domingo, 6 de fevereiro de 2011

Rússia espanca jornalistas que investigam o governo

Colegas protestam por brutal espancamento de Oleg Kachine

O jornalista russo Oleg Kachine, do diário Kommersant, um dos maiores do país, foi espancado selvagemmente ao que todo indica por agentes do governo em Moscou.

Ele foi posto em coma induzido após a agressão disse sua mulher Evguenia Milova, segundo informou “Libération” de Paris.

Oleg teve os dedos, as mandíbulas e as pernas quebradas pelos agressores. Os promotores e os colegas do jornalista acreditam se tratar de uma ameaça para que Oleg não prossiga a investigação das “organizações informais” que estão no coração do sistema restaurado pelos ex-agentes da KGB.

Mikhail Mikhailin, diretor do Kommersant disse à TV que as crueldades contra o jornalista eram um típico “recado” para não investigar coisas que não são do agrado dos dirigentes do Kremlin.

Poucos dias depois, Anatoly Adamchuk, repórter do jornal Zhukovskiye Vesti, da periferia de Moscou foi espancado do mesmo modo.

O presidente Medvédev disse que os agressores seriam punidos “sejam quem forem”.

Na Rússia, os atentados contra jornalistas independentes são freqüentes e sabe-se que a polícia e a Justiça submissas ao regime os deixam impunes.

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domingo, 23 de janeiro de 2011

Rússia não devolve igrejas aos católicos

Kaliningrado, igreja católica da Sagrada Família
ficará com cismáticos pro-Putin
O governo russo prometera devolver as igrejas confiscadas pelo regime soviético e a Igreja Católica têm direito de recuperar algumas. Porém, o regime de Putin concebeu uma lei qualificada de “iníqua” pelo arcebispo de Moscou D. Paolo Pezzi, noticiou AsiaNews. Pela lei, a igreja da Santa Família de Königsberg (hoje Kaliningrado), outrora católica será entregue à igreja cismática russa.

O regime dos oficiais da ex-KGB mantém privilegiadas relações com essa denominação cismática, inteiramente submissa ao Kremlin e dirigida por (ex-)membros da polícia política soviética.

Königsberg pertenceu à Alemanha, à Polônia e à Lituânia em épocas diversas e só virou parte da União Soviética depois da II Guerra Mundial. Nessa ocasião havia quase só igrejas católicas e templos luteranos, com exceções cismáticas.

A igreja cismática reagiu com ira às justas reclamações católicas e ameaçou interromper “a cooperação as relações entre nossas igrejas e tal vez não só na região”.

A irada resposta cismática pretexta as mudanças na “composição étnica e religiosa da região” resultantes da política stalinista de erradicação das populações originárias que causou milhões de mortes.

O comunicado cismático ameaça a Mons. Pezzi dizendo: “quem tem telhado de vidro não deve jogar pedras no vizinho”, acrescentando: “a região de Kaliningrado é especial geograficamente falando para a Rússia. A sua unicidade deve nos impor a nós representantes de diferentes religiões um modelo de paz e coexistência para a qual a igreja russo-ortodoxa está pronta”.

O significado dessa frase enrolada foi bem compreendido em Moscou: o Kremlin quer reforçar o domínio dessa região e a igreja cismática serve para este desígnio. Os católicos que se cuidem e parem de se queixar ou vem mais retaliações.

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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Nova catedral de Nossa Senhora de Fátima no local de tenebroso gulag

Onde fora um campo de concentração comunista, no Cazaquistão (ex-URSS), hoje floresce esta belissima Catedral católica em estilo neo-gótico...!

Sua construção se tornou possível graças à caridade de muitos, entre os quais se destacam tantissimos colaboradores da Associação italiana "Luci sull'Est" (Luzes sobre o Leste), aos quais também agradecemos e recomendamos à celeste proteção de Nossa Senhora de Fátima-Mãe de todos os povos, a Quem a catedral está intitulada.

