segunda-feira, 27 de julho de 2020

“Brutais” mercenários russos agem no exterior

Na África Central até os treinos de recrutas são em russo
Na África Central até os treinos de recrutas são em russo
Luis Dufaur
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Vídeos que circulam principalmente na Rússia e diferentes relatórios de equipes de investigação mostram a brutalidade dos métodos usados pelo Grupo Wagner, segundo descreveu reportagem da BBC Mundo divulgada por “La Nación”.

Essa milícia privada foi criada para agir sobretudo no exterior sem ostentar distintivos do exército russo e dela já temos tratado em alguns posts deste blog.

Ou também:


Jornalistas e analistas descrevem essa tropa de mercenários como uma força militar “não oficial” em favor de um patriotismo russo exacerbado contra a assombração de uma conspiração capitalista contra a Rússia e o mundo.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Rússia evacua cidade para teste secreto e nuvem radioativa se espalha

Estranhos fatos na região Àrtica russa. Imagem via Russian Television
Estranhos fatos na região Ártica russa. Imagem via Russian Television
Luis Dufaur
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Mais uma vez, a pitoresca cidadinha de Nyonoksa, numa área pouco povoada do Ártico, foi declarada “zona de perigo” porque a marinha russa ia tentar um experimento militar secreto, noticiou ClickPB com informações de Igor Gielow da Folhapress.

Os cerca de 500 moradores da vila costeira de Nyonoksa no Mar Branco receberam a comunicação de que cinco ônibus estavam prontos para evacuá-los como precaução devido às atividades planejadas nas instalações de armas militares próximas.

Os moradores foram transferidos ao centro regional de Severodvinsk, a 40 km.

Os marinheiros e outros trabalhadores marítimos no Mar Branco, receberam proibição das autoridades portuárias de Arkhangelsk de entrar em uma área começando na costa de Nyonoksa e na cidade vizinha de Severodvinsk e estendendo-se para nordeste.

A natureza do teste é misteriosa, como acostuma ser na Rússia. Em agosto de 2019 uma grande explosão nuclear alertou Nyonoksa. Teria sido o fracasso do teste do novo míssil russo chamado Burevestnik (em russo: petrel, ave marinha) em que morreram cinco técnicos e a radiação foi registrada nos países vizinhos.

domingo, 12 de julho de 2020

Putin confessa: “sou comunista”

Putin confessa: 'sou comunista'.
Putin confessa: 'sou comunista'.
Luis Dufaur
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“Eu gostava muito e continuo gostando das ideias socialistas e comunistas”, proclamou no dia 25 de janeiro de 2016 presidente Vladimir Putin o  durante o 1º Foro inter-regional da Frente do Povo de Todas as Rússias, em Stavropol, no sudoeste da Federação Russa, segundo informou na ocasião a agência de Moscou Interfax.

E para afastar qualquer dúvida, acrescentou:

“Vocês sabem que, como mais de 20 milhões de cidadãos soviéticos, eu fui membro do Partido Comunista da URSS. E não somente fui um membro do partido, mas trabalhei por quase 20 anos para uma organização conhecida como Comitê para a Segurança do Estado”, o nome por extenso da KGB.

“Como vocês sabem, não fui um membro por necessidade”, acrescentou. “Eu gostava muito das ideias comunistas e socialistas como ainda continuo gostando”, sublinhou.

E completou afirmando que ele nunca jogou fora sua carteira de membro do Partido Comunista da URSS. “O Partido Comunista da União Soviética colapsou, mas minha carteirinha está bem guardada em certo local”.

Desde então ele vem confirmando essa posição como puderam ver os leitores, seguidores e assinantes de “Flagelo Russo”. Temos descrito em dezenas de posts essa posição ideológica de Putin, dissimulada por vezes sob um palavreado enganador ou em manobras calculadas para despistar.

Porém, é oportuno relembrar aquela explicitação para abrir os olhos de muitos espíritos pouco perspicazes ou iludidos pela guerra da informação do Kremlin.

É claro que não temos ilusão quanto aos camuflados, mas genuínos simpatizantes do comunismo putinista, “companheiros de viagem” das manobras do líder russo.

Estes não perderão ocasião para voltar a insistir nas virtudes e utilidades do líder comunista confesso.

Pensamos especialmente nos eclesiásticos que fingem ver nele a promessa de uma restauração dos valores cristãos.

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Festa para o monarquia de Vladimir II

Putin deblaterava contra a gerontocracia soviética, mas agor é sua vez de durar ao máximo
Putin deblaterava contra a gerontocracia soviética,
mas agora é sua vez de durar ao máximo
Luis Dufaur
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Ao comandar o mais aparatoso desfile do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial em 20 anos de autocracia, o presidente russo, Vladimir Putin, consolidou a tentativa de reescrever a história para se promover no presente, noticiou GauchaZH, com matéria de Igor Gielow da Folhapress.

Há 75 anos, Stalin oprimia com dentes de ferro a União Soviética enviando à morte 27 milhões de homens para consolidar o domínio comunista acertado na conferência de Yalta.

