domingo, 29 de abril de 2018

Instrumento do Kremlin para liquidar os católicos
abraça ao Papa Francisco

O Papa Francisco e o "patriarca" russo Kiril se beijam em Havana
O Papa Francisco e o "patriarca" russo Kiril se beijam em Havana
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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“A Igreja Ortodoxa Russa foi utilizada pelo regime de Stalin para a liquidação pela força da Igreja Greco-Católica Ucraniana”, mas “o clero ortodoxo [= cismático] russo ainda não se desculpou com o greco-católico pela apropriação indevida de todos os seus bens”, vem reafirmando Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, arcebispo-mor do rito Greco-Católico ucraniano, em entrevistas como a veiculada pela agência Religious Information Service of Ukraine – RISU

“Na minha opinião, a capacidade de pedir desculpas indica uma consciência cristã, e é uma condição necessária para a chamada purificação da memória.

“Por exemplo, houve um verdadeiro arrependimento e perdão mútuo entre a nossa Igreja e a Igreja Católica Romana da Polônia.

“Eu sei de fonte segura que os bispos poloneses procuram realizar um ato semelhante de reconciliação mútua com a igreja ortodoxa russa.

domingo, 22 de abril de 2018

A Ostpolitik vaticana denunciada pelo Cardeal Korec, vítima e mártir da Igreja do Silêncio

Cardeal João Crisostomo Korec
Luis Dufaur
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Um dos cardeais que sofreram na própria pele dores de martírio pelas mãos do comunismo foi o Cardeal eslovaco João Crisóstomo Korec (1924-2015).

O Cardeal Korec deixou para história uma das maiores increpações à essa política com o comunismo soviético e que o Vaticano agora está tentando reeditar na China marxista.

O bispo mais jovem do mundo

O Cardeal João Crisóstomo Korec foi sagrado bispo secretamente na Checoslováquia quando tinha apenas 27 anos. Então era o bispo mais jovem do mundo!

A história do Cardeal Korec sob o comunismo é realmente dramática.

Ordenado sacerdote em 1950, um ano mais tarde se tornou sucessor dos apóstolos, numa cerimônia “feita às pressas, de medo que a polícia irrompesse a qualquer momento.”

Passou os nove anos seguintes trabalhando como operário numa fábrica até que em 1960 foi preso e encarcerado junto com mais seis bispos e 200 sacerdotes.

Ele foi liberado no ano de 1968 durante a chamada “Primavera de Praga”. Na época se encontrava gravemente doente.

Após a brutal repressão soviética ele continuou seu apostolado, mas sob os aspectos de um humilde gari. Em contrapartida, ele pode celebrar a Santa Missa de público pela primeira vez.

domingo, 15 de abril de 2018

Putin preside reabilitação
do maior assassino do século XX

Mulher protesta contra busto de Stalin erigido por entidade de Putin no centro de Moscou
Mulher protesta contra busto de Stalin erigido por entidade de Putin no centro de Moscou.
Luis Dufaur
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Tudo começou em 2009, quando a estação de metro Kourskaïa em Moscou foi ornamentada com a inscrição: “Foi Stalin quem nos educou na fidelidade ao povo, que nos inspirou no nosso trabalho e nas nossas realizações”, noticiou a agência France Press.

As autoridades tentaram abafar o pasmo dizendo que a estação foi restaurada em seu aspecto original: o da sinistra época stalinista.

Foi a primeira pedra. Nos últimos anos, bustos de Stalin, o ditador preferido de Vladimir Putin, vêm sendo erigidos em diversas cidades da Rússia, inclusive no centro de Moscou em setembro de 2017.

A onda é promovida pela Sociedade Russa de História Militar, instituto fundado pelo próprio presidente Vladimir Putin e dirigido pelo ministro de Cultura Vladimir Medinski.

Até então, todo 5 de março, dia da morte de Stalin, alguns magotes de velhíssimos militantes comunistas, sempre mais diminuídos, colocavam flores no túmulo do maior assassino de massa da História.

O túmulo está detrás do mausoléu de Lenin na Praça Vermelha, diante das muralhas do Kremlin. Eles eram conduzidos pelo líder do Partido Comunista Guennadi Ziuganov. Esse partido é um mofado resíduo do velho PC que na Duma nunca deixou de apoiar a Putin, mas se estiolava na insignificância.

Agora, eles se sentem revigorados pelo apoio do dono do Kremlin. O governador da região de Stavropol (sul), Vladimir Vladimirov, se orgulha de exibir sobre seu escritório um pequeno busto do maior criminoso do século XX. Ele sabe que assim ganha o favorecimento do chefe máximo.

domingo, 8 de abril de 2018

“Narcomalas” na embaixada russa
e a psy war de Putin no Mundial

Quase 400 quilos de cocaína pura em malas diplomáticas na embaixada russa de Buenos Aires.jpg
Quase 400 quilos de cocaína pura em malas diplomáticas
na embaixada russa de Buenos Aires.
Luis Dufaur
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Na embaixada russa de Buenos Aires foram sequestrados 389 quilos de cocaína ocultos em 12 malas diplomáticas. O caso vinha sendo acompanhado a nível internacional.