Veja vídeo
Catedral de Nossa Senhora de Fátima
sobre antigo campo de concentração

A fim de aprofundar no conhecimento dos numerosos e muito meritórios esforços realizados por Dom Athanasius Schneider, Bispo-auxiliar de Karaganda (Cazaquistão), e de Dom Jan Pavel Lenga, Arcebispo-bispo de Karaganda, Cazaquistão, e a primeira visita dos colaboradores de "Luci sull'Est" em 2004 naquela localidade onde houvera um tenebroso gulag, vide o periódico da referida Associação intitulado "Spunti".

Video: Nova catedral de Karaganda (Cazaquistão) a Nossa Senhora de Fátima: no local de um tenebroso gulag



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domingo, 9 de janeiro de 2011

Moscou-Pequim: cooperação estreita como nos tempos de Stalin e Mao

Jatos chineses treinam sobre o Tibete, julho 2010
Um ano depois do colapso da URSS, o Kremlin transferiu à China o melhor de seu arsenal, incluindo o orgulho da Força Aérea Russa, o caça Sukhoi-27.

Nos 15 anos seguintes, a Rússia forneceu à China entre US$ 20 e US$ 30 bilhões anuais em caças, destróieres, submarinos, tanques e mísseis.

Agora a China já pode fabricar armas sofisticadas sem o apóio russo e projeta um porta-aviões.

Os russos sabiam, como todo mundo, que as armas seriam “clonadas”, segundo Vassily Kashin, especialista russo em questões militares chinesas, registrou “The Wall Street Journal”.

Por trás de aparências enganosas a aliança Moscou-Pequim segue tão estreita como nos tempos de Stalin e Mao.

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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Parlamento russo reconhece crime estalinista de Katyn


Fonte: “Diário de Noticia”,  Portugal, por Luís Naves

O Parlamento russo aprovou ontem uma declaração em que reconhece a responsabilidade de José Estaline no massacre de 22 mil polacos realizado em Katyn, na Rússia, em 1940.

O documento foi aprovado numa sessão tumultuosa da Duma, com resistência do Partido Comunista, na oposição, segundo o qual a declaração constitui “uma falsificação da história e a revisão das conclusões do Tribunal de Nuremberga”.

No texto afirma-se que “o crime de Katyn foi cometido sob ordem pessoal de Estaline e outros dirigentes soviéticos”. Sempre negado na URSS, o massacre foi reconhecido em 1990 pelo então líder soviético Mikhail Gorbachev.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Moscou tenta silenciar museus do horror socialista soviético

Historiadores Boris Trenin e Vasily Khanevich no
museu das 23000 vitimas do socialismo soviético em Tomsk
Em Tomsk, Sibéria, 3.000 kms a leste de Moscou, remexer a terra traz a tona lembranças sinistras: um pedaço de roupa, um fragmento de osso, uma caveira furada por uma bala, relatou o “The New York Times.

Túmulos oficialmente inexistentes falam de massacres de massa nos tempos stalinianos.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Na Rússia falta trigo e o povo teme retorno à URSS

Trigo sarraceno só no cartaz
O povo russo acha que os tempos soviéticos da escassez de trigo estão de volta. O Kremlin atribui a falta à seca, acusa à especulação ‒ velho pretexto do falido regime ‒, mas teme uma reação violenta do povo, escreveu Clifford Levy, chefe do escritório do “The New York Times” em Moscou.

Levy fala de cidadãos soviéticos girando pelos supermercados e trocando boatos como nos tempos do vetusto comunismo. O trigo sarraceno, alimento central para os russos, desapareceu das prateleiras.

domingo, 5 de setembro de 2010

Putin retoma a repressão anti-democrática soviética

Manifestantes pela democracia foram violentamente reprimidos em Moscou. No Dia da Bandeira, o movimento opositor Solidarnost (Solidariedade), que reúne partidos liberais, esquerdistas e nacionalistas, marchou pelo centro da capital russa até ser disperso pela violência policial.

Três líderes ativistas foram detidos, inclusive Mikhail Shneider e Boris Nemtsov, dois dos mais duros opositores do primeiro-ministro Vladimir Putin.

domingo, 8 de agosto de 2010

Descoberta fossa comum com os restos de 495 vítimas de Stalin

Quando será estabelecida uma Nurenberg para julgar os casos das vítimas do comunismo? – Eis uma nova e estarrecedora descoberta.