E o fazia após provocar a II Guerra Mundial aliado a Hitler.

domingo, 28 de junho de 2020

Putin proíbe falar dos massivos crimes stalinistas

Yury Dmitrieyev achou túmulo de mortos em massa em Sandarmokh, na Carélia
de pessoas mortas pela polícia de Stalin. Foi logo aprisionado com falsas acusações.
Luis Dufaur
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Durante mais de 20 anos Yury Dmitrieyev procurou cotidianamente durante horas rastros de cadáveres enterrados entre árvores, numa floresta infestada de mosquitos em Sandarmokh, na Carélia, península do norte da Rússia.

Um dia, Dmitrieyev, que é um historiador amador pertinaz, acabou encontrando o terrível objeto que caçava: montículos sob os quais se acumulavam os restos mortais de prisioneiros políticos executados pela polícia de Stalin.

Mas isso aconteceu já no governo de Putin, e o historiador foi punido com prisão.

Katerina Klodt, 35 anos, filha de de Dmitrieyev, conduziu o jornalista Andrew Higgins, do “The New York Times”, a um canto da floresta de Sandarmokh.

“Tudo começou aqui. O trabalho do meu pai deixou claramente algumas pessoas muito mal à vontade” — disse ela.

Dmitrieyev está agora no cárcere, indiciado com acusações de pedofilia descaradamente fabricadas, usadas com frequência para desacreditar e silenciar vozes das quais as autoridades não gostam.

domingo, 21 de junho de 2020

No Ocidente paira o espectro de Lenine

Espírito de Lenine continuou sendo transmitido no Ocidente e hoje atiça inversão de valores.
Espírito de Lenine continuou sendo transmitido no Ocidente
e atiça toda espécie de inversão de valores.
Luis Dufaur
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No último dia 22 de abril Vladimir Putin deveria ter sido consagrado como líder mono-árquico de um “czarismo” moderno ainda mais despótico, agravado por uma ditadura vitalícia como não foi sequer a de seu sanguinário xará.

O COVID-19 o obrigou a adiar a entronização ilegítima, que deveria ser legitimada por um referendo falseado.

A data foi cuidadosamente escolhida, porque foi num 22 de abril, há 150 anos, que nasceu Vladimir Ilyich Lenin, o fundador da União Soviética e responsável por uma enormidade de crimes contra o sofrido povo russo e o mundo.

Lenin foi o organizador e criador da tática mais mortífera que a Terra gerou, da estratégia inspiradora das atrocidades modernas oriundas do comunismo soviético.

A influência de Lenin se projeta ainda hoje, segundo a jornalista Karina Mariani, do “La Prensa” de Buenos Aires.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Enquanto a pandemia assola o mundo,
a Rússia prepara armas aterrorizantes

Fotomontagem do que poderia vir
Fotomontagem do que poderia vir
Luis Dufaur
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Os EUA anunciaram um primeiro submarino lançador de mísseis balísticos Trident com uma nova ogiva de potência reduzida de 5 quilotons, ou um terço da força da bomba que arrasou Hiroshima em 1945.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia revidou com a ameaça de um ataque nuclear maciço caso algum submarino americano fizesse um teste do míssil, independentemente de ele carregar ou não ogivas atômicas. Cfr. GauchaZH.

Essas armas táticas visam anular alvos militares delimitados. Os russos já tinham tal arma, embora não admitissem.

Putin acusa sistematicamente a Trump de aumentar o risco de uma guerra nuclear, mas o russo está na vanguarda das novas armas estratégicas, como mísseis hipersônicos e novos ICBMs (mísseis intercontinentais pesados).

Os dois países têm 92% das ogivas nucleares do mundo, mais do que suficiente para inviabilizar a civilização.

Moscou tem, segundo a Federação dos Cientistas Americanos, 1.600 dessas armas prontas para uso. Washington, 1.750.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Referendo combinado fará de Putin um omniarca

Capa do The Economist de 2016 procurava discernir o enigma do putinismo ascendente.
Capa do The Economist de 2016 procurava discernir
o enigma do putinismo ascendente.
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A revista britânica The Economist, a mais prestigiada no âmbito econômico, destacou o gosto de Vladimir Putin em confundir os outros.

Como ex-agente da KGB, diz a revista, ele se sente à vontade agindo na penumbra, sobretudo quando burla a lei. É o que viria fazendo desde o anúncio das mudanças constitucionais para mantê-lo no poder até 2036.

Pela atual Constituição deveria deixar a presidência em 2024, mas ele não tem a menor intenção de fazê-lo, diz o Economist.

Em 6 de março último prometeu que não repetiria a gerontocracia – governo oligárquico dos mais velhos – soviética, mas quatro dias depois, avisou exatamente o contrário à submissa Duma (Legislativo) que aprovou a reforma que o manterá no poder absoluto até atingir 83 anos de idade.

terça-feira, 26 de maio de 2020

Cardeal Burke: Consagração da Rússia a Nossa Senhora é 'mais necessária agora do que nunca'

“A consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria é mais necessária hoje do que nunca”
“A consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria
é mais necessária hoje do que nunca”
Luis Dufaur
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A consagração da Rússia a Nossa Senhora pedida em Fátima agora é “mais necessária do que nunca” defendeu em 20 de maio de 2020 o cardeal Raymond Burke.

O Cardeal fez o urgente apelo no Fórum Virtual da Vida em Roma, organizado pela Voz da Família.