Ficando impossível ocultar o fato a embaixada decidiu colaborar com a polícia argentina, noticiou o diário portenho “La Nación”.

Andrey Kovalchuk, funcionário russo conhecido como “senhor K”, representante de uma empresa de charutos, assaz conhecido por seus generosos presentes, deixou as malas em dependências da embaixada onde tinha amigos.

A polícia argentina trocou a droga por farinha e agiu de modo a que o “empresário” patenteasse o percurso da droga até ser preso pela policia em Berlim, etapa com destino a Moscou.

Em Buenos Aires, foram detidos cúmplices que trabalhavam na embaixada e na própria polícia portenha.

O caso não foi o primeiro. Na Espanha e em Portugal uma operação policial conjunta permitiu sequestrar mais de uma tonelada de cocaína pura estocada para ser enviada à Rússia para vender no Mundial.

domingo, 1 de abril de 2018

Kremlin encomenda homicídio
e gera onda mundial de retaliações

Mais de 60 pessoas envenenadas na área do crime
Mais de 60 pessoas envenenadas na área do crime
Luis Dufaur
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De momento, somam mais de 120 os diplomatas russos expulsos dos EUA e de 18 países da União Europeia, além da Ucrânia, do Canadá, da Noruega e da Austrália em represaria pela tentativa de assassinato do ex-espião russo Sergueï Skripal e de sua filha Iulia.

Há outros 144 em vista, inclusive acreditados na NATO, de acordo com a France Press.

Só os EUA expulsaram 60, 12 dos quais seriam espiões ativos na ONU. Também fechou o consulado russo em Seattle que estaria perto demais de uma base de submarinos atômicos.

A Rússia revidou expulsando outros 60 diplomatas americanos e fechando o consulado dos EUA em São Petersburgo.

A primeira ministra britânica Teresa May declarou Moscou “culpado” do crime. A chancelaria russa respondeu se tratar de “uma grosseira provocação” e começou as retaliações expulsando 60 diplomáticos dos EUA e fechando o consulado americano em São Petersburgo.

domingo, 18 de março de 2018

Putin faz monumentos ao fundador do Gulag.
Vítimas contam a realidade vivida

A lembrança das incontáveis vítimas injustiçadas ainda está viva
A lembrança das incontáveis vítimas injustiçadas ainda está viva
Luis Dufaur
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“O demônio da ira de Caim, a arbitrariedade e a ferocidade mais selvagens, se ensenhorearam da Rússia nos dias em que se glorificava a instauração dos princípios da igualdade, da fraternidade e da liberdade”.

Esse é o testemunho de Ivão Bunin (1870-1953) que conseguiu fugir da Revolução libertadora do povo em 1918. Ele levou seus apontamentos redigidos no calor das revoluções, e que lhe serviram para ganhar o Nobel de Literatura em 1933, segundo descreve reportagem de “El Mundo” de Madri.

Pronunciar o nome de Ivão Bunin na Rússia comunista era suficiente para ser acusado de “propaganda antissoviética” e condenado a trabalhos forçados.

Foi o que aconteceu com Varlam Shalamov. “Você dizia que Bunin era um grande escritor russo...” começou o comissário do povo. Seu caso, então, já estava julgado e a condenação já estava lavrada.

De início, Varlam passou um mês numa cela de castigo em Dzhelgala: o alimento diário era de trezentas gramas de pão e uma xícara de água.

domingo, 11 de março de 2018

Putin reconhece empobrecimento
e intoxicação popular na Rússia

'Chaminés do inferno' como em Norilsk, provocam o enegrecimento da neve. O passado não foi mudado posto o 'atraso' da 'nova URSS' de Putin.
'Chaminés do inferno' como em Norilsk, provocam o enegrecimento da neve.
O passado não foi mudado posto o 'atraso' da 'nova URSS' de Putin.
Luis Dufaur
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Procurando fazer um bonito papel nas eleições presidências que o devem reconduzir ao poder pela enésima vez, Vladimir Putin vem prodigando promessas ao sofrido povo russo.

Ditas promessas são reveladoras da miséria em que ele mantém esse grande povo, sacrificado em benefício de suas pretensões hegemônicas mundialistas.

Segundo a agência France Press, Putin agora está garantido que pretende lutar contra a “neve negra”, ou a neve que cai com nojenta cor carregando a imensa acumulação de poluição jogada no ar por velhas fábricas soviéticas.

É claro que o macrocapitalismo publicitário há anos vem apresentando o saudosista da URSS como um campeão pela ecologia do planeta. Agora, suas próprias palavras desvendam o que de fato fez em décadas de governo.