Giovanni Bensi, “Avvenire”, 17 julho de 2010

MOSCOU – Os ossos descobertos na periferia de Vladivostok, no Pacífico sul, pertencem a centenas de vítimas do terror staliniano, mortos pela NKVD, a polícia política “precursora” da KGB.

As autoridades locais o confirmaram com base nos resultados reunidos pelos especialistas de medicina legal.

domingo, 25 de julho de 2010

Espionagem russa continua como nos tempos da URSS

Espiões confessaram
Uma ar de guerra fria bateu nos EUA com a prisão de 10 espiões russos operacionais havia mais de 10 anos, escreveu o site Slate.fr.

Passeportes falsos, tinta invisível e malas com dinheiro vivo foram capturadas. A rede operava entre New York e Seattle procurando segredos atômicos, dados sobre a política do Congresso e em relação ao Ira.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A Rússia dá mais poder aos agentes do FSB que espionam a população

Protesto pela eliminação da escritora Anna Politovskaya, Moscou
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






Os cidadãos poderão ser convocados e advertidos sem prova. – Oposição: “Como no tempo da URSS”.

Giovanni Bensi, “Avvenire”, 17 de julho de 2010

MOSCOU – Com 350 votos a favor, em maioria proveniente do “partido do poder” Rússia Unida e no meio de muita polêmica, a Duma aprovou definitivamente uma lei ampliando os poderes do FSB – o Serviço federal de segurança herdeiro da KGB. A lei agora passa ao Conselho da Federação e depois para assinatura do presidente Dmitrij Medvedev.

De acordo com a nova norma, um oficial do FSB ou seu substituto pode convocar qualquer cidadão, mesmo com ausência de prova e só com base em suspeita, e comunicar-lhe uma advertência “sobre a inadmissibilidade de ações que criam condições para o cumprimento de ofensas criminais”.

A nova lei prevê também o agravamento de pena pelo descumprimento de “uma legítima demanda ou disposição de um agente do FSB” e pela “resistência à execução do agente dos seus deveres de ofício”. As sanções vão de prisão por 15 dias e 500-1000 rublos de multa a 10-50 mil rublos.

Os ativistas de direitos humanos expressaram o temor de que a nova lei seja dirigida contra os opositores e se torne pretexto para silenciar quem é de opinião diferente da do Kremlin. Na quinta-feira, o presidente Dmitrij Medvedev, durante uma conferência de imprensa com a chanceler alemã Ângela Merkel em Ekaterinburg, havia reconhecido que a lei havia sido preparada por sua direta disposição.

Oposicionistas desaparecem misteriosamente
Respondendo à pergunta de uma jornalista alemã, Medvedev refutou a crítica, afirmando tratar-se “de uma lei interna nossa e não de um ato internacional”.

Ainda na quinta-feira, antes de Medvedev fazer seu reconhecimento, um grupo de opositores lhe dirigiu uma carta aberta pedindo para não assinar a nova lei. Ontem, após a decisão da Duma, cerca de 80 expoentes da oposição endereçaram uma mensagem ao presidente do Conselho da Federação, Sergej Mironov.

Entre os firmantes estão Genri Reznik, presidente da Ordem dos Advogados de Moscou, e Oleg Orlov, chefe da organização “Memorial”. Eles observam que “a opinião pública na Rússia e no exterior já se deu conta de que a nova lei restitui ao FSB os poderes do serviço secreto do regime totalitário”.

Os firmantes dizem que os poderes do FSB na Rússia já superaram “todo o limite do razoável”. Em sentido contrário, o vice-diretor do FSB, Jurij Gorbunov, declarou que os novos poderes de sua organização lhe permitirão combater mais eficazmente o terrorismo.