Ele sublinhou que a atual crise mundial de coronavírus mostra a necessidade mais premente -- “mais necessário agora do que nunca”-- de extinguir o foco dos males que flagelam da humanidade.

A pandemia patenteou que os "erros da Rússia" estão instalados no mundo comunista -- países e movimentos -- e dali se irradiam para todo o planeta.

Texto completo em: Cardinal Burke calls for Consecration of Russia to Immaculate Heart of Mary

O Cardeal conectou os erros da Rússia comunista à crise atual, destacando o papel proeminente que o regime comunista ateu da China desempenhou na pandemia global.

domingo, 17 de maio de 2020

Desinformação de Putin visa abalar confiança na medicina ocidental

Na KGB, Putin se familiarizou com campanhas de desinformação desestabilizadoras
Na KGB, Putin se familiarizou com campanhas de desinformação desestabilizadoras
Luis Dufaur
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Em 3 de fevereiro, logo após a Organização Mundial da Saúde OMS ter declarado o coronavírus uma emergência de saúde global, começou uma chuva de notícias falsas desde Moscou acusando o exército dos EUA ter criado e espalhado uma arma biológica para incapacitar e matar, registrou “The New York Times”.

A mentira dizia existirem provas “irrefutáveis” pouco se importando que os principais cientistas na matéria tivessem desmascarado a alegação.

Uma vasta investigação desse insuspeito jornal engajado nas causas de esquerda, quis tirar a limpo as acusações de fake news espalhadas pelo governo Putin.

E descobriu com base em farta documentação que o Kremlin espalha informações erradas sobre saúde há pelo menos uma década.

A “máquina de trolls” veio espalhando que as epidemias virais são semeadas por cientistas americanos e que suas vacinas são enganosas e visam objetivos sinistros. Não assim as que Putin promove em casa.

“Trata-se de sabotar a confiança nas instituições do governo” americano, disse Peter Pomerantsev, autor de um livro de 2014 sobre a desinformação do Kremlin.

domingo, 10 de maio de 2020

O Rasputin de Putin

'Slava' está na execução dos segredos sujos de Putin
'Slava' está na execução dos segredos sujos de Putin
Luis Dufaur
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“Machiavel russo”, “marionetista do Kremlin”, ou, mais sugestivamente, “Rasputin de Putin”, são os apelidos com os quais é conhecido Vladislav Surkov, ou ‘Slava’, o conselheiro mais influente da camarilha fechada do Kremlin, escreveu a revista francesa L’Express.

Seus próximos dizem que é um ideólogo “brilhante, cínico e manipulador”, indispensável ao sistema, comenta Macha Lipman, analista do Centro Carnegie.

“Se Putin está tão solidamente ancorado no poder por onze anos, deve-se em grande parte à inteligência e à ausência de escrúpulos de ‘Slava’”.

A Duma — o Parlamento — não é senão uma câmara de aprovação das decisões do Kremlin, onde só a decisão presidencial vale. E Slava cuida para que tudo seja executado segundo as instruções vindas de cima.

Surkov/‘Slava’ é o doutrinador da “democracia dirigida”, eufemismo para designar o regime autocrático atual, enquanto se fala do retorno a um “czarismo” não tradicional na pessoa do todo-poderoso Putin.

“Nossa democracia tem algo de teatral”, admite Boris Nadejdine, um dos líderes do partido liberal “à europeia” Justa Causa, que não está representado na Duma.

“O pluralismo é fictício e as sete agrupações políticas representadas são teleguiadas em graus diversos a partir do Kremlin. Seus líderes devem prestar regularmente contas a Surkov/‘Slava’.”

“Surkov define a intensidade de oposição que o Partido Comunista oferecer ao poder do Kremlin em combinação com Guenadi Ziuganov, o dirigente ostensivo do PC, explica Alexeï Kondaurov, antigo general do KGB. Em função disso Ziuganov modera suas críticas e não organiza manifestações de rua. Em troca, o financiamento do partido está assegurado”.

'Slava' teria ordenado a ação assassina dos snipers durante a tentativa de repressão de Maidan na Ucrânia.
'Slava' teria ordenado a ação assassina dos snipers
durante a tentativa de repressão de Maidan na Ucrânia.
A mesma troca de bons serviços acontece com o líder nacionalista Vladimir Jirinovski, cujo ativismo é inversamente proporcional ao aumento de seu patrimônio.

Aqueles que se não obedecem são marginalizados ou morrem de modo suspeito, como Boris Nemtsov, ex-vice-primeiro ministro de Iéltsin.

O Tribunal Eleitoral se recusa a registrar partidos “trapalhões” que ficam sem existência legal e incapacitados de participar nas eleições.

Para L’Express, trata-se do mais puro Kafka, mas é a Rússia de Putin.

O Kremlin controla todas as TVs, nas quais não entram nem figuras opositoras como Gary Kasparov, ex-campeão mundial de xadrez. Mikhail Kassianov [primeiro ministro de 2000 a 2004], o novelista Eduardo Limonov e eu mesmo somos afastados dos microfones”, relatou Nemtsov antes de ser morto de modo suspeito numa ponte perto do Kremlin.

Desde 2005 os governadores das regiões são nomeados pelo poder central, e não mais eleitos.

‘Slava’ pode criar movimentos políticos do nada e depois destruí-los, como foi o caso do Partido dos Aposentados, criado em 2003 para atender as queixas dos idosos e logo depois afundado.