Outro objetivo anunciado é procurar água potável para o povo e combater o “smog” ou contaminação do ar que afeta os russos, a ponto de, segundo Putin, não existir no país “nenhum local onde se refugiar”.

“É difícil falar de uma vida longa e de boa saúde quando, ainda no presente, milhões de pessoas devem beber água que não corresponde às normas, quando cai neve negra como em Krasnojarsk, e quando os habitantes dos grandes centros industriais não veem o sol durante semanas por culpa da fumaça”, disse ele no discurso anual diante da Duma, ou Parlamento.

domingo, 4 de março de 2018

Putin renova sonhos de restaurar a União Soviética

Big Brother da Rússia renova anseios de reconstituir a URSS
Big Brother da Rússia renova anseios de reconstituir a URSS
Luis Dufaur
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Num ato eleitoral no enclave de Kaliningrado, encaixado em posição estratégica entre a Alemanha e a Polônia com aceso direto ao Mar Báltico Putin afastou qualquer dúvida a respeito de sua sintonia profunda com a falida União Soviética de Lenin e Stalin.

Se ele tivesse a possibilidade de modificar a história recente da Rússia, afirmou ele, impediria o desabamento da URSS, segundo informaram as agências de imprensa russas, referidas pela agência ocidental Reuters.

Putin falou nesse enclave militar quando faltavam pouco mais de duas semanas para sua enésima reeleição à presidência já descontada após a eliminação dos opositores que podiam lhe fazer sombra.

Uma pessoa presente perguntou-lhe qual seria o evento da história russa que ele gostaria mudar e respondeu sem hesitação: “o afundamento da União Soviética”.

O todo-poderoso chefe da Rússia, já em 2005 havia definido o desmantelamento da URSS acontecido em 1991 de “a maior catástrofe geopolítica” do século XX.

Esse sonho de recuperar a URSS e lhe obter o domínio universal foi renovado por Putin no dia 1º de março, segundo nosso calendário.

Na data ele pronunciou discurso ante a Duma (Parlamento) de Moscou de importância comparável à do ‘Discurso sobre o Estado da União’ que o presidente americano profere todo ano,

Ele não só tratou de difícil situação do país cada vez mais empobrecido nos últimos anos em decorrência das aventuras militares contra a Ucrânia e as subsequentes represálias econômicas ocidentais.

Malgrado a decadência econômica ele exibiu vídeos montados em laboratórios virtuais do que seriam as armas de guerra “invencíveis” com as que tentaria assentar seu sonho de hegemonia universal, noticiou a BBC Mundo.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Jornalista tenta investigar os trolls rusos
e recebe ameaças de morte

Jessikka achou que iria investigar uma realidade como qualquer outra. E ficou apavorada com o que lhe aconteceu
Jessikka achou que iria investigar uma realidade como qualquer outra.
E ficou apavorada com o que lhe aconteceu
Luis Dufaur
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A jornalista finlandesa Jessikka Aro não imaginou o que sofreria em carne própria ao pretender se informar sobre o exército de trolls russos.

Ela própria acabou contando ao jornal “Clarin” de Buenos Aires os inesperados desagradáveis que lhe aconteceram após ter tentado penetrar o mundo “dos propagandistas pro Kremlin nas redes sociais”.

Ela no imaginou que ingressaria numa guerra invisível onde as táticas consistem em assediar, desalentar, intimidar e caluniar.

O centro do campo de batalha é as redes sociais, onde os trolls – usuários contratados para assediar, criticar ou provocar – criam contas ou perfis falsos, inventam seguidores, multiplicam ataques reproduzindo-os em outras contas ou perfis fake (falsos), mentindo sem remorso.

Não se trata de uma pura novidade. Isso já existia no jornalismo. E segue existindo mas de um modo potencializado pelos recursos tecnológicos.

Da versão antiga desse abuso falou o grande pensador católico Carlos de Laet, Presidente da Academia Brasileira de Letras, em 1902:

“Tirania da imprensa! Sim, tirania da imprensa...

“Contai o número imenso de homens que não figuram, que não podem figurar na imprensa.

Jessikka tirou imprudente selfie diante da  Internet Research Agency, famosa central de trolls em São Petersburgo.
Jessikka tirou imprudente selfie diante da Internet Research Agency,
rua Savushkina 55, famosa central de trolls em São Petersburgo.
“Contai, por outra parte, o minguado número de jornalistas, – e dizei-me se não se trata do temeroso predomínio de um grupinho de homens sobre a quase totalidade do seus concidadãos.

“E que poder exerce esse grupo minúsculo? Enorme”. Veja mais em “Professora da Sorbonne denuncia ditadura sutil e implacável da mídia”

Os combates nesse campo foram sendo adaptados à era digital e às redes sociais enquanto os jornais e revistas impressos vão fechando um após outro.