(Fonte: blog “7 dias em Revista”)

domingo, 11 de julho de 2010

Dança infernal sobre a carótida energética da Europa

O presidente bielo-russo Alexandre Lukashenko cortou o gás para a Europa

O presidente bielo-russo Alexandre Lukashenko cortou o fluxo de gás russo para a Europa, após uma briga financeira mal contada com Moscou. O fato foi noticiado pela imprensa internacional. Por causa dessa briga, a gigante do gás russo Gazprom reduziu em 30% as entregas de gás à Bielo-Rússia.

domingo, 30 de maio de 2010

Rússia acelera a absorção da Ucrânia

Reinaugurada estatua de Lenine, Kiev
Eis uma muito sucinta e até simplificada relação do veloz processo de “reintegração” da Ucrânia à ex-URSS nos primeiros meses de governo do novo presidente ucraniano pró-russo Ianukovitch.

Veja o sinistro calendário dessa absorção:

terça-feira, 11 de maio de 2010

Cidade russa usa fotos de soldados nazistas para comemorar vitória soviética

Tropas nazistas e soviéticas confraternizam em Brest Litovsk, Polônia, 1939
A cidade russa de Perm imprimiu calendários para comemorar a vitória do Exército Vermelho na II Guerra Mundial.

As fotos utilizadas, entretanto, são de soldados nazistas do Terceiro Reich.


domingo, 21 de março de 2010

Putin quer moeda comum e retorno do império soviético

Putin em Krasnoiarsk
A URSS está sendo gradualmente reconstituída por Vladimir Putin, comentou “The Times” de Londres. Putin fez um famoso discurso em que qualificou a queda do império soviético de “a pior catástrofe geopolítica do século” e agora está tentando forjar um novo império.

Segundo “The Times” o projeto deu um grande passo com ao anúncio por parte de Igor Shuvalov, ministro de Putin no sentido que a Rússia quer criar uma moeda comum para países como Kazaquistão, Bielorússia e Ucrânia.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Ucrânia quer Nuremberg para julgar crimes do comunismo e Moscou reage

O Tribunal de Apelo de Kiev, Ucrânia, entendeu haver matéria para inculpar os líderes do regime soviético do crime de genocídio.

Ele deu início à instalação de um Tribunal que deve julgar os crimes do comunismo no país, informou a presidência ucraniana.

O novo tribunal vai se guiar pela Carta do Tribunal Militar Internacional de Nuremberg de 1946 que julgou os crimes do nazismo.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Ucrânia prepara Nuremberg internacional para julgar crimes do comunismo

Vítimas da grande fome, Ucrânia 1933
O Tribunal de Apelo de Kiev, Ucrânia, emitiu sentença favorável à abertura de um processo para julgar os líderes do regime totalitário soviético.


O Tribunal entendeu haver matéria para inculpá-los de genocídio durante os anos 1932-33 e deu início à instalação de um Tribunal Internacional que julgue os crimes do comunismo nessa extensa nação da Europa do Leste.

O novo tribunal vai se guiar pela Carta do Tribunal Militar Internacional de Nuremberg (IMT, sigla em inglês) de 1946 que julgou os crimes do nazismo após o fim da II Guerra Mundial.

domingo, 10 de janeiro de 2010

20 anos depois da queda do Muro de Berlim: perversos frutos da Nuremberg que não houve

Duas décadas após a queda do Muro de Berlim, imensa dívida não paga paira sobre o ex-império soviético, sobre o Ocidente e a Igreja.

Pesadas ameaças abalam o mundo, devido à recusa de realizar um processo contra o comunismo, análogo ao realizado em Nuremberg no fim da II Guerra Mundial.

domingo, 13 de dezembro de 2009

O Muro de Berlim e o último cartucho do comunismo russo (III)

(continuação do post anterior)

“Perestroika” de Gorbachev: última tentativa

O socialismo russo encontrava-se num processo de desagregação. Em desespero de causa, o secretário geral do PC da URSS, Mikhail Gorbachev, tentou relançar a manobra apoiado no seu “carisma”.

Ele promoveu, como último cartucho, a “perestroika” ou “reforma” do socialismo, convidando o capitalismo privado a fazer outro tanto e prometendo que, dando curso a essa convergência, ficaria afastado para sempre o pesadelo de uma guerra nuclear mundial.