O oligarca Mikhail Prokhorov assumiu a direção do partido Justa Causa, mas não prestava contas a Surkov e criticava os amigos de Putin.

'Slava' é o mago de todos os conchavos políticos na Duma a serviço de seu patrão, rotando nos cargos na fidelidade ao omniarca
'Slava' é o mago de todos os conchavos políticos na Duma a serviço de seu patrão,
rotando nos cargos na fidelidade ao omniarca
Em cinco meses ele foi deposto e apareceu furioso na TV dizendo que “há neste país uma manipulação de marionetes que privatiza o sistema político e engana nossos dirigentes. Seu nome é Vladislav Yurevitch Surkov!”.

Slava’ requinta seus jogos verbais. Ele declarou à TV chechena: “Estou sinceramente convencido de que Putin foi enviado por Deus à Rússia para ajudá-la num momento difícil, para nosso maior bem”.

Certa vez — conforme relatou Anatoli Iermolin, ex-deputado pró-Putin —, contra toda lógica, ‘Slava’ ordenou a um grupo parlamentar que aprovasse a construção de um oleoduto ao longo do lago Baikal. Os parlamentares lhe imploraram quase de joelhos que renunciasse a essa loucura que suscitaria revoltas na região de Irkutsk.

Após semanas de controvérsia, Putin anunciou que o oleoduto passaria pelo local mais simpático. Então todos compreenderam que havia sido uma mera jogada de ‘Slava’ para promover a popularidade de Putin.

O “Rasputin de Putin” criou com jovens simpatizantes de Putin o movimento ultranacionalista “Os Nossos”, o qual é formado por dezenas de milhares de simpatizantes e um núcleo duro de “barras pesadas” regados com muito dinheiro.

A finalidade é intimidar a oposição, tomar conta das ruas e impedir pela força qualquer protesto popular, notadamente por ocasião de eleições.

É a tropa de choque nova monarquia, na qual Putin está coroando a si próprio.


domingo, 3 de maio de 2020

Moscou favorece o álcool
para entorpecer a população e manté-la 'contente'

Venda de vodca num supermercado de Moscou.  Governo abaixou os preços para favorecer o consumo.
Venda de vodca num supermercado de Moscou.
Governo abaixou os preços para favorecer o consumo.
Luis Dufaur
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A degradação da economia russa levou Moscou a adotar uma medida aparentemente irracional, mas já praticada em larga medida no tempo da União Soviética.

O regime de Putin ordenou baratear 16% o preço da vodca "oficial", já muito baixo, para acalmar a população. O “Moscow Times” informou que em 2015 o preço de meio litro caiu para sete reais.

Este é um dos recursos de que lançou mão o governo na sua tentativa de anestesiar o mal-estar popular e estimular a bebedeira, um dos vícios mais arraigados e perniciosos na Rússia.

Segundo estudo citado pelo jornalista Adam Taylor do “The Washington Post”, o russo consumia em média 14 litros de vodca em 2012, sete vezes mais álcool do que a média dos americanos.

Após a queda da URSS, a Rússia vinha tentando limitar esse flagelo nacional impondo preços elevados. Os estudos oficiais apontavam que o consumo de vodca contribuía para “uma taxa extraordinariamente alta de mortalidade”.

domingo, 26 de abril de 2020

"A Soviet Story": o filme abafado no Ocidente sobre os crimes do comunismo


CLIQUE NA FOTO PARA VER













“Documentário sobre os crimes do socialismo soviético no mundo (legendado português)


domingo, 19 de abril de 2020

Culto a múmia de Lenine prejudica ficção da “morte do comunismo”

Luis Dufaur
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O cadáver embalsamado do ditador Vladimir Lenine que continua exposto na Praça Vermelha poderia ter acabado num cemitério comum, segundo anunciou em 2011 o “The Moscow Times” refletindo o sentimento de incontáveis russos que queriam virar uma página de sua história que ainda jorra sangue.

A supervivência do culto comunista soviético à múmia do sanguinário ditador atrapalhava a ficção de que o comunismo morreu.

A jogada da morte do comunismo ficou soando em falso desde que o fundador do comunismo soviétco continuou sendo tratado como ídolo na praça central da mais simbólica cidade do país.

Vladimir Medinsky, deputado pelo partido Rússia Unida do então todo-poderoso primeiro ministro e (ex-)agente da KGB Vladimir Putin, propôs que Vladimir Lenine fosse transferido para um túmulo comum.

Porém o dono do Kremlin Vladimir Putin quis que o ídolo da revolução bolchevista ficasse no mausoléu-relicário de Moscou. Ainda quando as vantagens políticas recomendariam tirá-lo do culto.

O pragmático revolucionário Lenine aconselharia a mesma saída. Mas, o Vladimir Putin mostrou um fanático culto à Revolução igualitária universal ainda maior!

O Mausoléu de Lenine está na Praça Vermelha, em Moscou, expondo o corpo do fundador da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, após cuidadosa restauração relativamente recente.

A construção consiste em um salão coberto por cinco blocos em formato piramidal nas cores vermelha e preta, representando o sangue e o luto.