O jornalismo velho estilo estrebucha e polemiza contra o exército dos trolls fautores de um mundo de falsas informações. Mas, está perdendo a hegemonia.

A jornalista Jessikka Aro trabalha para a YLE (ou Yleisradio Ou, a rádio estatal finlandesa) e ganhou o Prêmio Bonnier de Jornalismo, uma espécie de Pulitzer sueco.

Aro conta no artigo A guerra no ciberespaço: propaganda e trolling como ferramentas de guerra que a Rússia tenta manipular as redes sociais “e seu novo instrumento bélico são os trolls”.

Jessikka quis saber até onde esse exército sem rosto articulado pelo Kremlin modificava a opinião pública finlandesa.

Ela estava acostumada ao sistema democrático onde não deixa de haver opiniões falsas e perfis anônimos que tentam influenciar o debate público até com marketing, mas que agem no respeito de certos limites.

Mas Jessikka descobriu outro mundo, o do trolling teledirigido por Moscou, que não tem regra nem moral.

Ludmila Savchuk, ativista que foi contratada como 'troll'. Contou como funciona o 'exército do fake' por dentro
Lyudmila Savchuk, ativista que foi contratada como 'troll'.
Contou como funciona o 'exército do fake' por dentro.
Veja Exército de comentaristas fantasmas russos age na Internet
Na investigação, descobriu que ”algumas vitórias consistem em ameaçar as pessoas até o ponto de silencia-las e manipula-las com uma mistura de verdades e mentiras.

“O pior achado foi que muita dessa gente virava propagandista após ter sido submetida à desinformação do Kremlin (...) Inclusive pessoas bem educadas passaram a difundir mensagens de ódio criminal como verdades”.

Segundo Aro, “os trolls visam sobre tudo converter os jornalistas em seus mensageiros”.

Infiltrar a mídia foi uma cobiçada meta das redes soviéticas no tempo da Guerra Fria. A URSS se destacou pela sua habilidade em penetrar os órgãos jornalísticos ocidentais, até os mais respeitados, e pô-los a trabalhar pela causa comunista.

Por isso, para Arno “o jornalismo deve voltar a ser fiel aos fatos, conferi-los e preservar a confiança da opinião pública. Desse modo os trolls não poderão destruir a verdade”.

Mas isso é precisamente o que não está acontecendo. E a grande mídia, com um viés cada vez mais esquerdista, vai se extinguindo no desprestígio e no desinteresse perdendo cada vez mais a confiança do público.

Sem querer mudar esse viés, ela tenta abafar as redes sociais. Mas o problema da oposição mídia tradicional enviesada X redes sociais intoxicadas de fake news não se resolve um abafando o outro. Tratar-se-ia de ganhar a confiança dos leitores com informação séria.

Nessa disputa turba, prospera o exército de desinformação russo, com uma máquina que produz falsos, até delirantes, mas seletivamente direcionados.

Curiosamente os superpoderes midiáticos que deblateram contra as redes quanto essas ecoam o conservadorismo ambiente, silenciam meticulosamente a existência da guerra da informação de Putin e camaradas.

Lyudmila Savchuk registrou furtivamente os interiores da Internet Research Agency
Lyudmila Savchuk registrou furtivamente
os interiores da Internet Research Agency
A repórter finesa acha que os trolls estão minando a “confiança dos usuários [das redes sociais]. Na medida em que os trolls podem por em circulação suas mensagens de ódio, Facebook, Twitter e Youtube verão como as pessoas civilizada abandonam suas plataformas”.

“A fábrica de trolls russos” montou uma máquina para explorar Facebook em favor de sua propaganda. O fundador da rede, Mark Zuckerberg, encomendou uma investigação oficial.

Aro viajou a São Petersburgo e Moscou onde localizou as “granjas” de trolls, grupos de pessoas recrutadas com anúncios como: “procura-se especialista em redes sociais”, ou “operadores de Internet”, ou “gestores de conteúdos”, ou “redatores para turnos diurnos e noturnos”. Os anúncios prometem um emprego bem pago a tempo completo.

Conheceu os bots bubbles ou bolhas robóticas que promovem perfis multiplicando as “curtidas” ou “comprando” seguidores nas redes sociais.

Mas Aro não estava numa democracia. Sua atividade foi detectada e sua vida passou a ser alvo de ataques e ameaças selvagens.

A jornalista russa Alexandra Garmazhapova, de Novaya Gazeta de São Petersburgo, conseguiu ingressar numa “fazenda de trolls” e descobriu como funcionava.

Cada troll escrevia 100 comentários por turno, desde diversas contas falsas e com o mesmo tom de assédio, ameaça e mentira. Alexandra recebeu ordem de escrever, mensagens difamatórias contra políticos russos, opositores de Putin.