No cerne da “perestroika” estava a autogestão. Se o Ocidente caísse na lábia do “carismático” Gorbachev, o líder do Kremlin podia esperar que o urso russo levasse a melhor; e o mundo, dentro de algum tempo poderia, entrar numa fase de comunismo universal que beirasse a utopia.

domingo, 6 de dezembro de 2009

O Muro de Berlim e o último cartucho do comunismo russo (II)

(continuação do post anterior)

O Muro de Berlim e o malogro da persuasão comunista

No fim da II Guerra Mundial, os acordos de Yalta entregaram à URSS metade de Europa. Porém os povos escravizados revoltaram-se: exemplos típicos dessa rebelião ocorreram em Berlim (1953), na Polônia e Hungria (1956). Mais de dois milhões de alemães fugiram pelas fronteiras ainda abertas.

domingo, 29 de novembro de 2009

O Muro de Berlim e o último cartucho do comunismo russo (I)

Quando em 13 de agosto de 1961 os “vopos” (guardas comunistas da Alemanha) começaram o levantar o Muro de Berlim, erigiram um monumento ao declínio do poder persuasório e de liderança do comunismo.

Lenine tinha previsto que a revolução bolchevique “não se manteria no poder nem se desenvolveria, se não fosse protegida, apoiada e seguida por outras revoluções em países mais desenvolvidos”.

domingo, 1 de novembro de 2009

O novo Kremlin não suporta que as ex-nações escravas fujam da tirania cultural soviética

As livrarias de Simferopol, Ucrânia, tem as estantes cheias de obras da literatura ocidental traduzidas para o ucraniano, em edições destinadas aos adolescentes, informou “The New York Times”. O fato em si é pouco relevante: é o que nós vemos habitualmente nas livrarias brasileiras traduzidas para o português.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Dutos russos fazem hoje o que os tanques soviéticos faziam ontem

“Ontem eram os tanques. Hoje, o petróleo”
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
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“Ontem eram os tanques. Hoje, o petróleo”, assim Zbigniew Siemiatkowski, ex-chefe do serviço de segurança polonês, definiu a atual política russa que manipula imensos fornecimentos de gás e petróleo para Europa objetivando conquistá-la, informou o “The New York Times”.

Agora, a gigante russa Gazprom está construindo um gasoduto no leito do Mar Báltico.

Na aparência o gasoduto beneficia Europa toda. Na realidade, é um golpe duro em primeiro lugar para os países da Europa Central e Oriental, escravizadas outroura na base de tanques soviéticos.

Eles temem que a Rússia de Putin, saudosista da URSS de Stalin, com o novo gasoduto inaugure uma nova ofensiva para restaurar o nefando bloco soviético.

A Rússia vem explorando a dependência da Europa Central e da União Européia do gás siberiano. Verdadeiras chantagens vem sendo encenadas ano após ano.

Tanques soviéticos na invasão de Praga
E agora se aproxima o inverno no Hemisfério Norte, estação por excelência para Putin aplicar suas extorsões imperialistas.

Porém, no sistema atual fechar a torneira do gás para um país como a Ucrânia que Putin quer engolir, significa cortar o gás para o resto da Europa. O gasoduto é o mesmo.

Resultado: todos os enforcados pela corda de aço do gasoduto uniam-se em coro contra Moscou.

Se a Rússia conseguisse enforcar um por um, a tarefa de reconstituição da ex-URSS poderia correr bem mais fácil.

O novo gasoduto no Mar Báltico, batizado de Nord Stream, é uma das armas sonhadas pela equipe da (ex-)KGB. Percorre mais de 1.200 quilômetros, da Rússia até a Alemanha, sem passar por antigos satélites soviéticos.

Estes, uma vez concluído, ficarão sozinhos diante das tentativas de enforcamento do coronel da KGB.

Zbigniew Brzezinski, ex-conselheiro de segurança nacional americano, chamou os gasodutos de “grande iniciativa russa para separar a Europa Central da Ocidental”.

As peças do gasoduto estão sendo construídas na Alemanha. Mas depois que a Europa Central seja submetida de novo ao despotismo russo, os novos “tanques” vão apontar seus tubos contra os fornecedores da “corda com que nós os enforcaremos”, segundo a estrategia leninista.


domingo, 4 de outubro de 2009

Rússia apela a Ocidente para renovar seus aviões civis

Ilyushin IL-62 acidentado no nordeste do Irã
A linha de bandeira russa Aeroflot, cujo símbolo ainda é o martelo e a foice, até o fim do ano terá trocado os aviões de fabricação nacional por uma frota quase totalmente de Boeings e Aribus, informou o “The New York Times”.