Assim como o Túmulo do Soldado Desconhecido, o local é constantemente vigiado pelo batalhão presidencial, hoje devotado a Putin.


domingo, 12 de abril de 2020

Praga dedica praça a opositor putinista morto e Moscou se irrita

Praga renomeia praça diante da embaixada russa em lembrança de Boris Nemtsov, oposicionista oposto a Putin assassinado em Moscou quando ia denunciar que soldados russos morreram invadindo a Ucrânia
Praga renomeia praça diante da embaixada russa
em lembrança de Boris Nemtsov, oposicionista oposto a Putin
assassinado em Moscou quando ia denunciar
que soldados russos morreram invadindo a Ucrânia
Luis Dufaur
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A praça onde está localizada a embaixada da Rússia em Praga passou a chamar-se Boris Nemtsov, nome de um dos principais oponentes de Vladimir Putin assassinado em fevereiro de 2015 nas proximidades do Kremlin.

A decisão, assumida pela Câmara municipal da capital checa, caiu mal na chefia da Rússia, suspeita do crime, por ter acontecido alguns dias antes do quinto aniversário do assassinato dessa figura política liberal, noticiou “Le Figaro” de Paris.

Cfr.: Oposicionista assassinado preparava relatório sobre soldados mortos na Ucrânia 

Sumiço e reaparição de Putin alimenta obscuros presságios

O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, não respondeu ao anúncio, mas fontes próximas ao poder russo questionaram os “verdadeiros motivos” da Câmara municipal de Praga.

“Por que você escolheu Boris Nemtsov?” questiona uma veterana fonte pró-russa, alegando que há muitas outras figuras que poderiam ter sido prferidas.

O questionamento se volta, porém, contra a Rússia “porque se incomodou com o nome de Boris Nemtsov”, tendo muitos outros dissidentes também mortos em circunstâncias escuras.

domingo, 5 de abril de 2020

Bispo romeno lembrou mártires do comunismo, mas Sínodo não se incomodou

Dom Virgil Bercea, bispo de Oradea, Romenia
Dom Virgil Bercea, bispo de Oradea, Romenia
Luis Dufaur
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Durante o Sínodo geral realizado em Roma sobre o Oriente Médio, Dom Virgil Bercea, bispo de Oradea Mare, na Romênia, lembrou o sangue vertido pelos mártires sob o regime comunista soviético pelo fato de se professar a fé em Jesus Cristo, noticiou em seu momento a Rádio Vaticana.

A reação episcopal e vaticana foi de todo oposta à manifestada pelos bispos no Sínodo Pan-amazônico onde se mencionou com insistência asubversivos mortos em episódios escuros sem fazer a devida distinção dos fatos criminosos.

“De 1948 em diante os cárceres da Romênia estavam cheios”, disse o prelado à própria Radio Vaticana.

“Os comunistas quiseram destruir a Igreja e os intelectuais para controlar tudo. Essas pessoas deram a vida por Cristo.

“Os comunistas procuraram pretextos para acusá-los, mas não acharam. A grande culpa deles era de serem católicos. Há ainda pessoas vivas que conheceram isso”, explicou.

Ele acrescentou que esses mártires “por toda parte eram modelares, até conseguiram moderar o comportamento dos guardas que antes os aterrorizavam. (…)

domingo, 22 de março de 2020

Putin, o “espírito de Munique”
e a tragédia prevista em Fátima

 Milicianos da 'República Popular de Donetsk' beijam ícone de Putin. Um cristianismo adulterado posto a serviço de uma ambição anticristã.
 Milicianos da 'República Popular de Donetsk' beijam ícone de Putin.
Um cristianismo adulterado posto a serviço de uma ambição anticristã.
Luis Dufaur
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Vladimir Putin “brinca com fogo” no leste da Europa, registrou para a História o filósofo francês Bernard-Henri Lévy para o “The New York Times”.

Lévy criou a imagem de pensador radical da esquerda chique, não podendo ser tido como um conservador ou direitista.

Na teoria, Lévy não está tão longe do pensamento que justifica Putin, porém na prática está espantado com os crimes que estão sendo cometidos até com ar de "cristianismo" pelo chefe do Kremlin.

E pela covardia do Ocidente face à arrogância do chefe que aspira a ser "czar" da "nova Rússia" com uma reforma da Constituição.
Para Lévy, Putin “mobilizou os piores elementos existentes na região: criminosos, ladrões, estupradores, ex-presidiários e vândalos e os transformou numa força paramilitar”.

Os comandantes que executam as instruções de Putin devem matar ou afugentar intelectuais, jornalistas e autoridades morais nas regiões ocupadas pelas "milícias" e "voluntários", acrescenta o filósofo.

Lévy, entretanto omite a perseguição anticatólica e contra todo religioso não submisso ao Patriarcado de Moscou

Para Lévy, as milícias separatistas pró-russas constituem um exército de agitadores que toma conta e destrói prédios públicos, hospitais, escolas e prefeituras do país que pretende liberar.

Segundo o autor, Putin permitiu a consolidação de “uma verdadeira guerra de gangues”.

Em certa medida ele não as controla plenamente, pois umas se voltaram contra as outras numa anarquia que faz pensar nos piores momentos do caos feudal.