A jornalista russa Alexandra Garmazhapova, também conseguiu ingressar numa “granja de trolls”
A jornalista russa Alexandra Garmazhapova,
também conseguiu ingressar numa “granja de trolls”
Não se sabe o que foi de Alexandra. Mas Aro paga a conta até hoje. Os serviços secretos russos tiraram a luz episódios de seu passado e os expuseram nas redes sociais.

O seus conhecidos acabaram acreditando em falsidades publicadas contra ela: que ela seria uma “espiã” e “narcotraficante” por exemplo. As ameaças pessoais se multiplicaram.

Uma sigla em inglês passou a sintetizar o objetivo dos trolls desencadeados contra ela: FUD (Medo, Incerteza, Dúvida).

A velha estratégia desmoralizadora que adaptada à era virtual hoje é usada por um exército sem rostro as 24 horas com total impunidade.


domingo, 4 de fevereiro de 2018

O Kremlin tenta silenciar,
mas as “heroínas do Gulag” falam

Os restos dos campos de trabalho, ou Gulag, ainda salpicam a geografia russa. Mas Putin quer que não se fale disso.
Os restos dos campos de trabalho, ou Gulag, ainda salpicam a geografia russa.
Mas Putin quer que não se fale disso.
Luis Dufaur
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A máquina de propaganda do Kremlin ainda hoje tenta silenciá-las, mas as “heroínas do Gulag” não temem contar os sofrimentos indizíveis que passaram na rede de campos de concentração soviéticos, ou Gulag, onde eram encerrados os “inimigos do povo”, prisioneiros políticos e opositores do regime.

No livro “Vestidas para um baile na neve” (Galaxia Gutenberg, 2017) Monika Zgustova recolheu alguns de seus estarrecedores relatos, conta reportagem de “El Mundo” de Madri.

“O complexo da fome está comigo até hoje”, lembra Janina Misik, uma das nove sobreviventes entrevistadas.

Elas eram obrigadas a trabalhar do alvorecer até o pôr do sol e só recebiam 300 gramas de pão para sustento. Por vezes lhes davam sopa de couve podre, mas quando não havia deviam se contentar com água requentada.

Como chegaram até lá?

Janina levantou-se da cama por volta das cinco da manhã de 10 de fevereiro de 1940. Homens da NKVD, predecessores da KGB e da atual FSB, berravam na sua porta.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Nuvem radioativa chegou da Rússia, mas Moscou nega

Premido pelas eleições, Putin nega tudo
Premido pelas eleições, Putin nega tudo
Luis Dufaur
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O Ocidente teme mais um tremendo acidente nuclear na Rússia. Mais exatamente em Mayak, uma instalação que está no coração do programa nuclear russo, comentou o “New York Times”.

E não é o primeiro no local. Em 1957, 60 anos atrás, ali aconteceu um dos piores acidentes da era nuclear. Mas foi afogado no segredo de Estado a ponto que os moradores vitimados adoeciam ou morriam sem saber por que.

Naquela vez, por volta de 272.000 pessoas ficaram submetidas à radiação. Taisia A. Fomina, acabava de nascer contou o jornal de Nova York. Os pais não foram informados, ela foi irradiada enquanto dormia, ficou cega e sua mãe morreu três dias depois.

Agora, autoridades em radiação da França e da Alemanha identificaram na região sul dos Urais, no próprio local de Mayak, o provável ponto de partida da nuvem contaminada com o isótopo radioativo rutênio 106 que soprou sobre a Europa.

O rutênio 106 é produzido em usinas nucleares e não é perigoso demais, porque tem uma “vida” curta: 373 dias.

domingo, 17 de dezembro de 2017

Crianças treinadas para morrer por Putin

Cadete  no treino
Cadete  no treino
Luis Dufaur
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Vladimir Putin é candidato a mais uma reeleição presidencial.

Aliás, Evo Morales também. Não há proximidade geográfica entre os dois. Mas sim ideológica e psicológica.

O instinto diz ao déspota que não pode largar o poder, pois as consequências pessoais podem ser irreparáveis. Falem Lula e Cristina Kirchner.

Nas últimas semanas, Putin acenou com massacres em massa no leste ucraniano – atribuindo-as à Ucrânia – e fez declarações que insinuam a guerra mundial a propósito da Coreia do Norte.

As ameaças, entretanto parecem direcionadas ao público russo. Elas visariam atemoriza-lo e aglutiná-lo em volta do atual presidente para aceitar o resultado eleitoral.

Esse resultado já deve estar pronto em algum ministério putinista. Também a aprovação pública ao ditador aumentou segundo o governo queria.

Nesse aumento de popularidade contribui o recrutamento e doutrinação de crianças-soldados. O exército carece de soldados pela acentuada queda da população e da natalidade.