A Aeroflot está liquidando todos seus Tupolev e quase todos os Ilyushin, espécies de sarcófagos voadores [foto].

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Ativistas humanitários assassinados

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
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Dois ativistas humanitários foram assassinados com tiros no rosto e no peito, informou o diário carioca “O Globo”.

Tratou-se de Zarema Sadulayeva [foto], diretora do grupo humanitário ‘Salve a Geração’, que cuida de crianças tornadas deficientes físicas pela guerra da Chechênia, e de seu marido, Alik Dzhabrailov.

O crime aconteceu diante de testemunhas e repetiu o esquema vem sendo aplicado impunemente pela polícia russa.

Os dois foram sequestrados por agentes armados que se apresentaram como policiais no endereço do grupo humanitário, na região central de Grozny. Posteriormente, os corpos foram encontrados no porta-malas do carro do casal, num subúrbio da cidade.

Os policiais em roupas civis e camufladas invadiram o escritório e levaram pressas as vítimas. Depois voltaram para colher os celulares dos dois e o carro onde haveria de aparecer o casal morto.

O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, como de praxe, ordenou a imediata investigação do caso que não deve conduzir a nada relevante.

A Anistia Internacional deitou algumas lágrimas pelas execuções, que qualificou de exemplo do “clima de impunidade na Chechênia”. Também deplorou a inércia da polícia em investigar este tipo repetido de mortes de ativistas de direitos humanos. Anistia Internacional vê nessa inércia um “forte indicativo de que essas autoridades são no mínimo condescendentes com os crimes”.

Houve também queixas pro-forma de governos ocidentais. Mas não tiraram o sono do comandante Putin. A eliminação de dissidentes continua acontecendo sob a mesma impunidade dos tempos do regime soviético.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

No 70º aniversario da II Guerra Mundial, a Rússia defende Stalin

Ao se cumprirem 70 anos do fatídico início da II Guerra Mundial, o presidente russo, Dmitri Medvedev, reproduzindo a vontade do chefe supremo do país, defendeu Stálin e qualificou de “cínica mentira” a idéia de que o Kremlin favoreceu a agressão nazista. De fato, não só favoreceu, foi aliada ideológica e militar consciente e determinada.

A II Guerra Mundial foi o conflito bélico mais cruel da história e a Polônia foi a primeira e uma das principais vítimas. Ela quer que Moscou se desculpe pelo Pacto de Não Agressão, acordado entre a União Soviética e a Alemanha nazista por onde os dois invadiram e dividiram injustamente a Polônia.

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin admitiu que esse pacto foi “imoral”, mas para o amoralismo do regime, isso nada significa. Acresce que nessa guerra, os comunistas russos massacraram fria e seletivamente 22 mil poloneses prisioneiros, militares e profissionais, em 1940, em Katyn.

Moscou nomeou uma comissão para “reconstituir a verdade histórica”. Nela não há historiadores, mas só quadros do FSB, a polícia que herdou as funções e os métodos da sanguinária KGB comunista. O resultado é previsível: a URSS será inocentada.

Durante as solenidades em Gdansk, Putin admitiu que a URSS cometeu “erros”. Mas o presidente polonês, Lech Kaczynski, não levou a sério o tom conciliatório do chefe supremo russo e verberou o comunismo: “em 17 de setembro (de 1939), a Polônia recebeu uma facada nas costas... O golpe veio da Rússia bolchevique”, disse.

Em julho, resolução aprovada pela Assembléia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa igualou o stalinismo e o nazismo, informou o “The Independent” de Londres . O chefe da delegação da Rússia considerou o ato um insulto, não se sabe bem ainda em qual sentido.

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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Obama escolheu a rendição diante da Rússia, diz ex-assessor de Putin

Andrei Illarionov com Putin
Em fevereiro, Andrei Illarionov [foto], ex-assessor econômico do presidente Vladimir Putin, declarou ante o Comitê de Relações Exteriores do Congresso americano.