Mercenários em estado de ebriedade se gabam de matar ucranianos
Mercenários em estado de ebriedade se gabam de matar ucranianos
“É um mundo do crime soturno, sem estrutura ou disciplina, de baderneiros indômitos que só conhecem a lei da selva e constituem um novo estilo de tropa sem uma mínima ideia da guerra, cujas leis, Deus é testemunha, desconhecem em absoluto.

“A essa coleção heterogênea o presidente Putin entregou um arsenal aterrador com o qual esses soldados amadores não estavam familiarizados e com o qual vêm brincando como crianças com fogos de artifício.

“A Rússia distribuiu grandes quantidades de armamento pesado aos separatistas e os treinou para utilizar o sistema de mísseis SA-11, do gênero que se acredita ter sido empregado para derrubar o voo MH 17 da Malaysia Airlines”.

Lévy tenta imaginar a gangue vitoriosa comemorando seu triunfo com um fundo de restos fumegantes e cadáveres de crianças e turistas.

E a consternação dos oficiais russos destinados pelo Kremlin para supervisionar esses mísseis,  quando o autoproclamado ministro da Defesa da República de Donetsk se atribuiu a responsabilidade de abater um avião militar ucraniano que acabou sendo o voo comercial civil MH-17 da Malaysia Airlines.

Fivela de mercenário pró-Putin
Fivela de mercenário pró-Putin
O filósofo verbera com paixão a atitude dos pró-russos que deixaram os corpos das vítimas abandonados nos campos ou amontoados em vagões mal refrigerados, que exportaram para a Rússia partes possivelmente comprometedoras, e pilharam os objetos de valor dos corpos das vítimas.

Quando escreveu isso, Lévy não pensava na América Latina e no quanto certas gangues e/ou organizações criminosas de narcotraficantes ou de ideologias socialo-progressistas estão predispostas a tentar em nossos países análogas ‘proezas’ anárquicas seguindo o modelo de Putin

Para o filósofo, em todo caso estamos diante de crimes contra a humanidade, resultantes de uma estratégia de guerra nova promovida pelo chefe máximo do Kremlin.

Em face dessa ofensiva que faz do crime organizado uma tropa de choque regular, o autor francês acena para a obrigação moral de tirar as consequências.

Lévy aponta sinais desalentadores de claudicação na União Europeia diante do comandante da imoral ofensiva russa.

Para ele, a atitude de apaziguamento, de condescendência e até bajulação de certos representantes europeus em face de Putin, se chama “espírito de Munique”.

Charmberlain, Daladier, Hitler, Mussonlini e Ciano  após a assinatura do Acordo de Munique.  Falso espírito de paz preludiou a pior das guerras.  Obama e a UE parecem optar por análoga entrega.
Charmberlain, Daladier, Hitler, Mussonlini e Ciano
após a assinatura do Acordo de Munique.
Falso espírito de paz preludiou a pior das guerras.
Obama e a UE parecem optar por análoga entrega diante de Putin.
O mesmo espírito que, em 1938, preludiou a imensa tragédia da II Guerra Mundial.

Para ele, esse espírito é um estigma.

Estigma, acrescentamos, que atrai horizontes sombrios como os de 1938 sobre os países liderados por populistas enamorados de Putin.

Esse horizonte apavorante pode ser concluído com base na história humana. Mas, se considerarmos a dimensão moral dos movimentos presentes diante de Deus, o que dizer?

Os terríveis horizontes para os quais Nossa Senhora acenou em Fátima e o papel que neles teria a Rússia revolucionária, fazem com que a ‘manobra Putin’ ganhe toda a sua dimensão.


domingo, 15 de março de 2020

Cresce o risco de III Guerra Mundial

Embaixador Sérgio Duarte mais perto da guerra mundial do que nunca
Embaixador Sérgio Duarte: mais perto da guerra nuclear do que nunca
Luis Dufaur
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O conflito atômico mundial que parecia afastado há 50 anos, quando entrou em vigor o TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear), hoje está mais perto do que se poderia imaginar.

Assim declarou em entrevista por email à “Folha de S.Paulo”, o embaixador Sérgio Duarte, 85, que foi o presidente da sétima revisão quinquenal do TNP, em 2005, e de 2007 até sua aposentadoria, em 2012, foi o alto representante das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento.

“Não há dúvida de que nos tempos de hoje o mundo é mais perigoso do que em qualquer época desde o início da era nuclear”, disse Duarte que preside em Belo Horizonte a ONG internacional Conferências Pugwash, receptora do Nobel da Paz de 1995 por seus esforços em prol do desarmamento nuclear.

Em 2019, os EUA abandonaram um dos principais acordos de limitação de armas nucleares do fim da Guerra Fria após a Rússia ostentar repetidamente que estava fabricando armas atômicas de uma capacidade destrutiva inaudita.

O presidente Trump revidou com o anúncio da fabricação de novas bombas atômicas menos potentes, porém mais empregáveis.

A Coreia do Norte continua produzindo, testando e esbravejando, com resultados até ridículos, mas que bem podem servir de estopim universal.

E o Irã causa calafrios no mundo tendo ficado claro que seus propósitos de desnuclearização não podem ser levados a sério ou são mera tapeação para esconder objetivos sinistros.

Em 2020 os EUA e a Rússia devem decidir se prolongam o maior tratado de limitação de arsenais global, o Novo Start, que vence em 2021.