Putin deitou mão de um velho recurso de ditador beirando o desespero: recrutar adolescentes e crianças para lhes dar oficialmente “educação militar e patriótica”.

domingo, 10 de dezembro de 2017

“Epidemia” de mortes estranhas dizima corpo diplomático russo

A estranha epidemia de diplomáticos russos mortos de modo inexplicado
A estranha epidemia de diplomáticos russos mortos de modo inexplicado
Luis Dufaur
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Uma estranha “epidemia” atinge o corpo diplomático russo, escreveu Alain Rodier, diretor do Centro Francês de Pesquisa e Informação (CF2R), especialista em terrorismo islâmico e criminalidade organizada, em artigo para a revista “Atlantico”.

Em menos de um ano, sete diplomatas russos perderam a vida em circunstâncias pelo menos estranhas. A morte mais conhecida aconteceu em 19 de dezembro de 2016: Andrei Karlov, embaixador russo na Turquia foi assassinado por um fanático islâmico que fingia ser policial.

A ocorrência foi testemunhada e registrada pela imprensa em um museu da capital turca. O matador alegava querer vingar-se de colegas mortos em Alepo, Síria.

Foi o único caso explicável e esclarecido. Nos outros paira a sombra da contraespionagem e da polícia secreta russa FSB, também encarregada de livrar o amo do Kremlin de adversários reais ou potenciais.

No mesmo dia, Petr Polshikov, responsável pelo Departamento Latino-americano do Ministério de Relações Exteriores, foi encontrado morto em seu departamento moscovita com uma arma na mão. A FSB falou de suicídio, mas nunca se conheceram os pormenores. No silêncio, todas as hipóteses ficaram em aberto.

domingo, 3 de dezembro de 2017

Militarismo e repressão consomem verbas da saúde e população diminui mais

A imoralidade e a droga tornaram o HIV uma epidemia na Rússia
A imoralidade e a droga tornaram o HIV uma epidemia na Rússia
Luis Dufaur
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Mais três fatores alarmantes sobre a diminuição da população russa vieram se somar aos já conhecidos, escreveu Paul Goble, especialista em questões étnicas e religiosas na Eurásia, em artigo para Euromaidanpress.

O primeiro deles é o dramático aumento da transmissão do HIV e o aumento das mortes por AIDS, ligados à decadência dos costumes, à adição às drogas, ao descalabro do serviço de saúde pública e à carência de medicamentos.

Segundo os especialistas em medicina russa, só no ano passado as infecções com HIV aumentaram entre 3% e 4%, com médias ainda superiores em localidades específicas.

Por isso já se fala do HIV como uma epidemia na Rússia.

Vladimir Putin cortou as verbas para a saúde com o eufemístico argumento de “otimização” das despesas. Na prática, essa “otimização” significou arrocho geral, exceto para o setor militar e para o esquema de repressão política.

A “otimização” – escreveu Goble – pode ter sido muito boa para a burocracia estatal, mas não para o povo russo, especialmente os doentes.

domingo, 26 de novembro de 2017

Luxos extravagantes: sinais de ditadores despóticos. Putin não escapa à regra


Luis Dufaur
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O presidente Vladimir Putin mantém uma extravagante e luxuosa mansão secreta com 20 hectares de jardim, numa ilha exclusiva perto da fronteira com a Finlândia, denunciou o site econômico espanhol “Expansión”.

Na verdade, a riquíssima extravagância não tem muito de novo.

É característica dos ditadores socialistas “defensores do povo”, campeões contra o capitalismo corrupto, Carlos Magnos da moralidade familiar, do cristianismo e de muitas outras qualidades que fingem ter.

domingo, 19 de novembro de 2017

Acidente revela qualidade do material bélico russo

Destaques do acidente com o helicóptero Ka-52 em exibição na Zapad 2017
Luis Dufaur
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A Rússia realizou em setembro os exercícios militares Zapad 2017 (Oeste 2010).

Eles suscitaram preocupação no Ocidente pelo número dos efetivos oficialmente anunciados (12.700 militares, dos quais 7.200 bielorrussos e 5.500 russos) e pelo volume do equipamento usado (cerca de 70 aviões e helicópteros, 250 carros de combate, 200 sistemas de artilharia, lança-foguetes múltiplos e morteiros, e 10 navios de guerra).

Segundo os observadores ocidentais, os números teriam sido ainda maiores, registrou o jornal “El Mundo”, de Madri.

O governo russo acreditou jornalistas nacionais e estrangeiros para contemplar seu poderio militar – a qualidade de seu armamento e o grau de treinamento de seus soldados.

E preparou para esse fim uma demonstração em que modernos helicópteros modelo Ka-52 atingiriam alvos predispostos.