Illarionov hoje trabalha no Center for Global Liberty and Prosperity, no Cato Institute de Washington.

Segundo ele, quem governa a Rússia é a KGB, a temível polícia política soviética.

Em face dela, a diplomacia dos EUA é a pior possível: a de retirada.

Putin tenta reconstruir o poderio da ex-URSSA política do presidente Obama está condenada à catástrofe, explicou Illarionov, porque não quer reconhecer a verdadeira natureza ditatorial e imperialista do regime russo.

A KGB age como uma sociedade secreta que pune os indisciplinados com a morte, oprime os cidadãos com a violência, assassinou dezenas de milhares de pessoas, encarcerou dissidentes, suprimiu a mídia independente, exporta armas e prepara uma ciberguerra.

A propaganda anti-EUA atingiu agora um nível maior do que nos tempos da desaparecida URSS.

A política de recomeçar de zero ‒ “resetear o sistema” ‒ nas relações com a Rússia é uma ilusão do presidente Obama. Essa política foi comemorada pelos novos chequistas com “mal dissimulada alegria e satisfação”, explicou o ex-assessor de Putin.

Andrei Illarionov, World Economic Forum in Russia 2003A atual diplomacia multilateral americana é o que precisa o regime russo para atingir seus objetivos, acrescentou.

A KGB domina Moscou e acredita que a nova administração americana aquiesce com seus planos de restaurar a antiga hegemonia russa sobre o espaço ex-soviético.

Porém, os russos que se engajaram pela democracia e as liberdades hoje têm o sentimento de que “EUA os abandonam e os deixam inermes diante de inimigos mortais”.

Illarionov qualificou de colaboracionistas os membros do governo americano que promovem dita política.

Segundo ele, os EUA escolheram algo pior que o pacifismo, eles escolheram a via da rendição.

“Nós conhecemos as conseqüências da política colaboracionista. Os que se retiram e se rendem não terão paz, mas guerra ‒ uma guerra com resultados imprevisíveis e repugnantes.”

Frota russa volta a Cuba, cruzador 'Almirante Chabanenko' entra em HavanaPara Illarionov, a situação está perto de atingir o ponto de massa crítica. Os EUA não são mais um super-poder em matéria de pensamento.

Com Obama, os EUA não se opõem mais ao totalitarismo. Um tempo de graves perturbações se avizinha.

“Quando o mundo entrar nelas, vocês lembrem que alguém avisou”, concluiu.

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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ainda um oposicionista “silenciado” na Rússia

A jornalista Natalia Estemirova [foto] foi seqüestrada quando saía de sua casa e logo executada, em Grozni, capital da Chechênia.

O corpo apareceu numa estrada com tiros na cabeça e no peito, informou “O Globo”.

Sua “heresia” foi criticar a política do governo de Putin no Norte do Cáucaso.

A União Européia e organizações de direitos humanos ocidentais soltaram gemidos desprovidos de conseqüências, como aconteceu nos demais assassinatos de jornalistas, advogados e ativistas que denunciam a ditadura de estilo soviético de Putin e seus “camaradas” da (ex-)KGB.

Natalia foi morta no mesmo dia da divulgação de um relatório que ela ajudou a preparar e que sustenta haver provas para processar autoridades russas como o premiê Vladimir Putin, por horrendas violações, e execuções em massa na Chechênia.

O presidente russo Dimitri Medvedev, apaniguado de Putin, negou qualquer envolvimento nesse assassinato, como de praxe.

Estemirova pertencia à associação Memorial que recolhe dados sobre os crimes do comunismo, e vinha documentando os incêndios de casas, execuções sumárias, seqüestros, torturas e outros abusos, praticados na Chechênia a mando da camarilha soviética hoje instalada no Kremlin.

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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Países bálticos são campo de guerra ideológica com a Rússia neo-comunista


O diário “The Independent” de Londres alertou para a transformação dos países bálticos num campo de batalha ideológica.

A Letônia erigiu o Museu da Ocupação para perpetuar a lembrança dos crimes da ocupação soviética.