Todos os nove possuidores de armas nucleares, sem exceção, vêm aumentando seus arsenais ou acrescentando novas tecnologias destruidoras, como mísseis várias vezes mais velozes que o som, uso de técnicas cibernéticas, lasers, inteligência artificial e outras inovações, numa verdadeira proliferação tecnológica”, afirmou o embaixador Sérgio Duarte.

Americanos e russos têm 92% das ogivas do mundo, respectivamente 1.750 e 1.650 prontas para uso. Isso fora um estoque de 8.130 bombas operacionais que podem ser reativadas.

Ainda possuem armas nucleares os rivais Índia e Paquistão, China, França, Reino Unido, Coreia do Norte e Israel —que faz disso um segredo de polichinelo útil no xadrez do Oriente Médio, escreveu a “Folha”.

 Míssil 'hipersônico' 'Tsirkon' que Putin garantiu estar desenvolvendo
 Míssil 'hipersônico' 'Tsirkon' que Putin garantiu estar desenvolvendo
O embaixador observou que o Novo Start, sempre foi vago no quesito desarmamento. “A única cláusula não produziu resultados satisfatórios, ao contrário, os países nucleares vêm aperfeiçoando seu poder”, explicou.

O TPAN (Tratado de Proibição de Armas Nucleares), de 2017, não está em vigor porque as potências atômicas e as candidatas a serem não querem ratifica-lo.

O Brasil foi pioneiro com a antiga rival Argentina, é signatário do TNP e do TPAN, e um regime de confiança mútua está instaurado.

Mesmo assim, o país se recusa a assinar o Protocolo Adicional ao TNP, de 1997, que prevê inspeções internacionais. Os EUA tentam convence-lo, mas sem sucesso inclusive sob o governo Bolsonaro.

“Nenhum instrumento no campo da não proliferação nuclear até hoje logrou adesão universal”, sublinhou Duarte.

Ele falou das “profundas divergências e à rivalidade, desconfiança e hostilidade entre EUA e Rússia”.

“Os arsenais existentes são suficientes para inviabilizar completamente a civilização humana caso sejam utilizados, por desígnio ou acidente”, resumiu o embaixador.

Esse tenso fundo da questão contradiz as aparências da era da “morte do comunismo”. Por isso, para os espíritos melhor informados, fatos que seriam vistos como menores podem mexer com um potencial de devastação universal.

O 'Yantar' no porto do Rio
O 'Yantar' no porto do Rio
Foi o caso do Yantar, navio russo de pesquisa e inteligência suspeito de espionagem na Europa e nos Estados Unidos, que a Marinha brasileira monitorou durante uma semana.

O Centro Integrado de Segurança Marítima do Rio de Janeiro detectou a embarcação de tecnologia avançada de sensores, dentro da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Brasil em fevereiro, segundo noticiou “O Estado de S.Paulo”.

Feito o primeiro contato, o navio sumiu do monitoramento, levantando a hipótese de que o equipamento AIS, que permite a sua localização, tenha sido desligado.

Por fim, um helicóptero da Marinha e um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) localizaram a embarcação a 80 quilômetros das praias do Rio.

A tripulação russa ou não atendia às chamadas ou respondia com evasivas, enquanto trabalhava numa área de cabos submarinos de internet. Acabou atracando no porto do Rio, onde ficou poucos dias e partiu.

O que mais intrigou as autoridades náuticas foi o fato de a embarcação, “reaparecer” perto dos cabos submarinos de comunicação que ligam o Brasil a outros países, após ficar por quase uma semana com o seu aparelho identificador desligado.

Com sensores de alta tecnologia para rastrear o fundo do mar, o navio oceanográfico Yantar sempre esteve na mira de governos. A Rússia repete que o navio de 5.700 toneladas e 108 metros atua em pesquisas científicas e em ajuda a outros países.

O Yantar anunciou que cooperaria na localização do submarino argentino desaparecido “San Juan”. A mídia exultou comemorando que então sim o submarino perdido seria encontrado. Nada disso, depois de recolher os dados que procurava retornou a Rússia, sem dizer nada.

Esquema de funcionamento do Yantar
Esquema de funcionamento do Yantar
A marinha britânica o considera um “navio espião” e os EUA suspeitam que os pequenos submarinos do Yantar operam especialmente no rastreamento de áreas de cabos submarinos.

E o Yantar ouve e vê tudo até 6 mil metros de profundidade porque pode lançar dois minissubmarinos de 25 toneladas da classe Konsul capazes de descer até esses abismos.

Os cabos submarinos respondem por 99% das comunicações transoceânicas e 97% das conexões de internet entre os servidores do mundo.

Uma ruptura desses cabos pode não apenas causar danos gravíssimos à economia global, como deixar países inteiros sem acesso à internet.

Relatório de 2019 do Real Instituto de Serviços para Estudos da Defesa, citado pelo “O Estado de S.Paulo”, revela que os navios de inteligência da Rússia “perambulam discretamente por áreas estratégicas o tempo todo em todo o mundo”. 

Um atrito com suspeitadas operações de sabotagem ou espionagem com um navio provocador desses, ou alguma fricção armada com as incursões aéreas russas mirando Ocidente que publicamos periodicamente no nosso blog, poderia servir de pretexto à má vontade para ativar o potencial nuclear.

