comunista materialista e anticristã, e sobre tudo aqueles que a defendem e propagam, incorrem ipso facto na excomunhão reservada à Sé Apostólica, enquanto apóstatas da fé católica.
“Os Eminentíssimos e Reverendíssimos Padres encarregados da tutela da fé e da moral, tendo ouvido o voto dos Consultores, na reunião plenária de 28 de junho de 1949 responderam decretando:
“1. negativo: de fato o comunismo é materialista e anticristão; os chefes comunistas, embora por vezes sustentem verbalmente não serem contrários à Religião, de fato seja na doutrina seja nas ações se mostram hostis a Deus, à verdadeira Religião e à Igreja de Cristo;
“2. negativo: é proibido pelo próprio Direito (o documento refere-se ao cânon 1399[4] do Código di Direito Canônico então vigente); “3. negativo, respeitando os princípios normais de negar os Sacramentos a aqueles que não estão bem dispostos para recebê-los;
“4. afirmativo.
“No dia 30 do mesmo mês e ano o Papa Pio XII, na audiência habitual ao Assessor do Santo Oficio, aprovou a decisão dos Padres e ordenou promulgá-la no jornal oficial dos Acta Apostolicae Sedis.”
João XXIII: em 25 de março de 1959, ratificou o documento acima malgrado os câmbios operados na conduta do comunismo.
(“Catástrofe antropológica” (João Paulo II); (“vergonha de nosso tempo” (hoje Bento XVI)
Às incontrovertíveis condenações doutrinárias e disciplinares dos Papas antecessores, acrescentasse o juízo de João Paulo II sobre o comunismo (“catástrofe antropológica”) e do então Cardeal Ratzinger, hoje Bento XVI (“vergonha de nosso tempo”).
Sobre o silêncio do Concilio Vaticano II a respeito do comunismo:
Dentro da perspectiva de “Revolução e Contra-Revolução”, o êxito dos êxitos alcançado pelo comunismo pós-staliniano sorridente foi o silêncio enigmático, desconcertante, espantoso e apocalipticamente trágico do Concílio Vaticano II a respeito do comunismo.
Este Concílio se quis pastoral e não dogmático. Alcance dogmático ele realmente não o teve. Além disto, sua omissão sobre o comunismo pode fazê-lo passar para a História como o Concílio a-pastoral.
Explicamos o sentido especial em que tomamos esta afirmação.
Figure-se o leitor um imenso rebanho enlanguescendo em campos pobres e áridos, atacado de todas as partes por enxames de abelhas, vespas, aves de rapina.
Os pastores se põem a regar a pradaria e a afastar os enxames.
‒ Esta atividade pode ser qualificada de pastoral?
‒ Em tese, por certo. Porém, na hipótese de que, ao mesmo tempo, o rebanho estivesse sendo atacado por matilhas de lobos vorazes, muitos deles com peles de ovelha, e os pastores se omitissem completamente de desmascarar ou de afugentar os lobos, enquanto lutavam contra insetos e aves, sua obra poderia ser considerada pastoral, ou seja, própria de bons e fiéis pastores?
Em outros termos, atuaram como verdadeiros Pastores aqueles que, no Concílio Vaticano II, quiseram espantar os adversários “minores”, e impuseram livre curso ‒ pelo silêncio ‒ a favor do adversário “maior”?
Com táticas “aggiornate” ‒ das quais, aliás, o mínimo que se pode dizer é que são contestáveis no plano teórico e se vêm mostrando ruinosas na prática ‒ o Concílio Vaticano II tentou afugentar, digamos, abelhas, vespas e aves de rapina.
Seu silêncio sobre o comunismo deixou aos lobos toda a liberdade. A obra desse Concílio não pode estar inscrita, enquanto efetivamente pastoral, nem na História, nem no Livro da Vida.
É penoso dizê-lo. Mas a evidência dos fatos aponta, neste sentido, o “Concílio Vaticano II” como uma das maiores calamidades, se não a maior, da História da Igreja (Cfr. “Sermão” de Paulo VI, de 29/6/1972.).
A partir dele penetrou na Igreja, em proporções impensáveis, a “"fumaça de Satanás"“, que se vai dilatando dia a dia mais, com a terrível força de expansão dos gases.
Para escândalo de incontáveis almas, o Corpo Místico de Cristo entrou no sinistro processo da como que autodemolição.
Plinio Corrêa de Oliveira, “Revolução e Contra-Revolução”.