Mas Moscou acha que esses crimes foram atos heróicos do Exército Vermelho. Em conseqüência, o presidente russo Medvedev criou uma Comissão para Reagir à Falsificação da História em Detrimento dos Interesses Russos.

E propôs uma lei para ilegalizar a “reabilitação do nazismo” no território de ex-repúblicas soviéticas que hoje são soberanas, acenando com represálias. Por isso, quando a Estônia removeu monumento aos invasores soviéticos no centro de Tallinn o Kremlin reagiu com ferozes ameaças.

Putin quer restaurar o poderio do antigo império comunista e sente-se muito a vontade com a inércia dos EUA. Porém, fica furioso com o corajoso e patriótico espírito de resistência dos pequenos países bálticos.

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quinta-feira, 5 de março de 2009

Mais um agente da KGB chefiará a igreja cismática russa

Eleição de novo patriarca sob o olhar da polícia.
Catedral cismática de Cristo Salvador, Moscou
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
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A igreja conhecida como Ortodoxa Russa (IO), velho e ressequido cisma do Oriente, tem novo chefe, ou 'patriarca de Moscou'.

Do mesmo modo que o falecido patriarca Alexis II, o recém-eleito foi agente da antiga ‒ e hoje talvez mais poderosa que nunca ‒ KGB, a polícia encarregada da repressão política e ideológica sob a ditadura dos sovietes.

Seu verdadeiro nome é Vladimir Gundiaiev. Seu nome oficial é Kirill, mas para a KGB é o agente “Mikhailov“, informou o jornal “Il Giornale“ de Milão. Até agora, fazia de metropolita de Smolensk e Kaliningrado, além de “ministro do exterior” da IO.

Mais de 700 bispos, sacerdotes, monges e representantes, reuniram-se num remedo de Conclave para elegê-lo em Moscou.

Kirill. agente da KGB, eleito patriarca cismático de Moscou
Kirill, agente da KGB, eleito patriarca cismático de Moscou
Mas, possantes indícios sugerem que a verdadeira eleição ocorreu na mesa de trabalho do ex-coronel da KGB e omniarca da Rússia, Vladimir Putin. Ai de quem votou errado!

Aliás, todos os outros candidatos à chefia da IO russa também foram úteis agentes da KGB.

Konstantin Kharcev, chefe do Conselho para os assuntos religiosos na URSS desde 1984 a 1989, narrou que a IO era rigorosamente controlada pelo Comitê Central da URSS e pela própria KGB.

A. Shushpanov, outro agente da sanguinária polícia política comunista, mostrou como o Departamento para os Assuntos Eclesiásticos no Exterior estava completamente nas mãos da KGB.

Foi nesse departamento que o novo patriarca fez carreira.

Kirill, promete ser um paladino do “diálogo” com o Vaticano, que, segundo “Il Giornale”, “declarou conhecer e estimar o novo patriarca”.

Quando fazia contatos “ecumênicos” ou de “diálogo” com religiosos de outros países, só agia com aprovação da KGB.

No fim dos encontros com eclesiásticos de outras religiões, ele – igual que seus colegas da IO ‒ fornecia cópia dos documentos usados nos contatos, que iam engrossar os arquivos do esquema repressivo marxista.

Putin com o patriarca anterior Alexis II, ou informante “Drozdov”
Putin com o patriarca anterior Alexis II, ou informante “Drozdov”

Felix Corley, de Forum 18 ‒ organização sediada em Oslo, Noruega, e que acompanha o estado da liberdade religiosa na Rússia ‒, declarou ao diário “Times” de Londres que na IO russa “ninguém poderia ser nomeado nos postos mais altos se não for homem da KGB”.

O novo patriarca Kirill, ou “Mikhailov”, estará de aqui a pouco lançando propostas de “diálogo”, convergência e “ecumenismo” para o Ocidente.

O seu predecessor ‒ Alexis II, informador da KGB desde 1958 sob o pseudónimo de “Drozdov” ‒ até bancou de defensor da vida.

Não é de espantar que não falte desinformado, ou cúmplice, que fingirá ver nele aspetos interessantes.