Porém, ao serem disparados, os foguetes saíram em direção dos espectadores, segundo informou o portal de noticias '66.ru', que publicou um vídeo gravado por uma fonte que guardou o anonimato.

domingo, 12 de novembro de 2017

Católicos russos gemem
sob a nova aliança Moscou-Vaticano

Amizades na Rússia valeram ao Cardeal Parolin a condição de 'papabile'. Católicos russos e ucranianos gemem vendo o pastor estreitando a mão do lobo.
Amizades na Rússia valeram ao Cardeal Parolin a condição de 'papabile'.
Católicos russos e ucranianos gemem vendo o pastor estreitando a mão do lobo.
Luis Dufaur
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Os católicos russos acenam de sua sofrida e heroica situação e exortam Ocidente a não esquecer a tragédia das vítimas do comunismo, noticiou “Religião Digital”.

A ocasião é apropriada: o centenário da Revolução Bolchevista, acontecida em 7 de novembro de 1917.

O secretário-geral da Conferência dos Bispos Católicos da Federação Russa, monsenhor Igor Kovalevsky, fez um apelo aos cristãos ocidentais para manterem viva a lembrança dos russos que deram sua vida sob a perseguição do regime comunista da União Soviética.

Os cruéis expurgos anticristãos e o envio dos fiéis aos campos de trabalhos forçados – sinônimos muitas vezes de morte lenta em condições miseráveis – visavam oficialmente a uma “reeducação” para o materialismo.

Eles constituíram um dos piores e maiores sistemas de perseguição e extermínio da História.

“Os sofrimentos nas prisões soviéticas e nos campos de trabalho continuam sendo um problema para toda a sociedade”, afirmou Mons. Kovalevsky ao jornal católico inglês “The Tablet”.

“Foram construídos templos em memória dos que morreram pela fé, que merecem ser comparados aos mártires dos primeiros séculos do Cristianismo”.

Segundo Mons. Kovalevsky, as histórias do martírio dos cristãos sob a ditadura soviética são universalmente conhecidas.

Mas, acrescentamos nós, se elas tivessem sido mais difundidas no Ocidente a opinião pública católica teria sido alertada, e muitas aventuras inspiradas no ideário comunista, como as do PT, talvez nunca tivessem acontecido.

domingo, 29 de outubro de 2017

Enviado de Putin foi estimular
o separatismo na Catalunha

Putin diz que é um assunto interno da Espanha, mas pisca o olho para os separatistas e lhes manda um representante.
Putin diz que é um assunto interno da Espanha,
mas pisca o olho para os separatistas e lhes manda um representante.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





continuação do post anterior: Catalunha: táticas testadas no separatismo do leste ucraniano




Dimitri Medóev, um funcionário de Vladimir Putin que faz de ministro de Relações Exteriores da “República de Ossétia do Sul”, abriu um “escritório de representação” em Barcelona enquanto os separatistas se aprontavam a proclamar uma fictícia república independente na Catalunha, informou a agência oficial russa Sputnik

O governo espanhol reafirmou que não reconhece esse país fictício e, a fortiori, a suposta “embaixada”, noticiou o jornal catalão “La Vanguardia”.

A dita “República da Ossétia do Sul” é um território georgiano ocupado pelas tropas russas. Tem 3.900 km2 de superfície e entre 50.000 e 70.000 habitantes.

Ossétia do Sul e a Abcásia (240.000 habitantes), outra região georgiana engolida por Moscou na mesma data, proclamaram sua independência e hoje mantém exército e polícia comum.

Segundo o governo da Geórgia, há por volta de 10.000 soldados de Moscou em bases instaladas nos dois redutos invadidos.

domingo, 1 de outubro de 2017

Máquina repressiva de Putin
supera esquemas soviéticos

A FSB (Serviço Federal de Segurança da Federação Russa) é a polícia de Putin, sucessora reforçada da KGB soviética
A FSB (Serviço Federal de Segurança da Federação Russa)
é a polícia de Putin, sucessora reforçada da KGB soviética
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Em reportagem, o “The Guardian” descreve a polícia de Vladimir Putin – a FSB – como sendo muito mais do que um simples órgão de segurança.

Porque combina funções de polícia e de rede de espionagem, com um poder talvez superior ao das antigas Checa de Lenine, NKVD de Stalin e KGB da URSS.

Putin é o verdadeiro restaurador do poder das antigas polícias secretas, agora sob a sigla FSB. Muitos de seus colegas na ex-KGB estão hoje no coração da Nomenklatura de oligarcas que governam as imensas empresas do Estado.

Os espiões que agem no exterior prestam conta a uma agência especial: a SVR, na qual a FSB tem um poder extraordinário, segundo confessaram agentes pegos pela contraespionagem americana.

As fronteiras estão desde 2003 sob o controle da FSB, com poderes arbitrários. A FSB também está encarregada de combater os “crimes econômicos”, assediando os suspeitos de contatos com o exterior.

domingo, 24 de setembro de 2017

Nomes dos carrascos da polícia secreta estalinista
saem a público

Cemitério de vítimas de Stalin em Levashovo, São Petersburgo. Muitos russos querem saber o destino final de seus antepassados.
Vala comum de vítimas de Stálin em Levashovo, São Petersburgo.
Muitos russos querem saber o destino final de seus antepassados.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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A partir de 1993, Andrei Zhukov percorreu, pelo menos três dias por semana durante duas décadas, os arquivos de Moscou, vasculhando hora após hora as pilhas de ordens emanadas pela NKVD, a polícia secreta de Joseph Stálin continuada pela KGB onde se formou Vladimir Putin.