É uma das espadas de Dámocles que pairam sobre o mundo.


domingo, 8 de março de 2020

“Valores familiares” de Putin incluem assassinato, diz neto de antigo presidente do PC dos EUA

O advogado Sergei Magnitsky foi sequestrado e assassinado porque denunciou esquema de corrupção no Kremlin.
O advogado Sergueï Leonidovich Magnitski foi sequestrado e assassinado
porque denunciou esquema de corrupção no Kremlin.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs






O empresário Bill Browder, que chegou a dirigir na Rússia o fundo de investimento Hermitage Capital Management, declarou já hái anos no programa “60 Minutes” da TV CBS que:
“o regime russo é um regime criminoso. Estamos lidando com um país nuclear dirigido por uma gangue de bandidos como a Máfia”.

Browder disse isso numa entrevista a Cliff Kincaid, diretor do Accuracy in Media Center for Investigative Journalism (Centro de Jornalismo Investigativo de ‘Acuidade na Mídia’), grupo independente sediado em Bethesda, Maryland, EUA.

Accuracy in Media analisa a objetividade das notícias veiculadas nos órgãos do macrocapitalismo publicitário e a veracidade das declarações publicadas.

Na entrevista, Browder manifestou seu espanto com o engano de certos conservadores que acreditam que Vladimir Putin seja um defensor dos valores familiares.
Se você quer falar de valores familiares, vai falar com a família Magnitsky sobre o que aconteceu com sua família em consequência da maldade de Vladimir Putin”, disse.
De fato, Sergei Magnitsky, advogado da firma de Browder na Rússia, foi sequestrado e assassinado pelas autoridades em 2009. Ele tinha revelado um esquema de corrupção no Kremlin que desviou um total de $230 milhões de dólares.

Browder disse que muita gente acha que Putin é bom porque “ignora o fato de que ele é um frio assassino que mata por dinheiro...”

O avô de Browder foi chefe do Partido Comunista dos EUA e o neto quis investir na Rússia assim que acreditou ter uma oportunidade.

Sergueï Leonidovich Magnitski:
seu assassinato pelos 'serviços' do Kremlin ainda faz falar Ocidente.
Porém, ficou estarrecido quando o caso de Magnitsky evidenciou de modo concreto como Putin e seu grupo de ex-policiais da KGB estavam saqueando o país e consolidando seu poder.

Segundo Browder, Putin age na base de um “princípio da Máfia”: “tirar o máximo de dinheiro possível do Estado e ficar no poder segurando esse dinheiro”.

A invasão da Ucrânia soou em 2014 como alerta de que não se pode confiar no Kremlin. Era para ter ficado alerta antes, agora que entrou vai ser difícil tirar.

Moscou havia assinado um acordo com os EUA para garantir a integridade territorial do país, a Crimeia incluída. Mas agora o Leste ucraniano está invadido, Putin enrola e não sai.

Na Ucrânia, Putin teve um semelhante no presidente filo-comunista Viktor Yanukovych, que praticou os mesmos abusos e viveu nos mesmos luxos espalhafatosos e crapulosos até fugir.

Browder concorda que o estilo soviético de controle e da desinformação fazem parte do plano.

Como Putin controla a maioria das fontes de informação dentro da Rússia e está enforcando a Internet ainda ficam raras janelas de liberdade de expressão. Mas pessoas se perguntam o que ele vai fazer para acabar enforcando-as, acrescentou o empresário.

A respeito das afirmações de que a fortuna de Putin atingiria algo como 70 bilhões de dólares, Browder apenas responde: “Ouvi números maiores do que estes”.

William 'Bill' F. Browder, em Davos 2011. Neto de presidente do Partido Comunista dos EUA não quer voltar a Russia pois teme ser assassinado.
William 'Bill' F. Browder, em Davos 2011.
Neto de presidente do Partido Comunista dos EUA
não quer retornar à Rússia pois teme ser assassinado.
Enquanto investidor na Rússia, Browder participava regularmente dos encontros do U.S.-Russia Forum, em Washington e Moscou.

Mas como Browder começou a criticar os desmandos do Kremlin, foi expulso do país em 2005, seus escritórios foram devassados em 2007, e seu advogado Magnitsky desapareceu em 2008, sendo assassinado em 2009.

Browder disse conversar com muitos homens de negócios no Foro Econômico de Davos, na Suíça, e que o 90% deles não pretendem investir mais na Rússia porque temem que lhes aconteça o mesmo.

Não faz sentido investir na Rússia quando há a possibilidade real de acabar morto. Não há direito de propriedade, não há direitos legais, não há regras”, explicou.

As pessoas não estão bem informadas sobre o que acontece na Rússia e agem com base no que elas querem que a Rússia seja em lugar do que ela realmente é. Infelizmente, a verdade sobre a Rússia é muitíssimo ruim”, acrescentou.

O Congresso americano aprovou a Sergei Magnitsky Rule of Law Accountability Act em 2012, uma lei que faz represálias econômicas e de vistos contra os agentes envolvidos no caso de Magnitsky ou acusados de abusos contra os direitos das pessoas.

Mas a lei precisa ser implementada, e isso não é do gosto de muitos funcionários altamente posicionados em Washington, e secretamente muito mais próximos de Vladimir Putin do que parece à primeira vista.