Ele procurou e encontrou muitos nomes de oficiais e seus respectivos cargos hierárquicos na organização.

Foi a primeira pesquisa metódica sobre os homens que executaram o “Grande Terror” de Stálin entre 1937 e 1938.

Nesse período da ditadura socialista foram presas pelos menos 1,5 milhão de pessoas, 700 mil das quais foram friamente fuziladas.

Oficial da NKVD
Oficial da NKVD
Na verdade, não foi o primeiro estudo sobre os líderes da NKVD nesse monstruoso crime.

Mas sim o primeiro a identificar os investigadores e os algozes que cumpriram a sádica missão.

E na lista há mais de 40 mil nomes!

Zhukov disse que não agiu por motivações políticas:

“Eu sempre fiquei interessado em coisas secretas ou difíceis de achar.

“Comecei isto apenas com um instinto de colecionador”, disse, segundo “The Guardian” de Londres.

Mas os historiadores perceberam a importância de seu trabalho.

A organização Memorial, a mais importante em recuperar a lembrança das vítimas chacinadas e dos locais de horror onde passaram seus últimos dias, publicou um CD com o banco de dados dos nomes e o postou na Internet.

Foram anos de meticuloso trabalho porque a polícia secreta tinha uma ampla faixa de atividades além das prisões e execuções.

“Não todos na lista foram açougueiros, até alguns foram assassinados por não executarem os crimes ordenados.

Grupo de agentes da NKVD
Grupo de agentes da NKVD
“Mas a vasta maioria estava ligada ao terror”, comentou Yan Rachinsky, copresidente de Memorial.

Nikita Petrov, outro historiador de Memorial, sublinhou que “trabalhar na NKVD era prestigioso.

“Nos inícios dos anos 1930, marcados pela pobreza e pela fome, recebia-se para comer bem e ganhava-se um belo uniforme.

“Aqueles que entravam não sabiam que dentro de cinco anos estariam sentenciando milhares de pessoas à morte”, acrescentou.

Cenotáfio aos religiosos assassinados em Levashovo
Cenotáfio aos religiosos assassinados em Levashovo
O banco de dados de Memorial sobre as vítimas da repressão socialista soviética contém por volta de 2.700.000 nomes e mais 600.000 devem ser acrescentados ao longo de 2017.

Rachinsky acha que uma lista completa somaria aproximadamente 12 milhões de nomes, incluindo os deportados ou sentenciados por razões políticas.

Acresce-se que em algumas regiões os algozes locais nunca confeccionaram listagens das vítimas, enquanto em outras os arquivos permanecem fechados.

O jornalista Sergey Parkhomenko lançou a campanha Endereço Final, instalando alguns milhares de placas onde morreram vítimas do socialismo estalinista para lhes render uma derradeira homenagem.

Dos 40.000 agentes registrados por Zhukov, cerca de 10% acabaram sendo executados, encarcerados ou enviados aos campos de concentração.

Alguns voltaram quando Stálin precisou de homens para combater na II Guerra Mundial. Até ganharam medalhas ou se dedicaram a cometer mais homicídios.



domingo, 17 de setembro de 2017

Rússia: uma economia “africana” que sonha com a URSS deitada sobre 7.000 bombas atômicas

Venda de pães e doces perto da estrada de Novgorod
Venda de pastéis perto da estrada de Novgorod
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Segundo avaliação do jornal espanhol “El Mundo”, a Rússia é uma superpotência militar com uma economia terceiro-mundista.

A Rússia está muito aquém da Espanha, pois tem o mesmo PIB (Produto Interior Bruto) e o triplo de população. Em outros termos, a renda per capita russa é um terço da espanhola.

Mais ainda, o PIB nominal per capita do Brasil – US$ 11.387 – está acima do russo: US$ 9.054. (Fonte: Brasil, Wikipedia; Rússia, Wikipedia). 

Como as perspectivas econômicas russas são as piores, o jornal lhe aplica pejorativamente o carimbo de “país do Terceiro Mundo”.

Exporta petróleo, gás natural e mais algumas matérias-primas, mas tem que importar todo o resto, porque não produz quase nada. É o esquema de uma economia de país pobre, diz o jornal.

A exceção são as exportações de material militar, em grande parte destinadas a antigos clientes da União Soviética, cujos exércitos só conhecem o armamento russo.

Mas esses compradores são cada vez menos confiáveis e se interessam sempre menos pelas antigualhas russas malgrado as melhorias cosméticas.